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Por que lutar por um partido revolucionário junto a LER-QI?

31 Oct 2008   |   comentários

A partir desta edição, o Jornal Palavra Operária inaugura essa coluna de reflexões sobre a questão mais estratégica para os marxistas revolucionários: a construção de um partido revolucionário. Essa tarefa está colocada num novo patamar frente às perspectivas que se abrem com a crise económica, que se combina com uma crise de hegemonia do imperialismo norte-americano, e faz setores cada vez mais amplos das massas desiludirem-se com o capitalismo que escancara sua decadência.

Os trabalhadores e a juventude estão frente a um grande perigo e uma grande oportunidade. Se são capazes de organizar-se politicamente e impedir que a burguesia e os governos sigam descarregando sua crise sobre nossas costas, se abre a perspectiva de barrar os ataques e apontar a superação desse sistema de miséria. Caso contrário, saibamos que os capitalistas estão dispostos a arrastar a humanidade para um mundo com ainda mais barbárie, miséria, desemprego e degradação social e ambiental, organizando inclusive organizações fascistas para disciplinar o movimento de massas. Por isso, os trabalhadores e a juventude necessitam mais que nunca de uma direção revolucionária, superando todos os preconceitos construídos nos últimos anos por uma ofensiva ideológica contra o marxismo e sobre a necessidade de um partido.

Não é à toa que a burguesia e os governistas, com a colaboração dos seus ideólogos nas universidades, são os maiores defensores da ideologia antipartido, que é chave para manter os trabalhadores desorganizados e empalma com o sentimento de traição do PT, que foi a expressão no Brasil de um fenómeno internacional da transformação dos partidos stalinistas e social-democratas diretamente em agentes do imperialismo.

Infelizmente, a esquerda antigovernista não superou o modo petista de militar e pouco contribui para a superação dessa ideologia que só favorece nossos inimigos. Transformaram a tática de participação nas eleições e nas lutas, em estratégia, numa militância adaptada à democracia dos ricos e cética com relação à perspectiva estratégica da revolução operária e socialista. O PSOL já abandonou totalmente essa perspectiva. O PSTU a mantém somente nos discursos ou na propaganda nos jornais, mas lamentavelmente pouco se diferencia do PSOL na prática de um sindicalismo controlado pelo Estado burguês com as ”˜data-base”™. O resultado disso foi que os trabalhadores e a juventude, traídos pela burocracia sindical e estudantil, ficaram desarmados frente ao neoliberalismo; e a esquerda não esteve a altura de preparar, junto à vanguarda, uma alternativa a altura das circunstâncias, chegando a essa crise sem uma melhor preparação estratégica anterior.

Porém, os trabalhadores já demonstraram que são capazes de construir fortes ferramentas políticas no calor das lutas como fez com o PT. Mas desta vez terá que ser um partido operário, não para servir aos capitalistas. e sim para derrotá-los. A LER-QI quer aportar para impedir que essa fortaleza da nossa classe seja mais uma vez traída pelas direções. Somos uma Liga de revolucionários mas não nos consideramos o partido revolucionário nem que esse será fruto de nosso desenvolvimento evolutivo, como defendem várias organizações auto-proclamatórias. Esse partido surgirá de um processo de rupturas e fusões que se dão nos momentos de ascenso da luta de classes como os que estão por vir. A tarefa que nos colocamos é construir uma organização de centenas de dirigentes operários marxistas e intelectuais orgânicos da classe operária, que possa aportar com programa e estratégia para combater os traidores e colocar de pé um partido operário revolucionário e internacionalista no Brasil e no mundo. Contribua para essa perspectiva.

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