Quarta 24 de Abril de 2024

Movimento Operário

CONFERÊNCIA NACIONAL DE TRABALHADORES - ARGENTINA

Trabalhadores gráficos: militância operária e partido

10 Jul 2012   |   comentários

Hoje, nós trabalhadores que integramos a Lista Bordó e a Agrupação Gráfica Classista conjuntamente com aqueles que também são militantes do PTS, estamos discutindo nossa participação na Conferência Nacional de Trabalhadores do PTS.

Os companheiros da Lista Bordó já levantam claramente a necessidade de sindicatos sem burocratas e são parte de uma corrente classista e militante no movimento operário, mas as diferenças mais claras se abrem perante a necessidade de construir um partido da classe trabalhadora sem patrões com uma estratégia revolucionária. A isso se soma outra questão: se é necessário agora ou é uma tarefa para o futuro quando os momentos de crise se darão de forma aberta.

No meu caso pessoal, conheci o partido sendo delegado da fábrica e com uma organização medianamente construída, mas sem uma orientação clara. A claridade de um partido nutrido das experiências históricas da classe trabalhadora, de sua própria existência na realidade e nos vários conflitos, foram as bases que nos permitiram levar adiante uma organização que lute para fazer avançar a consciência dos trabalhadores na fábrica e nos fortalecer na luta contra o patrão para conquistarmos nossas reivindicações.

No caso da Worldcolor, os conhecemos em uma situação verdadeiramente insustentável com mais de 18 anos sem organização gremial e com níveis de exploração inacreditáveis, trabalho por partes, terceirização com salários miseráveis, uma caldeira em ponto de ebulição. Neste caso, o partido pôde orientar e dirigir essa ebulição com uma estratégica correta até a conquista da organização e mudança radical da qualidade de vida desses trabalhadores e por meio de sua própria experiência o avanço de sua consciência.

No desenvolvimento destas experiências pudemos ver com claridade como a burocracia sindical traia a luta dos trabalhadores e como as instituições do Estado como o Ministério do Trabalho ou a Justiça e seu aparato repressivo como a polícia ou a gendarmeria, se colocavam a serviço de resguardar os interesses do patrão. Também levamos a frente experiências políticas impulsionando a campanha da Frente de Esquerda como apoio ao desenvolvimento de uma alternativa política dos trabalhadores. A prática comum e toda esta atividade político sindical foram criando uma identificação comum de “classismo” entre os operários “independentes” e os trotskistas.

Por isso, esta experiência comum e identificação têm que nos servir para dizer que não podemos confiar em projetos que alimentam a conciliação de classe como faz o peronismo. Temos que combater estes projetos políticos patronais. Para isso, necessitamos de uma ferramenta política para que esta luta seja mais eficaz e muito melhor que nós trabalhadores, nos organizemos em nosso próprio partido, sem patrões. Nós dizemos que o partido revolucionário é necessário agora para poder orientar-se mais claramente, mas será indispensável nos momentos de grandes enfrentamentos e convulsões. Se não se prepara agora, nesta etapa, estaremos perdendo um tempo precioso e pior ainda quando os momentos de grandes crises se abrirem, estaremos outra vez desarmados e os trabalhadores vão terminar outra vez atrás de figurões reciclados, como antes foi Duhalde, Rodriguez Saá ou Kirchner.

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