Sexta 29 de Março de 2024

Juventude

NÃO PASSARÃO!

Primeira vitória na luta contra o aumento do Restaurante Universitário

29 Nov 2008   |   comentários

A crise económica mundial, como era de se esperar, vai afetar a universidade. Os milhões gastos dos cofres públicos para salvar os capitalistas, tirados entre outras coisas do dinheiro da educação, farão com que os ataques a educação e a universidade se aprofundem, como temos evidenciado na Itália e Espanha.

No Brasil não será diferente. Se nos últimos anos enfrentamos diversos ataques que buscam privatizar e precarizar a educação, com o aprofundar da crise eles serão cada vez mais constantes e agudos.

Na UNESP de Franca, pudermos ter uma primeira prévia do que nos espera. Com o aumento dos preços dos alimentos, a direção, num momento de refluxo das lutas e de final de semestre, tentou implementar um aumento no valor do Restaurante Universitário (RU) que passaria dos atuais R$ 2,50 para R$ 3,80, um aumento de R$ 1,30 no preço da refeição, deixando a diretoria isenta de pagar o subsídio de 30mil reais anuais.

Tentou, pois os alunos reunidos em assembléia geral com a presença de 80 pessoas, deixaram clara sua posição de não permitir esse ataque, e de que nós, estudantes, não estamos dispostos a pagar nenhum um centavo a mais por essa conta, por isso, só negociamos redução! Se os alimentos subiram, que a diretoria pague a mais o valor do subsídio para manter o preço e a qualidade do RU, que não é nenhuma concessão, muito menos privilégio, e sim um direito a permanência estudantil. Se os burocratas afirmam que não tem dinheiro, exigimos que abram os livros de conta e que cortem seus privilégios, viagens e reuniões caras e que se proponham a colocar-se na linha de frente por mais verbas para a educação na briga com o governador.

Frente a essa proposta e a pressão que os alunos realizaram no dia seguinte na porta da diretoria enquanto realizava a reunião com a comissão eleita em assembléia e os funcionários, a reitoria recuou e se comprometeu a não aumentar o valor até abril do ano que vem, quando será realizada uma reunião aberta dos três setores para discutir o tema. Obtivemos assim uma vitória parcial que nos faz prepararmos para uma maior mobilização ano que vem, sem conter nenhuma ilusão na burocracia e confiando em nossas forças em aliança com os trabalhadores.

Esse pequeno exemplo, junto com as lutas que se desenvolvem no ME europeu, devem nos armar para combater os ataques ainda mais agudos que os capitalistas e a burocracia vão descarregar sobre a educação e a universidade em decorrência de sua crise.

Rafael Borges é estudante de Direito e membro do DCE da Unesp.

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