Quinta 25 de Abril de 2024

Movimento Operário

BASTA! A JUVENTUDE NÃO VAI PAGAR PELA CRISE!

Um chamado à juventude trabalhadora

25 Apr 2009   |   comentários

Temos visto se desenrolar com cada vez mais força uma crise histórica no sistema capitalista. Para além dos “sobe e desce” das bolsas de valores no mundo, a crise que hoje demonstra apenas seus primeiros sintomas tem deixado milhares de trabalhadores sem emprego em diversos países. Os capitalistas querem que sejamos nós os pagadores da crise que eles criaram. A resposta capitalista para sua última grande crise foi aumentar os níveis de exploração a todos os trabalhadores do mundo com o neoliberalismo, garantindo assim seus lucros.

A classe trabalhadora vem sofrendo há muito tempo com a falta de emprego e do crescente aumento da carestia de vida. Mas é a juventude que sofre muito mais diretamente com as penúrias desse sistema de exploração, com um desemprego estrutural “uma em cada cinco pessoas com idade entre 15 e 24 anos está desempregada, ou seja, 88 milhões de jovens, que representam mais de 40% do total de desempregados. Só no Brasil 3,5 milhões de jovens com idade entre 16 e 24 anos estão desempregados, representando então 45% da força de trabalho brasileira” ou com empregos extremamente precários a que somos obrigados a nos submeter.

Em vários países a juventude vem tomando para si a tarefa de incendiar a classe trabalhadora com nossa energia para dar um basta nos ataques e nesse sistema de miséria e exploração. São milhões de jovens que começam a questionar o sistema capitalista e o ideário neoliberal que tem reinado durante todos os últimos anos. Vimos nos últimos dias o ressurgir das lutas “antiglobalização” , nas manifestações massivas contra o G20; jovens estudantes da Itália, Espanha, França e Guadalupe lutando contra os ataques a educação; na Grécia foram milhares de jovens que saíram as ruas para lutar contra a repressão policial. Temos que seguir estes exemplos, nos colocando em movimento em defesa dos nossos empregos e direitos e apoiando nossos irmãos em luta em outros países.

Basta! A juventude brasileira não vai pagar pela crise!

No Brasil a juventude também tem sido a mais atacada na crise, com o desemprego chegando a 21,1% entre os jovens de 16 a 24 anos. Os jovens brasileiros em sua maioria são obrigados a vender sua força de trabalho por salários baixíssimos, trabalhando como temporários, terceirizados e nos trabalhos mais precários. Fomos os que ocupamos os postos de trabalho mais precários e agora somos os primeiros a perder o emprego.

À juventude é negado qualquer direito, a começar pelo direito básico de estudar. Sabemos que no Brasil desde as escolas públicas o jovem é obrigado a aceitar condições ínfimas de formação e, para fazer universidade tem que gastar quase todo seu salário para pagar uma faculdade. Afinal, é quase impossível para um jovem trabalhador entrar nas públicas! Por isso, entendemos que a universidade brasileira tem um caráter elitista e racista e suas portas estão fechadas a esmagadora maioria da população. Além disso, muitos jovens são obrigados a abandonar seus estudos para trabalhar ou porque não conseguem arcar com os custos de ser estudante.
Entre os adolescentes com idade de 10 a 15 anos que trabalham 65% são negros, com diferenças salariais gritantes. No Brasil, de acordo com um estudo feito pela Unicef 2,6 milhões de jovens que trabalham são negros. Assim, a burguesia mostra como se utiliza do racismo para aumentar seus lucros, dividindo a classe trabalhadora entre brancos e negros, sendo que os negros sempre estão nos empregos mais precários.

São muitas as empresas que justificam a demissão dos jovens com um discurso de que os solteiros e sem filhos devem ser os primeiros a serem demitidos, já que ainda não teriam “obrigações familiares” . Assim, negam ao jovem o direito de tomar em suas mãos as rédeas de sua vida. Meninas e meninos que vivem nas periferias não tem condições financeiras de sair de seu bairro e ir ao centro da cidade. A eles é negado o direito ao lazer e a cultura.
É nas periferias que encontramos também a barbárie da ação policial, que tem como alvo principal a juventude, em particular o jovem negro. Em nosso país são assassinados todos os dias 14 adolescentes nas favelas, desses, 70% são negros.

Confiemos nas nossas forças!

Não podemos cair no discurso do governo de que a crise é passageira nem nos disciplinar pelas centrais sindicais governistas que só sabem negociar com os patrões as nossas demissões. Confiemos somente nas nossas forças! Só a classe trabalhadora unida, passando por cima dos burocratas sindicais será capaz de responder a esses ataques e passar à ofensiva. Não dá para esperar nada do governo Lula, que desde que a crise se aprofundou em setembro de 2008, já deu mais de 300 bilhões para os capitalistas que demitiram mais de 2 milhões de trabalhadores. A tarefa emergencial que está colocada é de nos organizar e pensar todos os passos para combater os ataques dos capitalistas. Não podemos pagar pela crise. Eles que paguem com seus lucros. Com uma juventude revolucionária que se apóie nos grandes exemplos das lutas dos trabalhadores em todo o mundo poderemos tomar em nossas mãos a luta em defesa dos nossos salários e direitos e por uma nova sociedade, por um novo futuro socialista.

VOZES DA JUVENTUDE TRABALHADORA

Porque a juventude trabalhadora deve se organizar?
As dificuldades que enfrentamos na sociedade capitalista aumentam a cada dia com a crise económica mundial. Qual futuro a sociedade burguesa nos oferece?
Mais crises e mais guerras.
Cabe à juventude trabalhadora derrubar todos os obstáculos que conservam o capitalismo.No Brasil as velhas direções conciliadoras, petistas, já passaram da hora de serem superadas, temos que tirar nossos destinos das mãos da classe dominante e derrubar a exploração.
Gonçalo, Metalúrgico do ABC e membro do Movimento Unidade Operária

Organizar-nos significa dar uma resposta á altura as investidas dos patrões, mais do que isso é nos identificarmos como classe, saber quem somos contra quem lutamos e como devemos agir.
Barros ’ terceirizado do setor de informática e membro do Movimento Unidade Operária

No capitalismo, a juventude trabalhadora é o setor que mais sente as contradições deste nefasto sistema. Pelo decorrer da História, nós vimos que a burguesia se organizou para dominar e explorar toda a classe trabalhadora. Por isso, a necessidade de não só a juventude, mas toda a classe trabalhadora se organizar para dar uma resposta e por fim a toda essa exploração capitalista.O capitalismo retira todo o direito de nossa classe se desenvolver, e nos obriga a sobreviver a ”˜duras penas”™
L. sapateiro de Franca-SP e militante da LER-QI

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