Quinta 25 de Abril de 2024

Nacional

Que a CUT e seus sindicatos rompam com o governo Lula e o PT

10 Sep 2004   |   comentários

No Brasil se desenvolve um processo de politização do movimento de massas, com importantes fenómenos de reorganização e de lutas em amplos setores da vanguarda, no meio de importantes conflitos que têm se desenvolvido no último período, como foi o caso da greve de 65 dias da USP, Unesp e Unicamp, onde os trabalhadores da USP tiveram um destacado papel pelos seus métodos de auto-organização e radicalização que demonstravam a politização existente desde o primeiro dia da greve.

Porém, justamente quando os trabalhadores dão seus primeiros passos, um novo e grande problema vem à tona: a CUT com seus milhares de sindicatos e milhões de trabalhadores, se alia a setores patronais e ao governo capitalista de Lula, apoiando as reformas “neoliberais” com as quais o governo de Lula pretende arrancar direitos trabalhistas e enfraquecer a organização sindical dos trabalhadores. Tudo isso como parte do projeto de aumentar a exploração da classe trabalhadora para garantir os lucros dos capitalistas. Hoje a direção da CUT propõe um pacto com a Fiesp no qual renuncia à luta pelo reajuste salarial dos trabalhadores nos próximos anos, e chega ao absurdo de publicar um jornal defendendo a reforma sindical, mentindo que seria “algo benéfico para os trabalhadores” .

A burocracia sindical da CUT, ligada ao PT, tem deixado as greves e lutas abandonadas à própria sorte, agindo como novos pelegos para trair os trabalhadores e defender os patrões e o governo de Lula. Essa direção é o principal obstáculo para que os 40 milhões de assalariados do país possam se unificar numa luta política independente contra a política do governo Lula e em defesa dos interesses da classe trabalhadora e do povo pobre. Sem libertar os milhares de metalúrgicos, químicos, metroviários, servidores públicos e demais categorias que da influência dos burocratas da CUT, não será possível unificar a classe trabalhadora, empregados e desempregados, para enfrentar o governo e impor um programa que lute por emprego genuíno e salário digno para todos. Sem que a classe trabalhadora esteja unificada, tendo à frente os trabalhadores das maiores fábricas e dos principais ramos da produção, distribuição, transporte e comércio, será muito mais difícil impor a nossa força para parar o país e ganhar a simpatia e o apoio das demais classes exploradas urbanas e rurais. Para isso, os trabalhadores necessitam retomar os seus sindicatos para transformá-los em organismos de luta capazes de garantir a unidade de todos os trabalhadores no combate contra os ataques do governo capitalista de Lula.

A classe trabalhadora, para conquistar sua unidade e lutar por suas reivindicações, precisa exigir que a CUT e os sindicatos rompam com o governo e o PT. É possível que essa direção burocrática rompa com o PT e o governo? Nós sabemos que não, porém, milhões de trabalhadores continuam sendo dirigidos e enganados por sindicatos dominados por esses burocratas. Esse domínio burocrático sobre sindicatos fundamentais como metalúrgicos do ABC, bancários, petroleiros, metroviários e outros é o que impede a unidade da classe trabalhadora. Enquanto os burocratas da CUT dominarem esses sindicatos, os trabalhadores estarão divididos e enfraquecidos para lutar por seus interesses e em defesa das demais classes oprimidas. Portanto, cada sindicato da CUT que romper com o apoio ao governo fortalece a união e a coordenação das lutas. É necessário coordenar os sindicatos que hoje rompem com o governo e o PT para falar diretamente com milhões de trabalhadores que estão nos sindicatos da CUT para que eles deixem de confiar nas mentiras de suas direções e acreditem que é possível lutar contra o governo e os patrões expulsando a burocracia da CUT e dos sindicatos.

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