Sexta 29 de Março de 2024

Nacional

TODO APOIO À GREVE DOS CORREIOS

Uma luta dura que precisa de apoio ativo para enfrentar o governo Dilma e as direções sindicais burocráticas

16 Sep 2011   |   comentários

Mais uma vez os trabalhadores dos Correios levantaram sua cabeça e declararam greve no dia 14 de setembro. Eles reivindicam aumento real de R$ 400,00, reposição da inflação e pagamentos das perdas salariais de 1994-2010, totalizando 24,76%, a um piso salarial de R$ 1.635,00. Nada mais justo para uma categoria que trabalha em condições precárias, mesmo assim presta um serviço de alta qualidade à população e ao sistema de comunicações do país, ganhando um salário que não chega nem perto do necessário e do justo para o importante trabalho que realizam (o piso hoje está em R$ 807,00).

Além disso, é parte fundamental da pauta dos trabalhadores dos Correios a luta contra a privatização. A presidenta Dilma encaminhou ao Congresso a Medida Provisória 532, que pretende transformar a empresa numa S/A (Sociedade Anônima), ou seja, numa empresa “preparada” para ser privatizada. Essa medida foi aprovada pelo Congresso e agora depende da aprovação da presidenta para entrar em vigor. Dilma, como fez nesses anos todos o governo de Lula (PT-PCdoB, PMDB, PSB, PDT e Cia.), segue com a sua política de transferir o patrimônio público para as mãos dos grandes capitalistas, que, na busca de cada vez maiores lucros, indubitavelmente vão aumentar ainda mais as tarifas, precarizar ainda mais as condições dos trabalhadores ecetistas. Nós, da LER-QI, apoiamos incondicionalmente a greve dos Correios e dizemos: Não à privatização dos Correios! Por um serviço público, estatal e de qualidade, com subsídio do estado e tarifas reduzidas para a população! Atendimento imediato das reivindicações salariais dos trabalhadores!

Porém, não podemos alimentar nenhuma ilusão nas direções sindicais dessa categoria ligadas à CUT-PT e à CTB-PCdoB. Os partidos que dirigem a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT) e a maioria dos sindicatos estaduais, já provaram diversas vezes que são traidores da categoria. No ano retrasado fecharam um acordão com a empresa para os próximos 2 anos, para evitar que os trabalhadores saíssem novamente à luta durante as eleições passadas e pudessem “prejudicar” a candidatura de Dilma. Agora os trabalhadores sofrem com a alta da inflação e estão desde 2009 sem reajuste salarial. Esses partidos (PT e PCdoB) votaram a favor da MP 532 no Congresso Nacional, defendendo a privatização dos Correios. As direções sindicais dos Correios seguem essa linha nacional dos seus partidos e por isso jamais travarão uma luta séria contra a privatização. Por isso os trabalhadores não podem ter nenhuma confiança nessas direções, devem confiar apenas em suas próprias forças e buscar as alianças com trabalhadores de outras categorias, com a juventude e com a população para lutar por suas reivindicações e contra a privatização, não medindo esforços para “passar por cima” dessa direção sindical vendida. Para isso é necessário lutar pela democracia direta nas assembléias e pela formação de comandos de greve que sejam representativos dos trabalhadores em luta e que garantam, de fato, uma luta dura e decidida para fazer a empresa e o governo se dobrarem.

Para isso é necessário o apoio dos outros trabalhadores e da juventude. A esquerda e os setores combativos não podem seguir na passividade e assistir mais uma vez os combativos trabalhadores dos Correios sendo traídos por suas direções. É responsabilidade da esquerda, principalmente do PSTU e do PSOL que dirigem diversos sindicatos importantes através da Conlutas e da Intersindical, forjar essa aliança não apenas com declarações e moções, mas efetivamente. Em São Paulo, que é um dos centros nevrálgicos dos Correios e da greve, por exemplo, o Sindicato dos Metroviários (dirigido por uma frente entre a Conlutas e a Intersindical) e o Sinsprev (Sindicato dos Previdenciários, dirigido pela Intersindical), para citar dois dos mais importantes sindicatos, devem colocar todas as suas forças materiais e militantes para apoiar essa luta ativamente, participando dos atos, assembléias e piquetes. Também as organizações estudantis que se dizem combativas, como a ANEL (dirigida majoritariamente pelo PSTU), ou o DCE da USP (dirigido pelo PSOL), devem se colocar ativamente nessa luta, forjando uma verdadeira aliança operário-estudantil.

É dessa forma que os trabalhadores dos Correios poderão ter onde se apoiar para enfrentar essa luta, que deve se dar não somente contra o governo Dilma e a direção da empresa, mas também contra a burocracia que dirige a maioria dos sindicatos e que é agente direta de implementação dos ataques. É dessa forma também que os trabalhadores dos Correios têm de buscar a vitória nessa luta e se tornar um exemplo nacional para todos os trabalhadores que lutam pelos seus direitos, contra a política de privatização dos governos nacionais e estaduais, e os ataques que o governo Dilma já prepara para fazer com que os trabalhadores paguem os custos da crise capitalista mundial, preservando os lucros e interesses dos capitalistas.

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