Segunda 29 de Abril de 2024

Pelo direito de greve dos professores da rede estadual de Minas! Não aceitaremos menos que o piso e mais nenhuma repressão policial da polícia racista de Anastasia!

21 Sep 2011   |   comentários

O governo tucano de Anastasia, que vinha apostando no desgaste do movimento, tomou medidas importantes para tentar colocar fim à greve sem atender a reivindicação dos professores de implementação da lei nacional do piso no estado. Organizou seu aparato de estado para que o tribunal de justiça de Minas julgasse a greve como ilegal, a manutenção do corte de pontos e a tentativa de contratação de mais 10000 professores como medida anti-greve.

Porém os professores, em mais de 100 dias de greve, mostraram no ato contra o lançamento do relógio da Copa, que não baixarão a cabeça frente a tanta humilhação que o governa tenta impor à categoria com mais de 100 dias de greve e uma proposta miserável em relação ao piso salarial.

O governo do estado coroou sua política de nenhum diálogo com a categoria com a repressão aos professores no ato da última sexta feira, que inaugurou o relógio de contagem de 1000 dias para a Copa. Anastasia fez uma festa tendo Dilma como convidada para contar regressivamente os dias para mais desocupações de movimentos populares, mais acidentes de trabalho que virou regra no Brasil do trabalho precário, mais privatizações como querem fazer nos Correios. Dilma e Anastasia estão de mãos dadas para a preparação desta Copa que vem se constituindo como a Copa que para existir ataca a juventude, o povo e os trabalhadores. Como disseram os professores no ato, é uma vergonha que esses governos tenham dinheiro para a Copa, mas não para a educação!

Anastasia também mostra mais uma vez que este estado é o que mantêm seus laços com a ditadura militar. Além da polícia racista de Anastasia ter reprimido os professores em greve na sexta-feira, o mesmo governo conta com uma figura como Roney Oliveira, desembargador que declarou a greve ilegal no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, atuando contra o direito constitucional de greve. Esta ilustre figura do Tribunal de Justiça foi parte do regime ditatorial, sendo escrivão da polícia civil e formado pela Academia de Polícia Civil de Minas no início da ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1965. Vê-se que o governador também vai contra a constituição ao atuar contra o direito de greve! Não por menos que o diálogo do governador é bomba de gás lacrimogêneo e spray pimenta.

Não devemos ter ilusões que Dilma ou Fernando Haddad possam ser aliados dos professores, como faz a proposta da direção do sindicato para que estes façam a mediação das negociações com o governo do estado, para tentar acabar com a greve antes que os professores dêem mais mostras de sua raiva contra o governo do Estado. Dilma mantêm o trabalho precarizado como principal força de trabalho no Brasil, não por menos que mandou chamou a Força Nacional de segurança para reprimir os trabalhadores da construção civil de Jirau quando esses se levantaram por melhores condições de trabalho e logo em seguida permitiu a demissão de mais de 3000 trabalhadores das obras. Tampouco o ministro da educação Haddad é digno de mediar qualquer negociação de professores. Haddad é quem manteve nos últimos anos no Brasil a expansão de vagas parcas vagas nas universidades públicas a custo de encher os bolsos dos capitalistas do ensino de dinheiro. É o mesmo que com o ENEM impõe que em mais da metade das escolas públicas metade dos alunos sequer prestem o exame, pois sabem que com as péssimas condições de ensino não conseguem passar pelo filtro do vestibular.

O sindicato aposta no apoio incondicional de seus parlamentares na Assembléia Legislativa, porém escondem que os parlamentares do “Bloco Minas sem Censura” não apenas não se colocaram à frente como sequer estiveram no ato de sexta-feira para impedir a repressão policial. Não é de se estranhar: o projeto desses parlamentares conflui com a mesma política repressiva de Márcio Lacerda na prefeitura da cidade, que reprime a juventude nas periferias e ocupações e miram suas negociatas para saber quais partidos burgueses terão mais espaço para suas falcatruas na capital do Estado nas eleições do ano que vem. Os professores devem ter uma política independente, mantendo os atos de rua, contra o corte de pontos, pelo direito de greve e contra a repressão policial!

A luta dos professores de Minas deve se transformar numa grande luta pela educação pública, gratuita e de qualidade!

Nas últimas semanas estudantes de diversas universidades federais ocuparam reitorias e entraram em greve exigindo melhores condições de estudos. Ao mesmo tempo os servidores federais continuam sua greve por melhores salários e há meses a presidente Dilma deixa a categoria sem nenhuma resposta, como faz Anastasia em Minas Gerais. Os professores devem contar apenas com suas forças e com seus verdadeiros aliados nesta luta, como estudantes em luta, os servidores em greve, os trabalhadores dos correios em greve para transformar as lutas isoladas que estão ocorrendo contra péssimas condições de trabalho e ensino numa grande luta nacional pela educação pública, gratuita e de qualidade!

A luta pela implementação do piso no estado deve ser a mesma luta pelo salário mínimo do Dieese e pela unidade das fileiras de professores, que contam com metade de sua categoria com professores precarizados. Por isso devemos lutar por igual trabalho e igual salário e que os professores precarizados sejam contratados sem necessidade de concurso público, com os mesmo direitos que os professores efetivos numa luta em comum contra o trabalho extremamente precário de toda a categoria. Juntos, professores efetivos e precarizados, unificados com estudantes com a necessidade da luta pelos 10% do PIB para educação sob controle dos professores, estudantes, pais e trabalhadores é que pode se desenvolver a maior força que a greve pode ter para enfrentar um inimigo como o governo do estado, que a todo momento mostra sua política nefasta para a educação.

Os professores devem organizar nesta assembléia um grande ato pelas ruas de Belo Horizonte pelo direito de greve, contra a repressão aos professores e a necessidade de que a luta pelo piso se transforme numa luta pela educação pública, gratuita e de qualidade, conjuntamente com nossa a reivindicação mais do que justa pela implementação do piso no Estado!

20/09/2011

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