Sexta 26 de Abril de 2024

TELECONFERÊNCIA

A juventude da LER-QI, junto a independentes, convida para debater como avançar na nossa organização para encarar os desafios e tarefas na atual situação

12 Dec 2011   |   comentários

com teleconferência com Santiago Lupe, dirigente do Clase contra Clase do Estado Espanhol (integrante da Fração Trotskista)
Casa Socialista de cultura e política – sábado, dia 11

Novos tempos. Nunca é demais insistir nessa idéia depois de tantos anos em que a ideologia dominante bombardeou as mentes, os corpos e os corações da juventude, reservando-nos não somente parte dos piores trabalhos, mas também a repressão social, política e sexual, cultivando o individualismo, o preconceito, a resignação e o conservadorismo.

“Indignados”. É como se auto-define a juventude espanhola que está ocupando as praças e se tornando uma referência do lado de cá do Atlântico. Mas a praça deles, eles chamam de “Praça Tahrir” porque foi ali que a espontaneidade de massas, com a juventude à frente, mostrou mais agudamente a todo o mundo que ela não morreu. Ao contrário, já surge falando de “Democracia Real” e de “Revolução”.

Aqui, na Paulista na 1º Marcha da Liberdade, alguns levantavam cartazes assim: “#spanishrevolution = #brazilrevolution”, outro perguntava “Por que não #brazilrevolution?”. É a juventude voltando a querer ser sujeito internacionalmente, e superar nossa condição de mero objeto explorado e oprimido pelo capitalismo selvagem e todos os seus tentáculos que nos aprisionam, fazendo com que nosso futuro tenha que ser arrancado pela luta.
Mas é justamente no Egito, onde houve no dia 27 de maio uma manifestação de dezenas de milhares que expressou que o movimento está fazendo sua experiência com o regime pós-Mubarak e avançando para tirar lições. Lá, eles dizem que a revolução ainda não aconteceu, porque foi expropriada pelos militares e seus aliados. Ou seja, abre-se o debate novamente sobre a estratégia para a mobilização.

Como canalizar nossa indignação? Quem são nossos aliados? Quem são nossos inimigos e como derrotá-los? O que é democracia real e como conquistá-la? Estamos vivendo uma revolução? São algumas das questões que queremos debater com os jovens que estão com a decisão de construir um movimento que se alie aos trabalhadores para superar a burocracia sindical e estudantil para vencer.

As exigências colocadas pela realidade são muito grandes para nossas forças como Juventude da LER-QI. A juventude que atua conosco em cada lugar, que travou batalhas conosco, que ajudou a luta da União a Vencer, que tem ódio da terceirização, que não consegue ver os fascistas se organizarem sem agir, está chamada a debater conosco não somente essas questões que derivam da situação internacional, mas como construir uma ala conseqüente nesse movimento da juventude que começa a surgir em todo o mundo e aqui no Brasil. Avançar no internacionalismo, na auto-organização, na superação do pacifismo e, principalmente se ligar aos trabalhadores, como fez a juventude no Maio Francês de 68, são algumas das lições destes movimentos que estão surgindo nas praças de todo o mundo.

Santiago Lupe, dizia num artigo que escreveu que “O peso de algumas correntes autonomistas e anarquistas dificulta que esta discussão possa realizar-se de maneira mais clara e frutífera. Apoiando-se no sentimento de rechaço aos partidos do Regime e à burocracia sindical, fomentam que este se transforme em um rechaço a toda organização de trabalhadores e grupo político. (...) Distinguem-se duas estratégias fundamentais. Por um lado, os mesmos setores que batalham contra a liberdade de tendências, tratam de converter os acampamentos em um fim em si mesmo. Sua máxima implicação se encontra em desenvolver os acampamentos, em construir “aqui e agora” um “espaço de autonomia”, onde os que participam dele possam resolver por seus próprios meios – ainda que de forma muito parcial e precária – alguns de seus problemas da vida cotidiana. Tratam de construir “uma cidade dentro da cidade”, um mundo “paralelo” ao existente. Tudo isto leva por um lado a desprezar a luta política contra o Governo, o Regime e a patronal, resistindo ao sentimento majoritário de ir conformando reivindicações concretas”.

Esses são alguns dos debates que queremos fazer nessa atividade, bem como discutir nossa participação no 1º Congresso da ANEL, para o qual está colocada a tarefa de formar uma ala que possa levantar uma política conseqüente contra a burocracia da UNE, de aliança com os trabalhadores, contra o governo Dilma que já está mostrando que não pode atender nossos interesses, apresentando uma alternativa aos estudantes que vêem a necessidade de construir uma entidade combativa em todo o país mas que não concordam com a perspectiva levantada pelo PSTU.









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