Sábado 20 de Abril de 2024

Educação

Dilma nomeia inimigo da educação

26 Dec 2014   |   comentários

Se esses nomeados já deveriam dar vergonha aos defensores de que Dilma seria o mal menor, a nomeação de Cid Gomes, ex-PSB, atual PROS, para o Ministério da Educação, deveria fazer esses mesmos defensores vir a público pedir desculpas, pelo pedido de voto no segundo turno.

Dilma acaba de anunciar mais 13 integrantes de seu “novo” ministério. Seguindo a linha que vem adotando, e contrariando a esperança dos que diziam que seu segundo governo teria que ser mais a esquerda, nomeou grandes nomes da mais dura direita como Kátia Abreu, Eliseu Padilha,Gilberto Kassab, Joaquim Levi e AlexandreTombini.

Se esses nomeados, já deveriam dar vergonha aos defensores de que Dilma seria o mal menor, a nomeação de Cid Gomes, ex-PSB, atual PROS, para o Ministério da Educação, deveria fazer esses mesmos defensores vir a público pedir desculpas, pelo pedido de voto no segundo turno.

A nomeação de ministros deixa claro que todos são meros negócios entre os partidos e a casta política, premiando vitoriosos e derrotados em troca de “base de governabilidade”, ou seja, controle de deputados e senadores para votar os projetos do governo em favor dos negócios capitalistas, dos grandes conglomerados de educação, saúde, transporte, obras etc. Os ministérios só servem para essa negociata contra os interesses dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre.

QUEM É CID GOMES

Cid Gomes, foi governador do Ceará, seu governo foi marcado por denuncias de desvios de dinheiro público, de contratação de um buffet para abastecer o palácio do governo por quase 4 milhões de reais por ano, escândalo que ficou conhecido como “farra do Caviar”, aluguel de um jato particular para que ele, sua esposa, sogra, assessores e políticos viajassem pela Europa com tudo pago pelo dinheiro publico, gastando mais de 300 mil reais.

O futuro ministro da Educação mostrou qual será sua grande contribuição para a educação e, principalmente, para os professores e funcionários. É dele a célebre frase: “professor é vocação, quem está interessado em ganhar dinheiro que vá para outra profissão”. Vale lembrar que no seu estado (Ceará), durante seu Governo, existem professores que recebem a “fortuna” de R$ 1.024,00, sendo que a base é de R$ 1.187,00 por 40 horas. Em sua última greve, contra o quinto pior salário de professores do Brasil, os professores cearenses foram brutalmente reprimidos a mando de Cid Gomes.

O PT e Dilma lhe presenteiam com o ministério. Um claro sinal de que os professores e funcionários da educação terão que se preparar para enfrentar o ministro, Dilma e o PT, sem falar das barreiras impostas pela burocracia sindical da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação) e a maioria dos sindicatos de professores ligados à CUT.

E AGORA JOSÉ ou o que fará a CNTE e a Apeoesp?

Os professores do Estado de São Paulo têm sido bombardeados pela propaganda do nosso sindicato (Apeoesp) de que nosso problema professores e da educação em geral se resolveriam em um governo do PT. Após a eleição de Dilma fomos bombardeados por cartas do sindicato, assinadas pela presidente Bebel, ressaltando uma “vitória” da esquerda e dos professores.

No ano que finda fomos a única categoria da educação pública do estado que não entramos em greve, justamente porque, segundo o sindicato, com a “vitória” eleitoral de Padilha – candidato do PT a governador – tudo se resolveria. De nossa parte, propusemos entrar em greve junto com os trabalhadores da USP, que com seu combativo sindicato (Sintusp) conseguiram uma vitória importante contra o governo Alckmin; depois propusemos greve conjunta com o Centro Paula Souza e a Prefeitura da capital, todas recusadas pela direção do sindicato.

Nem sequer a oposição – do PSTU ao PSOL – assumiu a luta por um plano de lutas pelas reivindicações dos professores e em defesa da educação pública, mantendo-se na rotina de lançar seus candidatos a deputados, governadores e presidentes sem colocar a agitação eleitoral a serviço de um plano combativo. O PSOL diretamente atuou como “linha auxiliar” do PT e da CUT, chamando o voto em Dilma, fazendo coro com a burocracia sindical.

Resultado: terminadas as eleições, com Alckmin e Dilma reeleitos, os professores de São Paulo receberam pela “vitória” petista as 21 mil demissões dos categoria O, e a burocracia da Apeoesp (PT-PCdoB) continua boicotando qualquer resposta da categoria e a busca de unidade e aliança com outros trabalhadores e a população.

EM 2015, PREPARAR UMA FORTE GREVE, CONTRA ALCKMIN, MAS TAMBÉM CONTRA CID/DILMA

O ano de 2015 não será um ano “normal”. Todos os analistas, incluindo os da burguesia e mesmos os petistas, dizem que haverá “ajustes”, leia-se, ataques aos direitos dos trabalhadores; falam na terceira fase da reforma da previdência; em São Paulo, o governo Alckmin já enviou proposta orçamentária que não contempla reajuste de salários, isso num cenário de aumento da inflação, ou seja, se nada for feito terminaremos o ano de 2015, ganhando menos que em 2014.

É preciso aprender com as lutas que nossa classe trabalhadora realizou em 2014. Em primeiro lugar, a greve dos Garis no Rio de janeiro, que contra tudo e todos (governo, mídia e burocracia do sindicato) ganharam a opinião pública, combateram nas ruas e paralisando os serviços e saíram vitoriosos. Para isso foi preciso determinação e união. Essa luta popularizou o grito de NÃO TEM ARREGO!

Também é preciso reivindicar e aprender com a vitoriosa luta dos trabalhadores da USP, que numa greve de 118 dias, torceu o braço do governo do estado, e para isso, com seu sindicato à frente, tiveram que ter muita determinação, unidade, organização por local de trabalho e uma luta que se elevou à defesa da Universidade e do HU (Hospital Universitário), ou seja, demanda de todos os trabalhadores e do povo em geral.

Enquanto os governantes e políticos ganham e gastam fortunas de recursos públicos, sem contar a roubalheira via corrupção e contratos superfaturados, os professores vivem de salários miseráveis. Por isso, também devemos colocar em nossas lutas a exigência de que os políticos e funcionários políticos ganhem o mesmo que um professor, e o piso nacional seja igual ao salário mínimo do Dieese.

Dilma, o PT, o ministro Cid Gomes, os partidos políticos patronais e a burocracia sindical da CUT e da CTB, reunidas na Apeoesp, são parte de um “bloco político” a favor dos capitalistas – privatização e mercantilização da educação – que deve ser combatido com organização das bases, confiança em nossas forças e na unidade e coordenação com outros setores combativos – juventude, sindicatos, movimentos sociais – em defesa da educação pública e das reivindicações legítimas e justas dos professores e funcionários que sofrem as conseqüências dos governos antipopulares do PT e do PSDB.

É nessa perspectiva que o PROFESSORES PELA BASE e o Movimento Nossa Classe se colocam.

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