Quarta 24 de Abril de 2024

Primeira Conferência - Parte I

08 Oct 2007   |   comentários

Introdução

Devemos dizer que quem foi quiçá a personalidade mais importante do século XX não teve bem sequer a sorte de Karl Marx, que segundo o filósofo Jacques Derrida foi enterrado antes do tempo e agora, pelo avanço da globalização, volta como um fantasma para acertar as contas deste enterro prematuro [1]. Marx e Engels tiveram grandes biógrafos como Augusto Cornu e Franz Mehring; Trotsky teve um grande biógrafo como Isaac Deutscher, mas Lênin careceu e carece de um biográfo que esteja à altura de sua imensa contribuição à luta do proletariado moderno.

No começo sua biografia ’ feita pelo stalinismo ’ foi quase religiosa. Stalin e aqueles eu em seguida foram parte de sua fração, ao invés de enterrar Lênin ante do tempo ’ como se fez com Marx -, o embalsamaram em vida, quando estava gravemente doente. Cumpriram assim a profecia que Lênin havia feito de que, seguramente o transformariam em uma pessoa inofensiva para os interesses da casta burocrática e da burguesia internacional.

Após esta etapa de biografias iconoclastas realizadas pelos stalinistas, e de negação de Lênin por parte da social-democracia e dos reacionários, temos assistido ’ desde princípios dos anos 90 ’ à demonização e à destruição intelectual de sua herança. Hoje, nas livrarias de todo o mundo se podem ver as obras de Robert Service, Hélène Carrère d”™Encausse e outros biógrafos reacionários recentes, colocadas nos mesmos anais que as obras sobre o partido nazista, sobre os campos de concentração ou sobre a história do GULAG [2]. Mediante uma operação ideológica quase transformaram Lênin no autor dos campos de concentração. Um dos maiores homens na luta pela libertação da humanidade, foi transformado em seu contrário!

Nos anos 80 se desenvolveram distintos centros de pesquisa trotskistas, como o CERMTRI [3] e os Cahiers León Trotsky na França, Revolutionary History [4] na Inglaterra, etc., que têm avançado na reivindicação de aspectos da vida e da obra de Lênin. Existem também algumas histórias do Partido Bolchevique escritas por autores marxistas ’ como a obra de Pierre Broué [5] ou a de Alan Woods [6] -, que ainda que incluam anedotas interessantes da vida de Lênin, não estão à altura da pessoa, da compreensão da personalidade de Lênin.

Podemos dizer, ademais, que autonomistas como Toni Negri também reivindicam Lênin. Negri o faz citando-o nada menos que junto a Wilson, o presidente norte-americano que após a Iª Guerra Mundial elaborou os Quatorze Pontos [7] e o princípio de auto-determinação dos povos ’ uma tentativa de solução global à situação mundial. Mas compará-lo com Wilson, que depois terminou defendendo a paz de Versalhes [8] que conduziu à II ª Guerra Mundial é uma mostra de que os progressistas ’ inclusive os autonomistas ’ falam de Lênin para “passar deixar rapidamente de lado” .

Por outro lado, um reacionário como Carl Schmitt, disse que a leitura que Lênin faz da obra de Hegel é o acontecimento filosófico mais importante do século XX. Mas todas estas frases ditas ao passar não têm a função de recuperar o que nós queremos. Nós temos uma tarefa que, de nenhuma maneira, é neutra. Entramos no campo de batalha com uma visão partisiana, de luta, para recuperar a memória de Lênin, porque a tradição da luta dos explorados, de seu pensamento e de suas ações são fundamentais se o proletariado quer se colocar de pé e deixar de ser uma classe objeto de exploração. Por isso, nossa visão de Lênin será uma visão partidária, combativa, contrária de todos os que usam estas frases para falar de Lênin ou que querem enterra-lo, mumificar, ou “deixar de lado” . Nosso objetivo é reivindicar O Lênin teórico e líder do proletariado, porque não temos uma finalidade acadêmica ou de historiadores neutros. Nossa visão de Lênin não é neutra; temos uma avaliação em função do que cremos que aportou ao desenvolvimento da luta dos escravos insurrectos, que são os trabalhadores aqueles que se levantando e construindo a sua própria organização podem liquidar a exploração do homem pelo homem.

