Quinta 18 de Abril de 2024

Juventude

JUVENTUDE

Realizou-se a plenária aberta do Movimento A Plenos Pulmões

16 Dec 2008   |   comentários

No dia 13/12, no Sintusp,
com a presença de
quase 100 estudantes universitários
de várias universidades
públicas e privadas,
de São Paulo e do Rio de
Janeiro, além de secundaristas
e jovens trabalhadores,
começamos a plenária com
uma teleconferência com
companheiros da Fração
Trotskista da Itália e do Estado
Espanhol (EE), para discutir
as tarefas da juventude
frente à crise capitalista.

Jean Baptiste (JB) da
Itália abriu a discussão dizendo
que as lutas de hoje
fazem parte de um ciclo
aberto na década passada,
de resistência ao neoliberalismo,
que se acentuaram
com a atual crise económica.
As ações são cada vez
mais convulsivas, combinando
greve geral, manifestações
de massa, duros enfrentamentos
com a polícia
e entrada em cena do movimento
operário e estudantil.
As jornadas na Grécia,
que começa a criar solidariedade
em outros países do
velho continente, é o ponto
mais avançado destas lutas.

Susana do Clase contra
Clase do EE explicou
como o estouro da bolha
imobiliária tornou o país um
dos mais afetados pela crise,
com ataques principalmente
a imigrantes e precarizados.
O movimento estudantil
vem crescendo suas manifestações
em várias cidades
contra os planos do governo
de privatização e elitização
das universidades. Estas foram
ocupadas (só em Barcelona
são cerca de 30)
e se formaram organismos
de auto-organização com
delegados de base (3 por
universidades). Em algumas
cidades o movimento já se
estende aos trabalhadores,
como a greve dos trabalhadores
da saúde que levantaram
a proposta de uma luta
unificada contra a privatização
dos serviços públicos.

Tanto JB como Susana
colocaram a necessidade
do movimento estudantil se
preparar tática e estrategicamente
para situações
mais agudas de luta de
classes, avançando para
um programa unificado e
na coordenação entre estudantes
e trabalhadores.
Os estudantes italianos vêm
avançando neste sentido,
como expressa sua consigna
“não vamos pagar pela
sua crise” , no avanço de
uma aliança com os trabalhadores
e na reivindicação
da greve geral feita as centrais
sindicais e sindicatos de
base.

Um manifesto da
juventude para a crise

Tomando como base
um rascunho de Manifesto
apresentado anteriormente
aos participantes , discutimos
a relação entre a crise
económica e a crise da universidade
brasileira com seus
distintos impactos ideológicos,
financeiros e políticos
na mesma e no movimento
estudantil.

Hoje, mais do que
nunca, precisamos de um
programa que parta das
necessidades mais imediatas
(assistência estudantil,
democratização da universidade,
mais verbas, redução
de mensalidades) de cada
estudante para chegar às
questões mais de fundo da
transformação desta universidade
de classe (fim do
vestibular, estatização das
universidades particulares,
universidade a serviço dos
trabalhadores).

A recente medida do
governo Lula de ceder 50%
das vagas, ao mesmo tempo
em que é completamente
insuficiente para mudar o
caráter elitista e racista da
universidade brasileira, demonstra
a adaptação da
esquerda que se nega a
levantar um programa ofensivo
de democratização da
universidade, deixando essa
bandeira nas mãos do governo
e da burguesia.

Discutimos que é ainda
mais necessário levantar
um programa nesse sentido,
para junto aos jovens secundaristas
e trabalhadores
que votamos nos ligar no
próximo período, possamos
apontar a luta pela transformação
radical da universidade,
para a qual será necessário
conformar um pólo
pró-operário no movimento
estudantil que estabeleça
um diálogo com a massa
dos estudantes.

Por fim, numa plenária
que foi muito dinâmica,
com várias intervenções dos
independentes e uma discussão
muito profunda, votamos
uma série de atividades
para que possamos nos
preparar para dar um salto
na APP a partir de dar uma
resposta profunda à situação
que se abre nacional e
internacionalmente.

Atividades e tarefas votadas

 Impulsionar a Campanha contra a demissão
de Brandão, ligada à construção doEncontro
Regional dos Trabalhadores aprovado pelo Sintusp,
construindo-o nas bases operárias dos locais em que
atuamos.

 Realizar em janeiro um Curso de Economia
Marxista junto a uma Plenária para fecharmos o
Manifesto e o Boletim do Desatai o Futuro para a
calourada.

 Intervir nas calouradas com o tema: crise
económica e crise da universidade, buscando
trazer um operário de Zanon, fábrica ocupada na
Argentina.

 Março: organizar um fim de semana de atividades
políticas, culturais e sociais da APP na Casa
Socialista Karl Marx (na Vila Madalena).

 Lutar pela realização em abril do Encontro
Estadual de Estudantes como já foi aprovado pelo
DCE da Unesp e o CACH.

 Organizar uma viagem para Zanon em julho.

Rafael Borges é membro do DCE da Unesp.

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