Quarta 24 de Abril de 2024

Internacional

Ucrânia: anunciado acordo de cessar-fogo após cúpula em Minsk

13 Feb 2015 | O presidente russo, Vladímir Putin, anunciou hoje que foi acordado um cessar-fogo no leste da Ucrânia a partir do dia 15 de fevereiro. A cúpula de Minsk, com a presença de Angela Merkel, François Hollande, Petró Proroshenko e Vladímir Pútin, acordou um plano de paz que foi ratificado pelos separatistas do leste ucraniano. A negociação fora alcançada num tempo limite.   |   comentários

O presidente russo, Vladímir Putin, anunciou hoje que foi acordado um cessar-fogo no leste da Ucrânia a partir do dia 15 de fevereiro. A cúpula de Minsk, com a presença de Angela Merkel, François Hollande, Petró Proroshenko e Vladímir Pútin, acordou um plano de paz que foi ratificado pelos separatistas do leste ucraniano. A negociação fora alcançada num tempo (...)

“Chegamos a um acordo nas questões principais”, disse Putin, que compareceu sozinho perante os jornalistas na cúpula de Minsk, que contou também com a presença dos líderes da Ucrânia, Alemanha e França.

O acordo de cessar-fogo é um dos pontos principais do documento aprovado pelos mandatários após 15 horas de árduas negociações, e que, segundo Putin, contempla um pacote de medidas para a aplicação dos acordos de Minsk firmados em setembro de 2014.

Putin explica que a demora na conclusão nas negociações de Minsk deve-se ao fato de que as autoridades de Kiev se negam a manter contatos diretos com os separatistas pró-russos do leste do país.

“Por certo, é preciso dizer que o acordo tem estado tão distante de se conseguir porque, infelizmente, as autoridades de Kiev até agora se negam a manter contato direto com os representantes das repúblicas populares de Donetsky e Lugansk”, assinalou.

“Apesar de não reconhecidas, deve-se partir da vida real, se querem conseguir um acordo duradouro e construir relações é necessário manter contato direto”, acrescentou.

Não obstante, o documento foi assinado também pelos separatistas no Grupo de Contato para Ucrânia que inclui a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), sendo o único formato de negociação em que participam. Durante o dia de ontem mantiveram-se reuniões paralelas em que foram fechando dificultosamente o acordo, afim de evitar sentar na mesma mesa o presidente da Ucrânia junto aos separatistas.

O líder de Kremlin também afirma que o acordo contempla a retirada do armamento pesado desde a atual linha que se encontram as tropas ucranianas e desde as posições que ocupam os rebeldes no momento dos acordos de Minsk (de setembro).

Desde então, os pró-russos ganharam centenas de quilômetros quadrados de terreno, pelo que a área sem armamento pesado será mais ampla do que o acordado neste momento.

Este era um ponto importante que travava as negociações, pois em princípio Poroshenko se negava a aceitá-lo, querendo que retornasse às linhas de frente do mês de Setembro.

Ao término da reunião, o ministro alemão de Assuntos Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, expressou ainda que a situação pode voltar a explodir em um conflito. “Ainda pode-se arruinar tudo com explosões de violência”, advertiu Steinmeier, quem quer que, “sem nenhum tipo de euforia”, fique feliz pela declaração conjunta acordada. “Foi um parto difícil, mas pelo menos alcançamos algo”, resumiu Steinmeier.

Em sua opinião, o mais importante é que Moscou e Kiev estão em posição de acordo em um cessar-fogo que começará na noite de sábado, e que ambas as partes ratificaram um memorando escrito setembro passado, também na capital bielorussa.

Em segundo ponto, pela primeira fez se fixou “margens temporárias claras” para a aplicação dos compromissos de Minsk: desde as eleições, para o controle das fronteiras ou o troca de prisioneiros.

Steinmeier detalha que “as negociação foram extremamente difíceis”, mas considera que todas as partes eram conscientes do que estava em jogo e de quais seriam as consequências se deixassem Minsk sem um acordo.

O novo acordo de Minsk chega numa situação limite, quando a guerra no leste da Ucrânia crescia a níveis de um enfrentamento militar muito maior e os Estados Unidos ameaçava enviar armas a Kiev, o que significaria um salto de proporções nas crises geopolítica no leste europeu.

Entretanto, ainda assim não está claro que o acordo perdure e que não se reabram os enfrentamentos.

Agências/LaIzquierdaDiário

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