Mas se o destino da história de Lênin foi este, muito pior foi o destino do Partido Bolchevique, confundido com o stalinismo. O Partido Bolchevique é visto atualmente como as AS de Rohn ou a SS de Goebbels. Esta é a visão que quer impor a burguesia mundial. Mas nisso os reacionários não está só. Por exemplo, existe um círculo de comunistas anti-bolcheviques que reivindicam o comunismo, mas opinam que há que liquidar o bolchevismo, afirmando que Lênin era um autocrata, bonapartista, ditador, messiânico. Todas as frases que se utilizam para falar dos chefes do proletariado! As mesmas que usaram contra Marx, contra Engels, que utilizaram os inimigos de Trotsky nos anos 30.

Vamos desenvolver então, uma visão da biografia de Lênin e da história do Partido Bolchevique em cinco partes. A primeira abraça desde a formação do movimento marxista russo até a etapa do iskrismo [9] . Aqui apresentaremos tanto o marco internacional, como a situação na Rússia onde surgiu através da luta ideológica contra o populismo e o economismo. Na segunda e terceira parte desenvolveremos a guerra russo-japonesa e o processo da Revolução Russa de 1905. A quarta abarca os obscuros anos da reação: depois da Revolução Russa de 1905 e, fundamentalmente depois de 1907 até 1911, sobrevém uma grande crise económica na qual cerca de 25% da classe operária ficou desempregada, e isso se combinou com uma brutal reação contra-revolucionária do czarismo. Incluiremos aqui a luta que deu Lênin no terreno das idéias, contra Mach e Avenarius [10] ’ que eram positivistas. Finalmente, a quinta parte abarcará o período compreendido entre o novo ascenso operário de 1912 e a Revolução de Fevereiro de 1917.

As origens do movimento operário internacional

O movimento operário fez sua aparição revolucionária nas barricadas operárias parisienses de Saint Antoine e Saint Marcel na Revolução Francesa de 1789, atuando como a ala esquerda da democracia pequeno-burguesa jacobina e dos sansculottes [11]. É a primeira grande aparição do proletariado na História [12]. Em seguida durante a primeira metade do século XIX constituirá também uma ala da luta da burguesia contra os estados feudais e as monarquias absolutas.

Em 1848 o processo revolucionário que se conhece como a Primavera dos Povos estalou simultaneamente em quase vinte ou trinta cidades européias, e em Paris se viu a primeira revolução operária da história, cujo processo foi rapidamente derrotado pela burguesia apoiada no campesinato ’ que havia conseguido o direito à terra na grande Revolução Francesa de cinqüenta anos antes. Em seguida, surge o Segundo Império que baseando-se no domínio dos camponeses consegue manter disciplinado o proletariado durante vinte anos, praticamente de 1850 até 1871.

Já previamente em 1848, pouco antes da revolução proletária na França e a revolução na Alemanha ’ que era dirigida pela burguesia ’ um grupo de proscritos alemães exilados na França, e outros operários dão a Marx a idéia e o encargo de escrever que finalmente foi o Manifesto Comunista, no qual Marx defende o primeiro grande programa do proletariado em nível internacional.

Nos quinze anos posteriores a 1848 na Europa o proletariado leva adiante um grande processo de organização e seus setores mais lúcidos se encontram em 1862 numa exposição industrial internacional, na qual discutem não competir entre eles ’ porque a burguesia de cada país levava os trabalhadores de outros países para baixar o custo da mão-de-obra ’ e fundar uma organização internacional de trabalhadores. Esta foi a Associação Internacional de Trabalhadores, ou Primeira Internacional, que se funda em 1864 cujo objetivo era evitar a competição entre os trabalhadores, nivelar os salários e preparar a libertação material e espiritual da classe operária.

