Sexta 29 de Março de 2024

Educação

Viva a greve dos professores do Paraná

Mais que nunca, sigamos o exemplo do Paraná

06 Mar 2015 | Os professores e trabalhadores da educação do estado do Paraná estão mostrando o caminho que devemos seguir em São Paulo, que tem indicativo de greve para o dia 13 de março.   |   comentários

Os professores e trabalhadores da educação do estado do Paraná estão mostrando o caminho que devemos seguir em São Paulo, que tem indicativo de greve para o dia 13 de março.

Após terem barrado a votação do tarifaço do governador tucano Beto Richa, e demonstrado aos professores de todo o país que é necessário e possível se organizar para vencer, no dia 04 de março 20 mil professores paranaenses lotaram literalmente um estádio curitibano Durival Britto e Silva.

Passando por cima da justiça do estado, que apenas há algumas semanas votou um escandaloso auxilio moradia para juízes, e decretara a ilegalidade da greve que os trabalhadores da educação do estado do Paraná, os professores por unanimidade votaram a continuidade de sua greve. Uma assembleia histórica, tanto pelo seu caráter massivo como pela radicalização, que obrigou a burocracia da APP (sindicato dos professores estaduais do Paraná) a apresentar uma proposta de continuidade da greve, que já chega a quase um mês com 100% das escolas paralisadas.

Os professores do Paraná seguem mobilizados contra as tentativas do governo de atacar a previdência, com retirada de direitos historicamente adquiridos, além de diversas outras pautas necessárias para a garantia de uma Educação pública, gratuita e de qualidade para todos. Combatem com a sua luta a superlotação de salas de aulas, e pelas condições necessárias para que as escolas tenham condições de funcionar com qualidade.

Essa greve é hoje a mais importante ação dos trabalhadores brasileiros contra a politica de ataques que vem sendo desferida pelo governo de Dilma, por governadores e prefeitos e pela burguesia brasileira. Mesmo com o cerco da mídia burguesa, que nos demais estado do país como São Paulo e Rio de Janeiro pouco destaque têm dado para essa já histórica greve, as redes sociais e os meios alternativos têm demonstrado o quão especial está sendo essa luta dos professores e trabalhadores públicos paranaenses.

Tal qual em São Paulo o governador tucano Beto Richa demitiu 30 mil professores, que por sua natureza, se assemelham aos nossos colegas categoria O, isto é professores com contrato precário. Também desviou mais de 8 bilhões de reais do Instituto de previdência e super lotou as salas de aulas, algumas com mais de 60 alunos. Portanto, a continuidade da greve no Paraná e o aprofundamento da luta não apenas é justa, como necessária. Torna-se ainda mais emblemática por se dar num momento em que o país todo, batizado por Dilma de “Pátria Educadora” sofre as mazelas da Educação.

É justamente na Educação que se fazem sentir os cortes no orçamento federal de 7 bilhões de reais, resultando em universidades federais cujas aulas não se iniciam por greve de terceirizados que estão sem receber, atraso de bolsas aos estudantes, cortes do FIES. Ao contrário do lema do governo federal, a greve dos professores do Paraná demonstra que os verdadeiros interessados na Educação de qualidade, gratuita e pública nesse país são os professores, os trabalhadores do setor, e o povo.

No âmbito dos estados o receituário aplicado por Beto Richa é o mesmo que já está em prática em São Paulo, com o governo tucano de Geraldo Alckmin. Responsável em São Paulo pela demissão de mais de 21 mil professores precários, fechamento de salas, cortes de verba para manutenção das escolas, enquanto aumenta seu próprio salário e dos parlamentares, o governo tucano paulista nos impõe que a única saída que temos é nos inspirar nos professores do Paraná e sairmos à luta. Por isso, a partir dos professores da LER-QI renovamos nosso mais veemente apoio aos professores do Paraná, que demonstram que a cada conquista obtida é possível ir por mais, desde que se confie em suas próprias forças. O exemplo deles alimenta essa perspectiva junto aos professores, e trabalhadores, de todo o país.

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