Palavra Operária

No dia 25 de outubro se realizou o Fórum “A revolução socialista e as lutas atuais da classe operária” , primeira atividade no marco das “Jornadas de Discussão: A 90 anos da Revolução Russa” , impulsionadas pela Juventud de Izquierda Revolucionaria (JIR), organização irmã da LER-QI na Venezuela. Neste primeiro Fórum participaram como expositores dirigentes operários como José Villegas, da gestão operária da Sanitários Maracay, José Bodas, dirigente petroleiro e secretário-geral da Fedepetrol (Anzoátegui) e o dirigente estudantil e da JIR, Angel Arias. Mais de 50 companheiros participaram nesta importante atividade, destacando a presença dos trabalhadores da Sanitários Maracay, trabalhadores e ativistas em geral. Esta primeira atividade foi impulsionada conjuntamente com os companheiros que impulsionam o jornal Voz de los Trabajadores.

Depois de uma exposição dos acontecimentos e da importância da Revolução Russa e suas lições atuais desenvolvidas por Angel Àrias, os dirigentes operários José Bodas e José Villegas expuseram as lutas atuais das quais são parte, englobadas no marco das lições da Revolução Russa. Tanto nas exposições como no debate se desenvolveu a discussão atual sobre a Venezuela bolivariana e “seu socialismo do século XXI” . No debate se desmistificou a falácia do “socialismo à bolivariana” como um “socialismo de empresários” , no qual os que têm se beneficiado nos últimos anos são os de sempre, enquanto se desenvolve uma emergente burguesia bolivariana. Ficou claro no debate ao redor das lutas atuais como o governo nacional venezuelano em função de defender os interesses da propriedade privada tomou partido dos empresários como no caso da Sanitários Maracay, cujos trabalhadores tiveram como única resposta o “não” por parte do governo às suas reivindicações, tendo sido reprimidos pela polícia e pela Guarda Nacional; ou no caso dos petroleiros de Anzoátegui, que em sua luta por um melhor contrato coletivo terminaram tendo suas demandas fundamentais negadas e foram reprimidos pela polícia em nome do favorecimento de uma burocracia estatal e das grandes negociações via empresas mistas junto às transnacionais.

O companheiro Angel Arias enfatizou a necessidade de tirar as grandes lições deixadas pela Revolução Rssa e a grande vigência da aposta revolucionária pela revolução socialista. Desmascarou como este “socialismo com empresários” de Chávez não é mais que uma repetição dos velhos nacionalismos burgueses que já existiram na América Latina, em forma degradada e até caricaturesca, que serviu apenas para levar a classe operária, camponeses e todos os setores explorados para becos sem saída. Colocou a necessidade hoje mais urgente que nunca da construção de um poderoso partido revolucionário dos trabalhadores na luta por uma verdadeira revolução socialista.

As colocações de todos os expositores foram importantes ressaltando a necessidade de um partido dos trabalhadores. Isso é chave no marco em que a Juventud de Izquierda Revolucionaria há muito meses, e mais enfaticamente ainda desde o lançamento do PSUV, vem chamando a constituir um grande movimento por um partido dos trabalhadores para contrapor uma alternativa de classe ao partido do “socialismo com empresários de Chávez” para que se expressem na vida política nacional de maneira completamente independente.Um grande partido operário independente baseado nos organismos de representação e luta dos trabalhadores e que levante um programa claramente anticapitalista, na perspectiva de um governo operário, camponês e do povo pobre como única via real para dar passos para a resolução das principais demandas operárias, camponesas e populares.

A Juventud de Izquierda Revolucionaria (JIR), é a organização irmã da LER-QI na Venezuela, e também faz parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional

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