Terça 16 de Abril de 2024

Movimento Operário

METRÔ/SP

Privatização é a grande negociata do governo Alckmin para entregar bilhões às grandes empreiteiras

16 Sep 2011   |   comentários

São Paulo tem uma das menores malhas de metrô dentre as metrópoles (apenas 70 km), além de ser um dos mais caros, e atualmente ser um dos mais superlotados do mundo. É nesse cenário que o governo anuncia a inauguração das estações Luz e República da linha 4 – Amarela, que com seus poucos anos de vida já matou mais de 10 operários durante as obras, causou acidentes como o desmoronamento na obra de Pinheiros. O governo Alckmin pagou ¾ da obra, o restante, que seria a parte das empresas, foi financiado pelo BNDES a juros baixíssimos. A gestão moderna dos tucanos é bancada pelo mesmo projeto petista (de de seus aliando do PCdoB) que desde o governo Lula aderiram a este modelo de PPPs, privatizando (para as mesmas empresas) as rodovias federais, e agora Dilma privatizará as obras dos aeroportos.

A privatização, então, cumpre um duplo objetivo para a burguesia. Garante novos nichos de valorização para o capital e tem o importante papel político de dividir e fracionar a classe trabalhadora.

Por isso temos que tomar a luta contra a privatização como um dos principais eixos em torno do qual tem que se organizar a vanguarda militante no metrô. O PCdoB-CTB, que dirigiu durante anos o sindicato junto com o PT-CUT, não foi capaz de outra coisa a não ser construir a passividade da categoria diante desse importante ataque do governo. A esquerda (PSTU, PSOL e independentes) assumiu o sindicato na última eleição, com forte denúncia da privatização, porém o que vemos até agora é a incapacidade em fazer a luta avançar, porque continua alimentando a mesma passividade da diretoria anterior, ou seja, denunciar a privatização, fazer manifestações em algumas estações para “esclarecer os usuários”, não buscando uma aliança real e efetiva entre o sindicato dos metroviários e as demais categorias (primeiramente as que estão organizadas na CSP-Conlutas e Intersindical – que são maioria da diretoria), assim como com as associações de moradores, estudantis e da juventude para organizar unitariamente ações diretas.

Os metroviários devem combater a privatização e a terceirização, lutando pela estatização dos transportes (enfrentar os lucros dos capitalistas) sob controle dos trabalhadores e usuários. O sindicato deve fazer uma ampla campanha na cidade convocando os sindicatos, associações de moradores, organizações populares, estudantis e democráticas para a criação de um Comitê Operário e Popular por Transporte Público, Gratuito e de Qualidade que comece a tomar iniciativas na luta por essas reivindicações, avançando para construir um Plano Operário e Popular de Transporte que mostre que sem a farra de hoje, que entrega milhões aos empresários, além da corrupção entre governos e empreiteiras, se pode garantir recursos suficientes para expandir a malha metro-ferroviária e garantir um serviço barato, seguro, de qualidade e a serviço dos trabalhadores e dos usuários!

Para isso, o primeiro passo deve ser unificar nossa classe, combatendo o corporativismo, lutando pela efetivação sem necessidade de concurso dos terceirizados, dos metroviários da L4 e dos jovens cidadãos (jovens que cumprem mesma função que metroviários, sem direitos, sem estabilidade e com salários muito menores). Os mesmos direitos e conquistas para todos metroviários! O mesmo acordo coletivo! A organização no mesmo sindicato! Que os trabalhadores da L4 participem de nossas assembléias, que se organizem por setor, votem delegados, que possam, livremente, organizar plebiscitos ou eleições se desejam continuar no sindicato da construção civil ou mudar para o sindicato dos metroviários para junto conosco lutar por essas bandeiras, no sentido de unir as fileiras dos metroviários para fortalecer a luta pelas reivindicações da categoria e de todos os trabalhadores e pobres da cidade que necessitam de um transporte público, gratuito, seguro e de qualidade.

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