Terça 23 de Abril de 2024

Juventude

Todo apoio à luta pelo FORA PM da USP!

03 Nov 2011   |   comentários

Já no dia da repressão, frente à indignação dos estudantes que decidiram ocupar a Administração da FFLCH, o PSOL e o PSTU foram derrotados em sua política de impedir a ocupação. Nesse dia, o DCE, dirigido pelo PSOL, foi repudiado pela assembleia dos estudantes ocupados por ter feito um “cordão humano” para conduzir os estudantes ao camburão da polícia, tentando impedir que o ato de 800 pessoas em repúdio à repressão defendesse-os.

Depois de um ato com mais de 1.000 pessoas pelo FORA PM na segunda-feira (31/10), na assembleia de terça-feira (01/11), o PSOL e o PSTU mobilizaram estudantes para irem apenas votar o fim da ocupação e logo em seguida irem embora. Essa manobra constituiu uma traição descarada da luta pelo FORA PM, demonstrando que era falso o suposto “apoio” que diziam dar à luta.

O PSOL e o PSTU adotaram a estratégia de conter o desenvolvimento de uma massiva mobilização pela expulsão da PM do campus, buscando desviar o processo de luta e se apoiar sobre ele para negociar uma reforma do convênio entre a USP e a polícia para “inibir” excessos.
Ou seja, apesar dessas correntes dizerem que são contra a PM na universidade e são contra o elitismo da USP, na prática, elas adotaram uma política que mantém a USP elitista tal como ela é hoje, mas com mais segurança. Com isso, são coerentes com o programa defendido nacionalmente por seus respectivos partidos, que apoiam as demandas e os motins dos policiais, como no seu apoio ao projeto de Lei em tramitação no Congresso que reivindica melhoria de condições de trabalho aos repressores (PEC 300).

Depois do PSOL e PSTU terem rompido com a assembleia de terça-feira tentando enterrar o movimento, 400 estudantes, que seguiram dispostos a lutar, encaminharam as votações sobre as propostas que haviam sido feitas antes da manobra e decidiram por unanimidade ocupar a reitoria.
No dia de hoje, o Jornal “O Estado de São Paulo” publicou em sua capa manchete que diz “Três correntes da extrema esquerda lideram invasão”, a respeito da ocupação de estudantes na Reitoria da Universidade de São Paulo. Na matéria se referem a Liga Estratégia Revolucionária, Movimento Negação da Negação e o Partido da Causa Operária.

Essa campanha reacionária organizada por amplos setores da imprensa tem o objetivo de esconder o apoio da ocupação demonstrado na assembleia; assim como o apoio ao movimento por parte de intelectuais como Luiz Renato Martins (professor da Escola de Comunicação e Artes) e Francisco de Oliveira (sociólogo e professor emérito da USP), que no dia 02/11 estavam na ocupação da reitoria dando entrevistas à imprensa em apoio aos estudantes. O mesmo em relação às declarações de apoio do Juiz do Trabalho e professor de Direito da USP, Jorge Luís Soto Maior.
Estas matérias veiculadas pelo jornal “O Estado de São Paulo” fazem parte do operativo do Reitor João Grandino Rodas e da burocracia universitária de isolar os estudantes combativos facilitando assim a desocupação sob a pressão judicial da reintegração de posse, mas sem descartar o verdadeiro teor da presença da PM na universidade que é reprimir os que lutam.

Neste momento, qualquer repressão à ocupação da Reitoria, aos estudantes, funcionários e professores que tem participado e apoiado este movimento será responsabilidade da Reitoria, do governo do Estado, do Conselho Universitário da USP e da Polícia Militar. Por isso, dizemos que a obrigação política do DCE da USP e dos Centros Acadêmicos, é defender a ocupação e lutar ativamente contra a repressão dos estudantes que a ocupam. Chamamos todas as organizações de esquerda, de direitos humanos, sindicais e estudantis a cercar de solidariedade a luta dos estudantes da USP contra a polícia que todos os dias assassina a população pobre e negra nas favelas e morros de nosso país.

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