Terça 23 de Abril de 2024

Juventude

NOTA DO DCE DA UNESP-FATEC À IMPRENSA, COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA, E À SOCIEDADE

Reitoria da Unesp tenta impedir o “I Festival Interunesp Contra as Opressões” e ameaça o movimento estudantil com punições, enquanto os agressores do “rodeio das gordas” seguem impunes!

25 Nov 2010   |   comentários

Reproduzimos abaixo nota do DCE Unesp Fatec

Como é de conhecimento público, nosso DCE vem impulsionando uma ampla campanha contra o “rodeio das gordas”, ligada à luta contra a opressão e ao projeto de universidade mercantilizado que forma este tipo de “estudante”.

A poucos dias da denúncia da ação execrável intitulada “rodeio das gordas”, o DCE veio a denunciar em sua declaração pública (Leia completa: http://dceunespfatec.blogspot.com/2010/11/declaracao-do-dce-da-unesp-fatec-sobre_04.html) que “a reitoria deixa um posicionamento vago quanto à punição aos estudantes que cometeram a violência, tentando se isentar em base nos procedimentos burocráticos aos quais o caso deve ser submetido. O que não vem a público é que a punição aos movimentos em defesa da universidade pública e democrática é imediata e voraz”.

Desde então, os fatos vêm comprovando de maneira enfática tal afirmação. Sabemos que estudantes agredid@s não aparecem mais na Unesp devido à humilhação que sofreram e que há casos em que as vítimas são diretamente punidas no final do processo. No caso do "rodeio das gordas", vemos que e a principal preocupação da reitoria vem sendo declaradamente a “imagem” da Unesp, a “necessidade da defesa” por parte dos agressores e a intimidação/retaliação aos que estão denunciando o “rodeio das gordas”: o movimento estudantil.

A única ação que a reitoria teve foi a criação de uma comissão de sindicância, da qual a única notícia que se tem é que colheu depoimento de 2 estudantes de Assis(mais de 50 participaram do "rodeio" e segundo alguns relatos eram 80). A reitoria ainda não tornou público esses depoimentos e anunciou que o resultado do “trabalho” dessa comissão será divulgado somente no dia 28 de dezembro, ou seja, a melhor data para tudo literalmente “acabar em pizza”.

Enquanto isso, é notável como a reitoria está ativa contra o movimento estudantil, iniciando uma verdadeira “caça às bruxas”. Em primeiro lugar, quis desmarcar a reunião de negociação que estava agendada para o dia 17/11. Após a nossa insistência em sua manutenção, tentaram proibir que exercêssemos nosso direito democrático de nos manifestarmos em frente à reitoria.

Nessa reunião, que afinal aconteceu, o nosso primeiro ponto de pauta era: “1 - Frente ao posicionamento da reitoria – que se coloca contra o caso de assédio e agressão contra as mulheres ocorrido nos “Jogos INTERUNESP 2010” – exigimos que, assim como fez nos “Jogos”, a reitoria da UNESP banque pelas Unidades o transporte dos estudantes interessados em participar do “Festival-ato INTERUNESP contra a opressão” que será realizado no campus de Marília nos dias 03 e 04 de dezembro”. Com a discussão, a reitoria se comprometeu a emitir um comunicado às diretorias de cada uma das unidades da Unesp recomendando que cedessem o transporte necessário para levar os estudantes dos campi à Marília. Esta foi a única “concessão” da reunião, onde primou a intransigência total frente a todas as nossas demandas.

Para isso, a reitoria solicitou o envio da programação do festival, que foi devidamente protocolada na data acordada. No entanto, depois do cumprimento por parte do movimento estudantil de todas as exigências feitas pela reitoria, com inclusive pronunciamentos de representantes da mesma de que poderíamos ficar tranqüilos em relação ao transporte e ao espaço da Unesp Marília, a reitoria mudou completamente sua linha, de um dia para o outro. Criou uma nova “exigência”, que seria protocolar o projeto na diretoria de Marília (onde também estava tudo acordado previamente com a diretoria em base a uma série de reuniões, tendo esta também manifestado seu apoio à iniciativa), porém, desta vez com um prazo que já estaria esgotado! Fazendo exatamente o contrário do que havia se comprometido numa reunião (17/11), que está gravada (inclusive, até agora não nos foi disponibilizada a gravação, conforme haviam se comprometido, pelo envio de cópias via malote aos representantes do DCE), a reitoria emitiu um comunicado a todas as diretorias orientando a não concessão dos ônibus aos estudantes, fazendo retroceder em casos como o de Botucatu, onde o diretor já sinalizava positivamente no auxílio do transporte.

