Sábado 20 de Abril de 2024

Movimento Operário

FRANÇA

Por um movimento estudantil que se organize junto aos trabalhadores em luta

12 Mar 2013   |   comentários

Em um momento no qual o problema do desemprego é uma das principais preocupações dos trabalhadores e jovens da França, os militantes da Corrente Comunista Revolucionária do NPA de distintas faculdades de Paris, junto a estudantes independentes, nos propusemos construir um coletivo interfaculdades que tenha como objetivos organizar a solidariedade do movimento estudantil aos trabalhadores que hoje lutam contra das demissões e os fechamentos de (...)

Em um momento no qual o problema do desemprego é uma das principais preocupações dos trabalhadores e jovens da França, os militantes da Corrente Comunista Revolucionária do NPA de distintas faculdades de Paris, junto a estudantes independentes, nos propusemos construir um coletivo interfaculdades que tenha como objetivos organizar a solidariedade do movimento estudantil aos trabalhadores que hoje lutam contra das demissões e os fechamentos de fábricas.

O caso mais emblemático é o da fábrica do grupo Peugeot-Citroën (PSA) em Aulnay, ameaçada de fechamento, grupo que já prevê suprimir mais de 11.000 postos de trabalho em todo o país. Frente a essa situação, decidimos que nossa atividade prioritária nas próximas semanas seria organizar a mais ampla solidariedade com os operários da PSA, que iniciaram uma greve por tempo indeterminado no dia 16 de janeiro. É por isso que desde o início da greve organizamos fundos de greve nas distintas faculdades, passando nos cursos, falando com cada estudante para explicar a importância de organizar o apoio econômico para que a greve possa seguir.

Na quarta-feira da semana passada, uma delegação de estudantes fomos à fábrica para levar o que havíamos juntado nos fundos de greve nas faculdades: mais de 1000 euros em poucos dias! Os operários e operárias da PSA nos receberam com muito entusiasmo e alegria, surpreendidos de que os estudantes se organizem para apoiá-los. Os momentos que passamos na fábrica foram muito emotivos, vários trabalhadores nos falavam do Maio francês, dizendo que os operários e estudantes precisam lutar juntos e pedindo que organizássemos uma nova viajem à fábrica.

Na quinta-feira passada, organizamos um grande festival na universidade Paris 8, onde mais de 250 estudantes vieram a solidarizar-se com a greve e a intercambiar com mais de 30 operários, sobretudo ativistas do comitê de greve, que se fez presente na faculdade. Graças à campanha que desenvolvemos na universidade, os trabalhadores da biblioteca, que haviam estado em greve recentemente contra as demissões dos trabalhadores precários, organizaram também um fundo de greve em apoio aos operários da PSA, que entregaram no festival logo depois de uma intervenção que fizeram para contar sua luta contra as demissões

As ações de apoio continuam: aproveitando a jornada de mobilizações contra a assinatura de acordos de flexibilidade trabalhista do governo de Hollande, na terça-feira passada, os estudantes do coletivo interfaculdades organizamos uma coleta em Gare d’Austerlitz (estação de trem parisiense) onde vários operários do comitê de greve da PSA Aulnay, juntamente aos trabalhadores ferroviários da estação e dos estudantes, difundiram a luta e juntaram dinheiro para o fundo de greve.

A luta dos trabalhadores da PSA Aulnay é hoje uma luta exemplo e por isso temos que rodeá-la de solidariedade e fazer todo o possível para que triunfe. Ainda que essas ações sejam somente uma pequena mostra, os militantes da CCR que impulsionam este coletivo o fazem com o objetivo de desenvolver um grande movimento nas faculdades capaz de organizar-se junto aos trabalhadores que hoje começam a enfrentar os ataques. Isso porque estamos convencidos da necessidade de forjar uma unidade entre o movimento estudantil e dos trabalhadores, aliança capaz de fazer tremer o governo e a patronal. Por isso que é fundamental recuperar a tradição do maio francês de ’68, onde os operários e estudantes se organizaram, saíram às ruas juntos e desafiaram o poder capitalista e seu governo.

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