GIRO DE RAÚL GODOY DE ZANON NA EUROPA
Raúl Godoy na Grécia
30 May 2013
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Recém chegados à Grécia nos encontramos com um imenso calor, e uma crise que se sente nas ruas. Dezenas de pequenos comércios fechados, em várias quadras se podem ver colchões ou pequenas barracas individuais onde dormem pessoas sem-teto, e há muitas pessoas pedindo dinheiro. Uma visão do capitalismo em crise. Chegamos ao bairro Exarcheia, um bairro político em que está o prédio da Politécnica, emblema da resistência contra a ditadura militar nos anos 1970, e cuja ocupação foi selvagemente reprimida com tanques, que entraram na universidade matando vários e ferindo centenas. No mesmo bairro Alexandros Grigorópulos, de 15 anos foi assassinado pela polícia em 2008 numa grande manifestação.
Os revolucionários ante a crise
Mais tarde fomos muito bem recebidos pelos companheiros da organização trotskista OKDE-Spartakos. Após uma entrevista intercambiamos nossas visões sobre a crise capitalista internacional, as lutas e os processos em curso, a situação do movimento trotskista, e o papel dos revolucionários frente à crise
Em seguida tivemos um encontro com os companheiros do OKDE-EP (OKDE-Luta Operária) com quem tivemos uma fraterna conversa sobre a situação política em geral, e grega e particular, e também sobre a experiência de luta e controle operário em Zanon. Ficamos de continuar a discussão e o intercâmbio em Tessalônica.
Depois fomos recebidos pelos companheiros do grupo Resistências, que nos entrevistaram longamente para seu programa na Rádio Bubble. Nos perguntaram sobre a experiência de Zanon, e o contexto de crise econômica em 2001, a situação europeia e em particular francesa e alemã, aproveitando a presença dos companheiros do CCR do NPA da França, e do Grupo RIO da Alemanha.
Junto aos trabalhadores da Vio.Me
Outra das atividades foi organizada pela Rede de Trabalhadores precarizados e desempregados: um debate público com mais de 100 pessoas, onde esteve Raul Godoy e um trabalhador da fábrica ocupada e posta a produzir sob controle operário, Vio.Me. É para nós uma luta emblemática nessa Grécia em crise, que já tem mais de 30% dos trabalhadores desempregados, com um forte impacto na juventude e mulher trabalhadora.
Depois tivemos uma reunião com a direção da coalizão anticapitalista Antarsya, na qual os companheiros se mostraram muito interessados em conhecer a experiência de Zanon, assim como os trabalhadores da Vio.Me grego, que são exemplos frente às demissões e fechamentos de fábricas. Também nos contaram a importante luta que os trabalhadores da educação gregos estão levando adiante.
Importante debate no Parque ocupado Navarinou
Por fim, se realizou um grande debate no parque ocupada e auto-gestionado Navarinou, nascido após as revoltas de 2008.
Estiveram mais de 150 pessoas, com grande entusiasmo, e muitas preguntas. Esta atividade que contou com o apoio de Antarsya foi organizada principalmente pelos companheiros do Sindicato de trabalhadores gráficos, que estão em luta pelo convênio coletivo de trabalho, e estão convocando uma greve, à qual trazemos a saudação dos trabalhadore(a)s de Zanon.
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