Quarta 24 de Abril de 2024

Nacional

Panfleto nacional da LER-QI sobre o segundo turno

13 Oct 2014   |   comentários

Panfleto nacional da Liga Estratégia Revolucionária, distribuído às dezenas de milhares nas fábricas, locais de trabalho e de estudo em que militamos.

Aécio promete mudanças, eficiência e combate à corrupção. Mas esconde que seu partido, quando governou com FHC, fez a roubalheira das privatizações, cortou verbas na saúde e na educação e deixou o desemprego nas alturas. Os petistas querem nos convencer a votar em Dilma porque se Aécio for eleito vai voltar o neoliberalismo dos anos 90. Mas escondem que eles continuaram destinando metade do orçamento público para os banqueiros, que a maioria dos empregos que criaram foram precários e que o PT ajudou a retirar os direitos dos aposentados. Agitam o fantasma da “direita”, mas escondem que governam com Sarney, Collor e Maluf.

Se durante o maior ciclo de crescimento econômico das últimas décadas os trabalhadores e o povo pobre tiveram apenas algumas melhorias de consumo e um emprego precário enquanto os empresários tiveram lucros recordes, frente às tendências recessivas da economia vão querer tirar o pouco que temos para preservar os lucros patronais.

Seja com Dilma ou com Aécio, teremos inflação, desemprego, privatizações, cortes nos gastos sociais e retirada de direitos trabalhistas. É isso que ambos candidatos querem dizer quando falam de maior “eficiência” do estado ou de maior “competitividade” das empresas.

As manifestações de junho de 2013 se voltaram contra todos os partidos da ordem, em especial o PT e o PSDB. O mesmo ocorreu em relação à onda de greves que tem atravessado o país. Dilma e Aécio falam demagogicamente de mudança para não perderem votos frente a essa nova realidade do país. Mas a única verdadeira mudança só pode vir da mobilização independente dos trabalhadores e da juventude, como fizemos em junho e nas greves.

O voto útil no mal menor legitima as medidas que os banqueiros e empresários vão querer implementar contra nós no próximo governo. É uma corda que colocamos em nosso próprio pescoço. O que precisamos é de avançar na construção da unidade da classe trabalhadora em aliança com a juventude para lutar por nossas demandas de forma independente dos governos e dos patrões. Por isso chamamos todos os trabalhadores e jovens a votar nulo para enfraquecer o próximo carrasco seja ele quem for.

Que nenhum político ganhe mais que um professor

É preciso acabar também com todos os privilégios da casta de políticos, juízes e altos funcionários públicos que enriquecem a si próprios e que governam, julgam e administram para os que são ricos como eles próprios. Pelo fim dos altos salários, de todas as verbas de representação e das ajudas de custo fabulosas. Que todos os políticos ganhem o mesmo salário de um professor de ensino médio e que os seus mandatos sejam revogáveis pela vontade popular. Eleições diretas para os juízes em todos os níveis.

Lutemos contra o machismo e a homofobia a partir do movimento operário

Muitos operários e jovens votaram em Luciana Genro pelo enfrentamento entre ela e Levy Fidelix nos debates eleitorais na televisão, em especial contra as reacionárias posições homofóbicas e machistas deste candidato. Mas essa não pode ser uma batalha travada apenas no terreno eleitoral, já que o reacionarismo da política brasileira vai sempre ser um entrave para qualquer avanço.

Precisamos transformar esse sentimento progressista em um forte movimento de trabalhadores e jovens que façam a luta contra a homofobia e o machismo ser uma realidade viva nos locais de trabalho e de estudo, colocando os sindicatos e as entidades estudantis a serviço dessa tarefa. Luciana Genro, Jean Wyllys e as bancadas federal e estaduais do PSOL, para fazer jus aos votos que tiveram, devem se colocar a serviço da mobilização independente pelas demandas LGBT.

Serviços públicos gratuitos e de qualidade, administrados pelos trabalhadores e o povo

Não queremos os serviços de transporte, a saúde, a educação, o saneamento e fornecimento de água entregues para o mercado. Não queremos que eles estejam nas mãos de políticos e funcionários corruptos. Num modelo ou no outro são os empresários, não os trabalhadores que se beneficiam.

Defendemos a estatização do transporte publico, o ensino publico e um verdadeiro sistema único de saúde. Mas para que isso funcione a serviço da maioria da população, não são nem os empresários, nem a casta politica que devem administrar esses setores. São os verdadeiros interessados: trabalhadores e os usuários dos serviços públicos, que devem gerir e aplicar os recursos, decidir como os serviços públicos devem funcionar para atender toda a população.

Por um partido de trabalhadores revolucionário

Nestas eleições, nenhum partido foi capaz de expressar a revolta popular que emergiu das manifestações de junho de 2013 e das greves que se enfrentaram contra as direções sindicais traidoras.

Falta uma esquerda que se apoie nas eleições e no parlamento para fortalecer a mobilização dos trabalhadores e da juventude nas greves, manifestações e campanhas por nossas demandas, como única esperança para alcançar soluções de fundo aos problemas mais estruturais do país. E que no interior destas mobilizações e greves, levante as demandas políticas e democráticas que unificam os trabalhadores com todas as camadas populares, setores oprimidos e minorias. É o contrário do que faz o PSOL, que não usa seus mandatos parlamentares para fortalecer a mobilização dos trabalhadores e da juventude, participa dos movimentos com interesses eleitoreiros, e para obter votos aceita o financiamento de empresários. Esse é o mesmo caminho que fez o PT abandonar o lado dos trabalhadores para chegar ao poder.

O exemplo do partido que queremos construir está em greves exemplares como a dos garis do Rio de Janeiro ou dos trabalhadores da USP, que durante mais de cem dias enfrentaram os projetos tucanos para a educação e a saúde de São Paulo. Organizaram-se democraticamente em assembleias e reuniões nas unidades de trabalho. Defenderam seus salários, mas também defenderam a ampliação da universidade da saúde e educação pública. Recuperemos os sindicatos das mãos das direções traidoras para colocá-los a serviço da luta.

Acreditamos que é nos processos de luta e nas formas de democracia direta que surgem nestes processos que está o embrião da nova sociedade que queremos construir. O partido de trabalhadores que precisamos é para levar essa prática e essa política para todos os cantos do país. Um partido que veja sua atuação eleitoral e parlamentar como um ponto de apoio para amplificar as lutas e a organização dos trabalhadores e de todos os oprimidos.

Chamamos a colocar de pé um partido revolucionário da classe trabalhadora que supere a experiência do PT e da esquerda tradicional (PSOL e PSTU) no Brasil. Um novo partido que sirva para a luta contra os patrões, a burocracia sindical e o imperialismo, e que lute por um governo dos trabalhadores e do povo pobre.

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