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Internacional

Uruguai

Recompensa econômica para os torturadores

29 Apr 2007   |   comentários

Aprofundando e confirmando sua política pró-imperialista e anti-operária, o governo “progressista” de Tabaré Vázquez está dando novas mostras de sua verdadeira cara. Agora chegou a vez dos direitos humanos. Já antes de assumir, o congresso de Frente Ampla (FA) deixou bem claro que não pensava anular a lei de caducidad, que protegeu e amparou os repressores da ditadura, impedindo o conhecimento do fatos, e o julgamento e punição aos culpados. Agora parece ir mais além. Fez seu o projeto de lei da agrupação “14 de Abril” , reconhecidos apologistas do regime ditatorial.

Nos considerandos do texto apresentado por Tabaré ao Parlamento, afirma que “se pretende fechar definitivamente uma dolorosa etapa (...) tendo em conta o ambiente de violência extrema reinante no país e a inquebrantável defesa que fizeram militares e policiais de uma sociedade que se encontrava perturbada por essa situação” .

A iniciativa pretende recompensar economicamente com 150.000 doláres aos repressores. No cúmulo dos absurdos a iniciativa do poder executivo pretende recompensar a equipe militar ou policial que foi morto em represália por seus próprios crimes, enquanto eram integrantes de Esquadrões da Morte, mas ignora e deixa de lado as vítimas de sua ação.

Perseguição e prisão para os lutadores

A outra cara desta política vem sendo a repressão ao protesto social. Um claro exemplo foi o 4 de novembro de 2005, durante a visita do carniceiro Bush. Como conseqüência da selvagem repressão à marcha de repúdio, um manifestante foi enviado à prisão por danos em um Mc Donald, indiciado por sedição. Nesses dias, estreava o cargo a nova ministra do interior: Sra. Daisy Tournee, quem aceitou frente ao Parlamento tomar a “progressista” medida de infiltrar policiais civis na marcha.

Este 12 de abril marchou pela libertação do companheiro. Há que enfatizar o maior número de policiais infiltrados que houve, assim como filmagens e “fichagem” dos participantes. Nesses dias diferentes pessoas ligadas as organizações “radicais” também manifestavam a indignaçãode serem seguidos ou ter seus telefones grampeados.

Ao fim da marcha, se soube que também participava da mesma maneira anónima, uma juíza, atenta a se ocorria algum ato fora da lei. Foi assim que em determinado momento mostraum participante da marcha aos policiais civis quem rapidamente o levaram em uma viatura. O motivo da detenção de Washington Muñiz é queimar uma bandeira ianque. A absurda detenção provocou que alguns manifestantes se mantiveram nas redondezas do Tribunal, pedindo a libertação do detido, queimando reproduções da bandeira ianque e algumas cobertas.

Também foram chamados a depor Irma Leites da Plenária Memória e Justiça (organização de Direitos Humanos) e Rafale Fernandez do Partido dos Trabalhadores, por serem organizadores. Por enquanto todos se encontram em liberdade, ainda que continuam as autuações judiciais. Os partidos que se reivindicam democráticos, os sindicatos e organizações sociais devem repudiar ativamente este tipo de medida que atacam os direitos mais elementares de expressão e manifestação.

Temos que pór de pé uma ferramenta política dos trabalhadores que lute pela independência de classe e abandone qualquer política de conciliação de classes.

Traduzido por Clarissa Lemos

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