Sexta 19 de Abril de 2024

Juventude

UNIFICAR OS COMBATIVOS PARA CONSTRUIR NOVAS ENTIDADES PARA UMA NOVA SITUAÇÃO

Por um novo movimento estudantil anti-burocrático, anti-capitalista e aliado aos trabalhadores!

01 Nov 2008   |   comentários

Por: Tati

No ano passado, o movimento estudantil brasileiro abriu uma nova fase, se enfrentando nas lutas com os governistas nas entidades estudantis. O resultado disso foi que nas eleições do fim do ano passado, os governistas foram identificados como o que são: burocratas! Os estudantes elegeram majoritariamente os que se colocam no campo da luta contra o governo, como o PSOL e o PSTU. Infelizmente, a passividade verificada este ano na maioria das universidades demonstrou como essas correntes não superaram o velho modo petista de militar e que não estão à altura de dar as respostas necessárias ao movimento estudantil que ressurgiu.

Frente à crise capitalista, mais do que nunca precisamos de um novo movimento estudantil anti-burocrático, anti-capitalista e que se alie aos trabalhadores. Por isso, queremos abrir uma reflexão sobre quais entidades precisamos para encarar os novos desafios que estão por vir, que certamente serão muito maiores do que as lutas que já travamos.
Precisamos seguir o exemplo dos estudantes italianos que estão se mobilizando contra os ataques do governo de Berlusconi por trás da consigna: “a universidade não vai pagar pela sua crise” . Acreditamos que esse espírito deve ser a marca das entidades que se coloquem na perspectiva de impedir que os trabalhadores e a juventude paguem pela crise, combatendo o governo Lula e as autoridades universitárias que serão aliados dos capitalistas para descarregar a crise sobre nossas costas e colocar a universidade ainda mais a serviço do capital, sucateando mais profundamente as universidades com os cortes de verbas da educação para salvar os capitalistas com bilhões como já estão fazendo.

Em algumas semanas, simplesmente caiu por terra grande parte da ideologia propagada nestes anos de “neoliberalismo” e as universidades e a intelectualidade, por sua vez, hoje mostram seu real caráter ao praticamente não pautar a crise nos “centros de excelência” , quando até nos botecos esta é discutida! Lutemos para reorganizar os currículos, pela liberdade de cátedra e pela revalorização do marxismo para superar essa universidade decadente que não reflete os problemas da sociedade!

Precisamos de entidades democráticas, participativas, combativas e que defendam a auto-organização para enfrentar a burocracia acadêmica e a burocracia estudantil, que não são somente os governistas, mas também setores do P$OL como o Movimento Esquerda Socialista, que nas últimas eleições recebeu 100 mil reais da Gerdau (!) e a Ação Popular Socialista, por exemplo. Só assim, poderemos barrar os ataques e passar à ofensiva.

Mais do que nunca, devemos ligar as lutas específicas e a defesa de uma universidade massiva, pública, gratuita e de qualidade, à perspectiva da luta por uma universidade a serviço dos trabalhadores, como única resposta progressiva à crise da universidade, para libertar o conhecimento das amarras da propriedade privada. Sigamos o exemplo dos estudantes franceses de 68 que levantavam a bandeira “do questionamento da universidade de classes ao questionamento da sociedade de classes” , apontando a perspectiva de um novo movimento estudantil anti-capitalista e aliado aos trabalhadores, estando ao lado destes para não deixar passar os ataques e colocando nosso conhecimento a serviço de suas lutas.

Chamamos a todos os estudantes e correntes combativas, em particular os companheiros do PSTU, a debatermos o programa e a prática que são necessários para colocar as entidades numa nova perspectiva, superando todo sectarismo e colocando os interesses dos estudantes e dos trabalhadores na frente dos interesses menores.

Tati é diretora do CACH da Unicamp.

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