Mas o mais absurdo é que desde que começamos uma campanha em toda a Unesp contra o “rodeio das gordas”, começou uma escalada de ameaças, intimidações e retaliações contra o movimento estudantil. Em primeiro lugar, poucos dias após a reunião de 17/11, a reitoria emitiu uma notificação em nome do seu procurador, exigindo explicações sobre a declaração do DCE frente ao “rodeio das gordas”, com a ameaça descarada de punição aos estudantes “nos termos previstos em lei e nos regimentos da universidade”.

A declaração que a reitoria diz lhe causar perplexidade, é a mesma que diz que “é importante destacar que esta burocracia acadêmica, que sempre nega qualquer auxílio de transporte para as atividades do movimento estudantil, financiou com a maior tranqüilidade vários ônibus para o Interunesp neste ano, mesmo tendo conhecimento que este espaço legitima a opressão”. Uma vez mais, estávamos corretos. A reitoria está nos ameaçando por vinculá-la aos “Jogos Interunesp”, como se estivéssemos cometendo um crime, mas basta qualquer pessoa comum acessar o site da UNESP (www.unesp.br) e pesquisar a palavra "INTERUNESP" na caixa de texto "buscar no site", para ter acesso a uma lista de notícias, entre as quais pode-se ler "Organizado pelas associações Atléticas de cada campus participante, o evento contou não só com recursos fornecidos pela Reitoria da UNESP, mas também com a colaboração das Prefeituras dos dois municípios sedes.", numa matéria sobre a edição de 2003 do evento; ou, senão, a Reitoria comemorando o primeiro INTERUNESP com a chamada "Semente da integração começa a germinar"; ou ainda o ex-reitor Macari, do qualHerman Jacobus Cornelis Voorwald (atual reitor) era vice, dizendo que gostaria de incluir outras modalidades no INTERUNESP, que, inclusive, em alguns campi, as Comissões de Esporte, instâncias de gestão da universidade, tem como tarefa estatutária organizar!

Viemos através desta denunciar frente a imprensa, a comunidade universitária e a sociedade esta política da reitoria da Unesp que, como dissemos e se comprova a cada dia: é conivente com os agressores do “rodeio das gordas” e segue a mesma cartilha do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas na hora de reprimir.

Isso se comprova ao observarmos que neste momento, a reitoria da USP está ameaçando de expulsão 21 estudantes, em base a um decreto da ditadura militar, além de aprofundar cada vez mais a repressão ao Sintusp. Para eles, não bastou manchar a história da universidade com a invasão da PM em 2009 na USP, assim como em 2007 na Unesp-Araraquara. Contra essa ofensiva que relembra os tempos da ditadura, no último dia 30/11 realizou-se um ato contra a repressão naquela universidade, com centenas de pessoas e com o apoio de professores como Marilena Chauí, Chico de Oliveira e a presença de Paulo Arantes, Jorge Luiz Souto Maior, Marcus Orione, Otaviano Helene, Álvaro Bianchi, Antônio Carlos Mazzeo e vários outros. É apenas mais uma demonstração que o movimento não vai se intimidar frente à repressão para impor um projeto ainda mais elitista de universidade. Nosso DCE esteve presente neste ato e além colocarmos todas as nossas forças à disposição deste que estão sendo ameaçados pela reitoria da USP, também recebemos várias declarações de apoio ao nosso festival por parte de importantes intelectuais e entidades ali presentes (ver no blog do DCE), que se somam às declarações contra o “rodeio das gordas” e da Ordem dos Advogados do Brasil, das Católicas Pelo Direito de Decidir, da Associação de Professores da PUC, do Sintusp, da Adunesp e diversas outras.

À reitoria da Unesp dizemos: vamos realizar o I Festival Inteunesp Contra as Opressões (ver programação no blog)! Qualquer repressão será de responsabilidade da reitoria e será nada mais do que uma comprovação do que dizemos: é conivente com os agressores e persegue os que lutam contra! Não vamos nos intimidar frente às ameaças, pois a necessidade de lutar contra esta aberração que ocorreu na universidade é para nós um princípio, mesmo que para vocês não seja. Chamamos a todos novamente a participarem e apoiarem o nosso festival e campanha.

Pela punição exemplar das dezenas de agressores do “rodeio das gordas”!

Abaixo a repressão!

Todos ao I Festival Contra as Opressões! Neste final de semana (dias 3 e 4 de dezembro), em Marília!

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