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Nacional

DÍVIDA INTERNA

Uma nova roupagem da dominação imperialista

22 Mar 2008   |   comentários

  • Dívida Mobiliária Interna Federal

O Brasil virou credor externo! Acabou a dependência externa! Governo e oposição comemoraram juntos mais essa mentira. Mas a divida externa não acabou, pelo contrário, continuou aumentando. Bancos e empresas brasileiras se endividaram em dólares, para emprestar em reais ao governo Lula. Este, por sua vez, se endividou em reais para pagar parcelas da divida externa e acumular reservas, em dólares. Assim foi que as chamadas reservas, que são as aplicações do governo brasileiro em dólares (nos títulos da divida publica dos EUA, por exemplo), alcançaram o valor da divida externa, ambas avaliadas em algo próximo de 200 bilhões de dólares. No entanto, isso foi feito ao custo de um aumento extraordinário da divida publica interna, em reais. Ela cresceu cerca de 40% nos últimos anos e alcançou o valor de 1,4 trilhão de reais em 2007!

Uma das medidas que o governo Lula utilizou para supostamente “quitar a divida externa” foi a troca de divida externa, por divida interna. Enquanto o norte-americano Warren Buffet, o homem mais rico do mundo, lucrou bilhões apostando na valorização do real, o Banco Central teve prejuízo R$ 58 bilhões com seus investimentos em dólares, que além de tudo ajudam a financiar a guerra contra o Iraque. Um grande negócio para os credores internacionais, que lucraram duas vezes, uma com os altos juros brasileiros, outra com a valorização do real frente ao dólar, que chegou a 20% em 2007.

Seria também uma ilusão acreditar que a divida interna não significa dependência externa. Cerca de 76% da divida interna está nas mãos de bancos nacionais e estrangeiros e fundos de investimento (dados de 2006) e o governo Lula se recusa a divulgar dados mais detalhados, que mostrariam o tamanho da dependência externa do Brasil.

Organizar a luta pelo não pagamento da divida interna e externa

Cada centavo da divida publica, seja em reais ou dólares, é um mecanismo utilizado pelo grande capital e pelo imperialismo de extrair as riquezas nacionais e lucrar com a exploração dos trabalhadores brasileiros. Dos impostos que o Estado brasileiro arrecada, que chegam a 36% do PIB e prejudicam principalmente os trabalhadores, cerca de um terço, cerca de 300 bilhões vão para nas mãos dos credores.(entre pagamento dos juros da divida interna e externa e financiamento do Banco Central que tem prejuízos bilionários com as operações de compra de dólares). Como mostramos no artigo ao lado, isso é muito mais do que o total do governo Lula com bolsa família, saúde, educação e reforma agrária.

A partir da Conlutas e da Intersindical, dos sindicatos combativos e anti-governistas, dos partidos de esquerda, das organizações estudantis e dos movimentos sociais independentes do governo é preciso lançar uma grande campanha pelo não pagamento da divida interna e externa. É fundamental uma ampla unidade de todos os setores anti-governistas para impulsionar uma campanha que desmascare perante milhões as mentiras e demagogias de Lula. O primeiro passo para isso é romper com a política de setores burgueses menores, que reivindicam a auditoria da divida publica e buscam uma renegociação pactuada com o imperialismo e a grande burguesia brasileira. A ruptura da dominação imperialista e o fim da divida externa e interna, só vira através da mobilização unitária dos trabalhadores e do povo pobre da cidade e do campo.

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