Anarquistas e marxistas disputam a direção do movimento operário em seu início, sendo os primeiros os que refletem os setores mais artesanais do proletariado, sob a influência liberal, e os marxistas os que representam suas alas mais avançadas.

Sob a direção dos anarquistas proudhonianos e os blanquistas em 1871 os operários de Paris se levantam. A França se encontrava em guerra com a Prússia, ficando Paris sob o assédio do exército inimigo. Depois de quatro meses o governo francês busca um armistício que é desafiado pela Guarda Nacional, os trabalhadores e o povo de Paris. Então, o governo ordena a evacuação imediata da cidade. As forças leais e os funcionários fogem a Versalhes, a vinte kilómetros de Paris, onde tradicionalmente residiam os reis, e neste momento o imperador Luis Bonaparte, sobrinho de Napoleão. Em Versalhes se organiza a reação que negocia com os alemães; mas os operários de Paris se negam a participar destas negociações e, quando o exército tenta se apoderar dos canhões que o povo havia comprado para a defesa da cidade, protagonizam uma insurreição e organizam o que se chamou a Comuna de Paris. Organizam-se por bairros, fazem todos votarem exceto os que haviam fugido, que eram agentes da burguesia; organizam milícias populares e se dispõem à defesa de Paris [13]. Marx disse que o proletariado havia encontrado a forma de exercer sua ditadura de classe.

Foi um levantamento ao qual Marx, antes que se produzisse, havia se oposto porque acreditava que não tinha possibilidades de triunfar dada a enorme desigualdade entre suas forças e o assédio de um dos exércitos europeus mais importantes da época. Entretanto, apoiava incondicionalmente a Comuna instaurando uma tradição política dos marxistas: que nunca, por mais equivocada que consideremos uma medida de luta, nos opomos a ela uma vez que fora votada pelos trabalhadores; senão que advertimos até o momento em que se decide iniciar a luta e, uma vez iniciada, a apoiamos até o final.

As milícias lutam bairro por bairro, levantam barricadas em todas as ruas de Paris em um combate que dura ao redor de um mês e, finalmente, morrem mais de 30.000 operários, muitos mais são feridos, e talvez até 50.000 executados mais tarde ou feitos prisioneiros; cerca de 7000 pessoas foram deportadas ’ algumas para a Inglaterra, onde a 1ª Internacional organiza uma grande ação de solidariedade para receber os operários que fugiam dessa revolução derrotada na Comuna de Paris.

Aqui termina, segundo assinala Engels mais tarde, uma etapa do movimento operário, que é a etapa da luta de barricadas [14].

Em 1875 a quatro anos da Comuna de Paris, na Alemanha os lassalleanos eram uma das principais correntes do movimento operário, junto aos marxistas. Estes últimos tinham dois grandes líderes operários, Wilhelm Liebneckt ’ que era o pai de quem depois morreria na revolução alemã de 1919 -, e um ebanista chamado August Bebel. Estas duas grandes figuras fundam o Partido Socialista Operário alemão junto aos lassallianos.

Neta época, o marechal Bismark tenta modernizar a Alemanha desde cima. A revolução burguesa de 1948 havia fracassado, e então Bismark pretende manter os operários a seu lado para conter os junkers ’ que eram os velhos donos das terras -, com o propósito de modernizar o país de forma burguesa desde cima. Lassalle, que era um oportunista, negociava com ele um lugar no regime para o Partido Operário Alemão. E então lhe faz uma série de concessões aos primeiros, como por exemplo, afirmar que a fonte de toda riqueza está na natureza e que o trabalho só a extrai, a processa.

