Quinta 25 de Abril de 2024

Nacional

Mais Privatizações em São Paulo

Serra aprofunda os ataques contra a classe trabalhadora

09 Nov 2007   |   comentários

Recentemente o governador José Serra/PSDB anunciou que pretende jogar no colo dos mega-empresários nacionais e internacionais 18 empresas públicas do Estado de São Paulo, através da retomada do PED (Plano do Estado de desestatização) iniciado na década de 90 por Mário Covas.

O governo de Serra pretende com isso intensificar os planos neoliberais de privatização das companhias estatais. Entre as empresas que Serra quer entregar para os empresários está a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o Metró, a Imprensa Oficial, a Cetesb e a Sabesp, só para falar de algumas. A previsão é de que até o fim do ano esteja concluído o levantamento dos valores das ações e modelos mais “vantajosos” para a venda dos ativos . Reunidas em três grupos diferentes, por tamanho e valor de mercado, só a “primeira fatia” que agrupa a Nossa Caixa, a Sabesp e a Cesp (energia elétrica) está avaliada em R$ 25 bilhões, segundo cálculos da BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo). Em nome do lucro cada vez maior, Serra aprofunda os ataques contra a maioria da população: é conivente com o sucateamento das estatais; com as altas taxas cobradas pela Telefónica e pela AES Eletropaulo; com os maus serviços prestados e com a super-exploração que resulta em acidentes de trabalho, invalidez e até em mortes.

Desde o início de seu mandato este ano, José Serra tem mostrado a que veio: um acidente de grandes proporções atingiu as obras da futura Linha 4 do metró administrada por uma concessionária privada, antes mesmo do tucano completar 30 dias de sua posse. Sete pessoas morreram. Esse acidente ocorreu não por uma “terrível fatalidade” como sempre alegam os capitalistas quando pressionados pelas tragédias que são, na verdade, sua responsabilidade. A única e verdadeira explicação existente é que, assim como Lula a nível federal, que em outubro entregou sete lotes de rodovias federais para a iniciativa privada (entre elas a BR-116 e a Bandeirantes), no comando de SP Serra deixa claro ter um plano abertamente antipopular e repressor de administração, que favorece a grande burguesia, multiplica seus lucros e privilégios, reprime e mata os trabalhadores e o povo pobre, usando a truculenta tropa de choque contra o movimento estudantil e os sem-terra.

Poucos meses depois do “buraco do metró” , o governador Serra teve que se enfrentar com os quase 60 dias de greve e ocupação radicalizadas dos estudantes, trabalhadores e alguns professores da USP que se mobilizaram contra o decreto que subordinava ainda mais o ensino público superior aos interesses da iniciativa privada. Seguindo a mesma lógica de destruição das estatais paulistas, José Serra demitiu no primeiro semestre mais de 60 funcionários do metró que fizeram greve contra a precarização do trabalho e melhoria dos salários.

Nós, trabalhadores e usuários da rede pública, não podemos aceitar essa situação. Devemos desmascarar as mentiras da burguesia que quer nos fazer acreditar que a privatização traz melhores e mais baratos serviços. Os escândalos de corrupção que favorecem os políticos burgueses e os grandes empresários, as tarifas cada vez mais altas, além dos salários de fome pagos pelas empresas privatizadas e terceirizadas, são a prova do contrário. É preciso lutar pela reestatização, sem indenização, de todas as empresas públicas privatizadas, sob controle dos trabalhadores e de comitês de usuários.

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