Sexta 19 de Abril de 2024

Internacional

Balanço e perspectivas do Ensaio Geral Revolucionário

Que a COB convoque uma Assembléia Popular

14 Nov 2003 | Para consolidar a unidade dos trabalhadores, camponeses e povo pobre. Para discutir e resolver os grandes problemas que afligem as maiorias nacionais. Para definir o curso da ação a seguir.   |   comentários

Composta de delegados eleitos em assembléias por centros de trabalhos; fábricas; minas e comunidades.

Durante a reunião ampliada da COB do sábado 18/10, reunida para avaliar a situação nacional após a renúncia de Sanchez de Losada e fazer um balanço do movimento de outubro, os dirigentes da FSTMB estabeleceram que era necessário convocar com urgência uma Assembléia Popular, tomando como referência a Assembléia Popular de 1971.

A formação de uma assembléia assim seria um grande passo adiante

O grande levante de outubro foi possível pela grande espontaneidade e combatividade das bases operárias, camponesas e populares, porém mostrou também que ainda falta organizar e centralizar as milhares de iniciativas de luta que se desprenderam nas ruas e estradas.

Nenhuma das organizações existentes por si só pode lograr isto. Não se trata de fazer acordos entre dirigentes. É necessário erguer organismos de coordenação democráticos, não só para democratizar a luta mas para que discutam e decida, todos os que estavam combatendo juntos, acima das fronteiras sindicais ou de cada organização. Hoje, a Assembléia Popular é o organismo que poderia preencher este vazio.

Em primeiro lugar, permitiria superar a divisão que existe entre os distintos setores, como CSUTCB, COB, Coordenadoria em defesa do gás ou Federações dos Trópicos, incorporando muitos setores não organizados sindicalmente para começar a consolidar a aliança operária, camponesa e do povo pobre.

Em segundo lugar, a formação de uma Assembléia Popular permitiria que fossem as próprias bases que discutam um balanço do levante de outubro, adotando uma posição frente ao novo governo e de como prosseguir a luta no próximo período. Esta assembléia Popular deveria discutir todos os problemas setoriais e nacionais, elaborando um programa de ação que recolha e unifique as distintas demandas operárias, camponesas, indígenas e populares num plano de luta capaz de impor esse programa.

Em terceiro lugar, ao calor da preparação e reunião da Assembléia Popular. se poderia começar a discutir o problema de vida ou morte que se levantou no Outubro: não se pode enfrentar de mãos vazias os fuzis e tanques das forças repressivas. Deve-se colocar de pé a autodefesa organizada de todas as mobilizações e protestos populares.

Em quarto lugar, a Assembléia Popular teria que abordar a questão de como os trabalhadores vamos construindo nossos organismos de poder, como já colocaram os dirigentes da FSTMB, do Sindicato Misto dos Trabalhadores Mineiros de Hanuni ou ainda da COD de Oruro, e importantes problemas políticos, como enfrentar a farsa de uma Assembléia Constituinte arranjada que prepara o novo governo de Mesa.

Para que essa assembléia se transforme em um verdadeiro parlamento ou congresso operário e popular, não basta que apenas se integrem os atuais representantes das organizações sindicais e sociais. É preciso convocar uma ampla maioria de delegados de base com mandatos eleitos em assembléias de todos os centros de trabalho, fábricas, minas, comunidades camponesas, juntas de vizinhos, centros e federações estudantis, assim como representantes de todas as organizações políticas operárias, camponesas e originárias comprometidas com as lutas dos trabalhadores e do povo.

As juntas de vizinhos e a COR altenhas, os mineiros de Huanuni, as seis federações do Trópico cochabambino, o magistério de La Paz e outras organizações operárias, camponesas e populares combativas devem tomar em suas mãos a iniciativa, chamando a COB a convocar a Assembléia Popular o mais breve possível.

Desde a LOR-CI, nos colocamos a serviço de toda iniciativa que permita impulsionar uma forte campanha que torne possível a Assembléia Popular.

A Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional (LOR-CI), é a organização irmã da LER-QI na Bolívia, e também faz parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional

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