No começo da década de 1890, com o fim das leis anti-socialistas, este partido que havia estado dez anos na clandestinidade, toma a denominação de Partido Operário Social-democrata Alemão e, adotando um novo programa conhecido como “Programa de Erfurt” se transforma em um movimento impetuoso que chega a ter um milhão de afiliados, dezenas de jornais próprios que são publicados em toda Alemanha, etc. Paradoxalmente, entretanto, vai se transformando em uma grande seita da classe operária alemã, uma seita com milhões de pessoas; mas este partido se converte em exemplo dos socialistas em todo o mundo. Em outros países, como na Checoslováquia, Hungria, Suecia, etc, se desenvolve em forma multitudinária o movimento marxista. Exceto nos países do sul da Europa, onde anarquistas e sindicalistas dominam o movimento operário.

Este é um marco de qual era a situação do movimento operário no começo destes acontecimentos que sucederam na Rússia, e que vamos narrar.

Dissemos, então que em 1789b surgem nas barricadas operárias de Saint Antoine e Saint Marcel as primeiras expressões do movimento operário, em 1848 se faz a primeira revolução operária; em 1871 se dá uma luta terrivelmente heróica que é derrotada na Comuna de Paris; já em 1864 ’ prévio a isso ’ se havia fundado a Iª Internacional; e, 1875 se funda o Partido Socialista Operário alemão ’ de 1880 em diante surgem partidos operários de milhões de pessoas em toda Europa. É um movimento impetuoso, no qual o movimento operário aparece com uma força que não teve nenhuma outra classe em sua irrupção na cena histórica, demonstrando assim que é uma classe extraordinária, com uma enorme potencialidade.

Enquanto isso, a Rússia que era uma sociedade semi-feudal que gemia sob a ditadura da autocracia czarista. Mas isto é o tema que tocaremos no próximo ponto.

Glossário

”¢ Alan Woods (1934 -Um dos principais dirigentes, junto a Ted Grant, da Tendência Marxista Internacional

”¢ August Bebel (1840-1913). Político socialista alemão. Em 1869 participou no congresso de Eisenach do qual surgiu o Partido Operário Social-democrata.

”¢ Blanquistas Seguidores de Louis-Auguste Blanqui (1805-1881). Político e revolucionário francês. Em 1839 após organizar uma insurreição armada que fracassou foi detido e condenado à morte, pena que posteriormente lhe foi comutada pela de cadeia perpétua. Foi posto em liberdade pouco antes da revolução de 1848, na qual participou ativamente sendo aprisionado novamente até 1859. Voltou a ser detido na véspera da Comuna de Paris, e ainda que não tenha podido participar nela foi nomeado seu presidente honorífico.

”¢ Carl Schmitt (1888-1985). Jurista e teórico político alemão, cujas elaborações ao redor da autoridade do estado serviram de inspiração ao nazismo. Ainda hoje conserva grande influência na teoria política contemporânea.

”¢ Ernst Rohm (1887-1934). Participou na fundação do Partido Nacional-Socialista da Alemanha e seu tansformou na mão direita de Hitler. Fundou o grupo paramilitar SA.

”¢ Jacques Derrida (1930-2004). Filósofo francês nascido na Argélia, considerado uno dos mais influentes pensadores contemporâneos.

”¢ Joseph Goebbels (1897’1945). Ministro de Instrução Pública e Propaganda do regime nazi.

”¢ Lassalleanos Seguidores de Ferdinand de Lasalle (1825-1864). Político e pensador alemão. Em 1845 se afiliou à Liga dos Justos. Durante sua participação na revolução alemã de 1848, pela qual foi preso, entabulou amizade com Karl Marx. Defendeu a unificação alemã e a Bismarck como seu necessário artífice, o qual o situou ao lado do Estado.

”¢ Pierre Broué (1926-2005). Historiador e militante trotskista.

”¢ Proudhonianos Seguidores de Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Filósofo político e revolucionário francês. Provinha de uma família de artesãos e camponeses. Sua obra mais conhecida é O que é a propriedade?, de 1840.

”¢ Toni Negri (1933 - ). Pensador político italiano. Em 1979 foi preso por ser considerado o ideólogo das Brigadas Vermelhas e do assassinato de Aldo Moro, presidente da Democracia Cristã. Sua obra mais conhecida é Império, escrita em colaboração com Michael Hardt, que se converteu em una referência do movimento autonomista.

