Quinta 25 de Abril de 2024

Juventude

REDUÇÃO IMEDIATA E RADICAL DAS MENSALIDADES DE TODOS OS CURSOS

Viva a luta dos estudantes da Fundação Santo André!

18 Sep 2010   |   comentários

Reproduzimos abaixo uma entrevista com Evandro estudante independente da FSA, membro do D.A. FAFIL e integrante do Bloco ANEL às ruas.

1-) De um panorama geral sobre a luta que se iniciou na FSA.

A luta na FSA teve início no final do ano de 2009 e começo de 2010 quando a reitoria implementou um sistema de cobrança de mensalidades que impedia alunos devedores de se rematricularem.

Paralelamente, no começo desse ano um grupo razoável de estudantes, entre militantes da LER-QI e independentes, reuniu-se em torno da mobilização dos professores da rede estadual e formou um grupo bem coeso, destacando-se com bandeiras de igualdade de salário e condições de trabalho entre professores efetivos e temporários.

Nesse contexto, o grupo ganhou corpo, se unificou em torno de várias bandeiras, principalmente a aliança operário-estudantl.

Ainda no 1º semestre desse ano apoiamos a greve dos trabalhadores da USP e das estaduais paulistas, nos unificamos com a luta das trabalhadoras que bloquearam a entrada da cantina da FAFIL por 1 semana pelo pagamento dos seus salários atrasados e contra os abusos morais que elas recebiam de seus chefes, criticando a existência da iniciativa privada na Universidade.

Ainda no final do 1º semestre formamos uma chapa militante e combativa que acabou sendo eleita para o D.A. FAFIL.

Nas férias ficamos sabendo que o setor de cobrança estava “expulsando judicialmente” os estudantes inadimplentes da universidade, esvaziando os 3 prédios (FAFIL, FAECO e FAENG). Frente á essa iniciativa, mobilizamos vários setores do movimento estudantil, construímos assembléias de cursos na FAFIL e forjamos uma frente única nas assembléias gerais, sendo que 1 delas teve mais de 500 estudantes. Deliberamos várias resoluções importantes, como a redução de no mínimo 50% das mensalidades, a anistia da dívida e o fim da perseguição aos inadimplentes, entre outras.

2-) Qual foi o papel do DA FAFIL nesse processo?

A nossa gestão (Desafiando a miséria do possível) conseguiu aliados importantes em outros prédios que não tinham tradição de luta na universidade, trazendo para o ME novos indivíduos. Organizamos o comitê de mobilização com estudantes da FAECO, FAENG e FAFIL, como também outros grupos políticos.

Sempre nos colocamos inteiramente na luta dos estudantes e trabalhadores na FSA e fora dela . Fomos contra desde o inicio a reitoria da Universidade, diferente do Espaço socialista que chamou voto no atual reitor semeando a ilusão dos estudantes no regime universitário.

No meio do processo passamos por uma experiência fundamental que foi a construção do bloco “Anel ás ruas” junto com diversos estudantes da UNESP, PUC-SP, USP, UNICAMP etc. Intervimos nas assembléias da ANEL, lá nos deparamos com várias notícias do país inteiro e exemplos importantes como a greve e a ocupação estudantil na UNESP de Marilia. Conseguimos aprovar uma campanha nacional pela redução das mensalidades nas universidades particulares e eixos importantes no programa como anistia dos devedores, fim do vestibular e estatização das pagas.

Nossa atuação foi bem importante, pois fez com que o setor majoritário (PSTU) desse peso para a luta que se iniciava na FSA, diferente do que foi nas mobilizações em SP no 1º semestre. Achamos importantes eles se organizarem, porém os companheiros possuem uma concepção errada de ME, rejeitaram o nosso chamado a compor o DA proporcionalmente e agora estão com uma política bem oportunista de no meio da luta criar um “coletivo” deles em detrimento do fortalecimento do comitê de mobilização, aspecto que já foi percebido por vários estudantes combativos.

3-) Qual a importância que enxerga para unificar o ME das públicas e particulares em aliança com os trabalhadores que estão fora?

Trata-se de uma aliança fundamental! Extremamente necessária hoje na FSA. Sabemos que a tal “democratização do ensino” proposta pelo Governo Lula, com planos como ProUni não atende á necessidade da população brasileira de uma Educação de qualidade, pública e gratuita para todos. Pois favorecem o lucro dos donos das universidades particulares que precarizam totalmente a qualidade do ensino. Ao mesmo tempo em que nas universidades públicas, onde se tem ainda melhor qualidade, o acesso é limitado ás classes mais privilegiadas da sociedade.

Nesse sentido, unir estudantes que entendem a importância da democratização do ensino, mas ensino de qualidade, para toda a população e estudantes que sofrem com o ensino precarizado é importantíssimo para forjar uma luta nacional pela garantia do acesso e também da produção do conhecimento a serviço dos trabalhadores e da sua emancipação.

Por isso, atualmente na FSA queremos que essa luta que se inicia não seja vista pela população de Santo André como algo corporativo, e desde o DA FAFIL buscamos a aliança com as comunidades locais e todos os trabalhadores da região, reivindicando o direito deles ao acesso a universidade.

4-) Quais são as perspectivas do movimento?

Mobilizações e lutas intensas daqui pra frente. A reitoria, para dividir o movimento, está estudando uma proposta de alguns professores, que apesar de ter uma base teórica marxista são totalmente adaptados a academia. Eles propõem reduzir as mensalidades na FAFIL em detrimento de aumentar na FAECO e FAENG. A mesma reitoria também diz que têm que cobrar mesmo e que o serviço social serve para medir quais são os estudantes que devem ou não ser perseguidos. Percebendo a nossa mobilização, os professores da FAECO indicaram uma paralisação na última quarta (15/09) para reivindicar o reajuste salarial de 5%, a reitoria para não deixar o movimento ganhar mais força concedeu o reajuste, mas ainda que mostre que possamos conquistar nossas demandas, temos que ter claro que é uma tentativa de frear as nossas ações.

Os estudantes da FSA sabem disso e estão começando a entender a importância da mobilização. Esperamos conseguir elevar o nível de consciência pró operária entre os estudantes. Buscaremos a vitória até o final, porém sabemos da dificuldade que o cenário nacional impõe. O fundamental é que essa experiência seja fruto de uma batalha dada, onde possamos refletir nossos erros e acertos e nos preparar para continuar combatendo a estrutura de poder da universidade e seus ataques aos estudantes e trabalhadores.

Artigos relacionados: Juventude , ABC Paulista









  • Não há comentários para este artigo