Quarta 24 de Abril de 2024

Juventude

Unesp adia decisão sobre expulsão de 17 estudantes

14 Feb 2015 | O reitor Júlio Cezar Durigan da UNESP, depois de pressionado pela campanha pela reintegração dos 17 estudantes da Unesp, retrocedeu na sentença sumária e aceitou o recurso pedido pelos advogados representantes dos estudantes expulsos. A sentença final será debatida na reunião do conselho universitário da Unesp dia 26 de fevereiro, órgão máximo de deliberação da instituição, onde diretores e chefes de departamento tem 70% do poder de voto e representantes dos estudantes e funcionários apenas 15% cada um.   |   comentários

O reitor Júlio Cezar Durigan da UNESP, depois de pressionado pela campanha pela reintegração dos 17 estudantes da Unesp, retrocedeu na sentença sumária e aceitou o recurso pedido pelos advogados representantes dos estudantes expulsos. A sentença final será debatida na reunião do conselho universitário da Unesp dia 26 de fevereiro, órgão máximo de deliberação da instituição, onde diretores e chefes de departamento tem 70% do poder de voto e representantes (...)

O reitor Júlio Cezar Durigan da UNESP, depois de pressionado pela campanha pela reintegração dos 17 estudantes da Unesp, retrocedeu na sentença sumária e aceitou o recurso pedido pelos advogados representantes dos estudantes expulsos. A sentença final será debatida na reunião do conselho universitário da Unesp dia 26 de fevereiro, órgão máximo de deliberação da instituição, onde diretores e chefes de departamento tem 70% do poder de voto e representantes dos estudantes e funcionários apenas 15% cada um.

Não se espera que a REItoria recue significantemente, dada a intransigência burocrática e hostilidade com que tipicamente trata as reivindicações estudantis. Chamamos ao fortalecimento da campanha democrática, ampliando-a e comprometendo professores – que possuem poder de voto no conselho –, e também expandindo a rede de solidariedade entre estudantes, funcionários e todos os setores que lutam em defesa da educação, como os professores da rede, que preparam um ano de mobilização contra os cortes. A campanha também deve ser ativa: faz-se necessário que construamos ato em defesa da reintegração dos
expulsos que pressione a REItoria a retroceder em seu autoritarismo.

Os estudantes expulsos compunham a greve das três estaduais e defendiam em ocupação da sala da direção (deliberada em assembleia estudantil) a revogação do corte de 38 vagas na moradia estudantil da Unesp Araraquara, que significava o fim do direito à educação e expulsão branca para 38 alunos que não poderiam se manter na universidade. Dos 17 expulsos, 14 foram reintegrados pela Tropa de Choque da Polícia Militar, que adentrou o campus e os levaram para inquérito, e três deles escolhidos a dedo pela direção.

Relembramos que esse absurdo e arbitrário processo de sindicância a 17 estudantes ocorreu alheio a qualquer tipo de legalidade e direito de defesa, culminando em suas expulsões.
Esse é um saldo repressivo da vitoriosa greve das três estaduais (USP, UNESP e UNICAMP) dos três setores de 2014, que dobrou as reitorias e o governo do Estado de São Paulo e derrubou o arrocho salarial imposto aos trabalhadores das estaduais paulistas, nos deixando a lição de que apenas unindo as pautas e a mobilização dos estudantes e trabalhadores podemos vencer.

Com essas expulsões baseadas no estatuto provindo da ditadura, a REItoria e a diretoria preparam o terreno para um período de cortes brutais de verbas, qualidade e estrutura nas estaduais – como por exemplo o corte de bolsas de permanência, a ameaça de fechamento do RU da USP, o cancelamento das matrículas em creches na USP, a manutenção de subquadros de professores e funcionários, o PDV (Plano de Demissão Voluntária), entre outros – o que aprofundará o processo de privatização e exclusão já aberto. Perseguindo e intimidando seu mais frontal opositor – o movimento estudantil, que não admite nenhum retrocesso e exige uma universidade a serviço dos trabalhadores e gerida por eles em aliança com os estudantes – a burocracia universitária abre portas para mais ataques.

É necessário que todos os setores que lutam pela educação e os que se mobilizaram na greve de 2014 entendam essa hedionda repressão como um ataque ao conjunto da comunidade acadêmica e à educação pública, e encampem a campanha que se coloca em defesa incondicional dos estudantes que fortaleceram a greve e lutaram pelas pautas de todos os setores. Sem barrar a repressão não há possibilidade de se mobilizar por nenhuma outra pauta.

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