”¢ Wilhelm Liebneckt (1826-1900). Político socialista alemão. Em 1848 participou nos sucesos revolucionarios e proclamou a República em Baden. Preso, fugiu para a Suíça e posteriormente a Londres, onde conheceu a Karl Marx. Em 1861 voltou à Prússia, onde divulgou as idéias marxistas e combateu o regime de Bismarck. Em 1869, fundou com Bebel o Partido Operário Social-democrata.

[1A obra a que se refere é Espectros de Marx, de 1993.

[2GULAG, sigla que em russo significa “Direção Geral de Campos de Trabalho” .

[3CERMTRI, sigla que em francês significa “Centro de Estudos e de Investigação sobre os Movimentos Trotskistas y Revolucionários” .

[4Coletivo de investigação britânico, fundado pelo falecido Al Richardson.

[5A obra referida é O Partido Bolchevique, publicada originalmente em fins da década de cinqüenta e cuja primeira edição em espanhol é de 1972.

[6Se refere ao livro Bolchevismo: o caminho à revolução, publicado em espanhol em maio de 2003.

[7Discurso do presidente norte-americano Woodrow Wilson ao Congresso de EE.UU., de 8 de janeiro de 1918.

[8Tratado de paz firmado em 28 de junho 1919, entre os países aliados e Alemanha, que tenta por fim oficialmente à I º Guerra Mundial.

[9Iskra, que em russo significa La Chispa , era um jornal dos marxistas russos, que formou uma geração de quadros revolucionários e que teve seu apogeu entre os anos 1900 e 1903, dirigida por Plekhanov ’pensador e ativista do socialismo russo a quem se considera o introdutor do pensamento de Marx e Engels na Rússia- e por Lênin.

[10A teoria de Mach e Avenarius é conhecida como empiriocriticismo, crítica da experiência ou “machismo” . Corrente idealista subjetiva, que considera que a lei fundamental do conhecimento é a “economia do pensar” , mantiveram uma representação do mundo como conjunto de elementos ’ sensações. Sustentaram a teoria da coordenação de princípio, isto é, da conexão indissolúvel entre sujeito e objeto.

[11Termo francês para designar os membros mais pobres do Terceiro Estado, entre os que se encontravam artesãos, operários e camponês.

[12Ainda que aqui não o desenvolvemos, há que assinalar que se o distintivo do proletariado francês foi sua aparição histórica como movimento operário nas barricadas; o cartismo na Inglaterra marcou um ponto fundamental na constituição política da classe operária. Este foi um movimento de reforma social e política (de 1838 a 1858) que deve seu nome à Carta do Povo, que assinalava seus principais objetivos: sufrágio universal masculino e secreto, dos maiores de 21 anos; jornadas de trabalho de 10 horas; legislação protetora do trabalho, etc.

[13Entre os decretos aprovados pela Comuna se encontram: abolição do trabalho noturno; abolição da guilhotina; concessão de pensões para as viúvas dos membros da Guarda Nacional mortos em serviço, assim como para seus filhos; devolução gratuita, através das casas de empenho estatais de todas as ferramentas dos trabalhadores, direito dos empregados a tomar o controle de uma empresa que fosse abandonada por seu dono. Também se substituiu o exército convencional com uma Guarda Nacional de todos os cidadãos que podiam portar armas; se separou a igreja do estado e se proclamou a igualdade para as mulheres. Dispós-se que os funcionários da Comuna recebessem o mesmo salário que um trabalhador e que seus postos fossem revogáveis.

[14Praticamente desde a Idade Média até o início da modernidade as cidades eram de ruas estreitas, nas quais o proletariado podia montar barricadas que cortavam o caminho das forças repressivas. A burguesia, aprendendo esta lição, transforma as cidades ’ depois dos levantamentos operários deste período e antes da Comuna ’ abrindo as avenidas para facilitar a entrada das tropas.









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