Sábado 27 de Abril de 2024

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Entrevista com Magno de Carvalho, diretor de base do Sintusp

26 Sep 2009   |   comentários

JPO: Como você vê a discussão pela democratização na universidade?

Magno de Carvalho: A discussão sobre a democracia na USP tomou força já durante a greve do 1º semestre, e a perspectiva central neste momento é levar a fundo esta campanha. Temos que nos confrontar com a burocracia acadêmica e os setores mais retrógrados da USP para mudar radicalmente a estrutura de poder na universidade.
Nossa campanha passa pelo boicote ao processo antidemocrático de escolha do reitor, marcado para 10 de novembro na reitoria, assim como a farsa de democracia intitulada “eleição democrática” pela Adusp, que nada mais é do que uma votação ou consulta com o objetivo de indicar um nome para ser levado ao espúrio Colégio Eleitoral e ao governador, seguindo exatamente o rito anti-democrático que visamos combater.
A candidatura do companheiro Chico de Oliveira (um dos mais importantes intelectuais de esquerda do país) é uma ferramenta a serviço dessa luta, e não tem como objetivo levá-lo a sentar-se na cadeira de reitor.

O próprio Chico disse que, com a atual estrutura de poder em vigor, a cadeira de reitor é a “cadeira do dragão” , referindo-se à cadeira usada para torturar presos políticos durante a ditadura militar, que ele, dentre tantos outros, experimentaram.

Pretendemos construir uma grande mobilização envolvendo os trabalhadores e estudantes da USP, os movimentos populares (que representam os setores excluídos da universidade pública) culminando com um boicote de fato no dia 10 de novembro a realização da escolha oficial para reitor.

JPO: E como foi feita a discussão desse programa entre os trabalhadores da USP? Como o conjunto dos trabalhadores tem recebido esse programa?

Magno: Além das discussões iniciadas no 1º Semestre nas Assembléias e no Comando de Greve, atual Comando de Mobilização, passamos a chamar agora a participação do DCE e ADUSP e depois a APG; e logo ficou clara a posição do Comando em torno dos pontos já citados acima, e depois com a aprovação por unanimidade em nossa Assembléia Geral. A gestão do DCE, desde a primeira reunião manifestou apoio a candidatura de Chico de Oliveira como ferramenta de luta e a posição da campanha se dar por fora do processo institucional. Também concordou que seria incoerente participar da consulta intitulada “eleições democráticas” pela ADUSP, tendo em vista o antagonismo entre essas duas posições.

JPO: Como você tem visto a atuação da LER-QI em impulsionar essa anti-candidatura?

Magno: A posição da LER-QI desde o inicio tem sido de impulsionar essa campanha e no geral temos tido a mesma posição. Na discussão do programa, inclusive com o representante da APG, foi feito um grande esforço para concretizar a unidade destes setores tendo em vista que temos algumas divergências quanto a pontos que se referem à forma de exercício de democracia na universidade. Estes pontos, entendemos que deverão estar em pauta na Estatuinte Livre e Soberana, que defendemos conjuntamente.









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