Sexta 29 de Março de 2024

Movimento Operário

USP: nenhuma confiança nos acordos com a reitora e o governo

Somente com a força de nossa luta vamos arrancar as nossas reivindicações

09 Nov 2007   |   comentários

O sucateamento pelo qual vem passando os serviços públicos com a ofensiva neoliberal se mostra cada vez mais nas universidades na falta de funcionários e professores, no aumento escandaloso da precarização do trabalho e no arrocho salarial.

Na quarta-feira centenas de trabalhadores da USP foram até a Unicamp reivindicar que o acordo de fim de greve assumido pelos reitores fosse cumprido. Mesmo com a arrecadação muito maior do que o esperado, a proposta dos reitores foi de míseros 1,5% de reajuste e uma parcela de R$ 400,00 em forma de abono.

Diante da primeira proposta do Conselho de Reitores, os trabalhadores indignados tomaram a linha de frente e ocuparam o Conselho Universitário cercando os três reitores em sua sala.
De repente, do lado de dentro do Conselho Universitário, o representante da Adunicamp (associação dos docentes) tentava “disciplinar” os trabalhadores, e o professor Américo Kerr, em nome da Adusp, exigia que os manifestantes fossem mais moderados, ameaçando romper a unidade. Do lado de fora, enquanto os trabalhadores rechaçavam a presença da polícia, os dirigente governistas do Sindicato de Trabalhadores da Unicamp (STU), dirigido pelo PCdoB, agradeciam aos policiais, que segundo os pelegos deveriam “sair dignamente pois são trabalhadores como nós” ; enquanto os setores mais combativos dos trabalhadores repudiavam a presença da polícia.

Que vergonha! Quantos colaboradores tem a reitoria, governo e a policia! Por seu lado, o Fórum das Seis demonstrou que sua estratégia de pressionar pacientemente os reitores e limitar nossas reivindicações ao orçamento dos reitores, é totalmente impotente. Nesta paralisação ficou muito claro que os trabalhadores não devem ter a mínima confiança nos acordos que propõe a reitoria até que não sejam cumpridos.

Fortalecer os setores combativos para superar as velhas direções

Apesar do resultado não ser o esperado, o ato na Unicamp demonstrou que a vanguarda combativa que lutou bravamente contra os decretos de Serra, mantém suas energias, saindo novamente a lutar com métodos radicalizados que abalaram a “normalidade” imposta pelas direções do Fórum das Seis. Recentemente, os trabalhadores dos Correios demonstraram também um espírito de combatividade e um forte sentimento antiburocrático. Contra a normalidade pacífica dos pelegos governistas, reivindicamos o exemplo dos combativos companheiros dos Correios que obrigaram as direções traidoras do PT e do PCdoB a sair das assembléias escoltados pelos seus amigos da PM.
Chega de convivência pacífica com burocratas do STU, Adusp e Adunicamp!

O Sintusp, que organiza este setor mais mobilizado e combativo das três universidades, tem a responsabilidade de travar uma luta no interior do Fórum das Seis para romper com a estratégia petista de “pressão parlamentar” , e apoiar a organização dos setores mais combativos das três universidades. Ao mesmo tempo, como integrante da Conlutas, tem a obrigação de exigir que a vanguarda combativa que se apresentou novamente nesta paralisação não continue isolada das demais categorias essenciais à produção, apoiando, unificando e coordenando as lutas. A Conlutas tem que ser a vanguarda em apoiar ativamente os setores antiburocráticos e chamar a organizar-se unitariamente sob a bandeira: Fora de nossas organizações os pelegos colaboracionistas!

Pablo e Pablito são trabalhadores precarizados da USP

Artigos relacionados: Movimento Operário









  • Não há comentários para este artigo