Terça 16 de Abril de 2024

Nacional

Por Uma Campanha Nacional Contra A Criminalização Dos Movimentos Sociais!

26 Mar 2013   |   comentários

No último período vimos os mais diversos exemplos de repressão no Brasil e no mundo. Estudantes chilenos que saíram às ruas durante meses em luta pela educação pública, gratuita e de qualidade, foram constantemente reprimidos pela polícia que, inclusive, assassinou um jovem de apenas 14 anos. Em vários processos de luta em países da Europa, Oriente Médio, a situação foi a mesma. No Brasil, o governo federal Dilma/PT colocou seu exército para reprimir os (...)

A repressão é um mecanismo concreto de dominação
de classe. Quando os setores oprimidos, jovens,
estudantes e trabalhadores se levantam e questionam
suas condições de vida, trabalho e estudo, são
prontamente respondidos com repressão do patrão, do
reitor, do governo, do Estado. Porque a classe
dominante necessita desse mecanismo para manter
tudo na mais perfeita ordem: a ordem burguesa.

No último período vimos os mais diversos exemplos de
repressão no Brasil e no mundo. Estudantes chilenos
que saíram às ruas durante meses em luta pela
educação pública, gratuita e de qualidade, foram
constantemente reprimidos pela polícia que, inclusive,
assassinou um jovem de apenas 14 anos. Em vários
processos de luta em países da Europa, Oriente Médio,
a situação foi a mesma. No Brasil, o governo federal
Dilma/PT colocou seu exército para reprimir os
trabalhadores de Jirau, que se revoltaram contra as
péssimas condições de trabalho. Assassinatos de “semterras”
no campo. Nos movimentos de jovens, a
repressão está presente nos atos contra o aumento da
passagem, do ABC paulista à Teresina-PI, e vem sendo
cada vez mais forte na Universidade. A UNIFESP e a
USP em São Paulo foram palco de desocupações
violentas que terminaram com dezenas de estudantes e
trabalhadores presos. Hoje, mais de um ano após a
reintegração de posse da reitoria da USP, os 72 presos
políticos sofreram um ataque do Ministério Público e
ainda correm o risco de responder processos judiciais
por formação de quadrilha, entre outras absurdas
acusações, o que pode leva-los presos por 8 anos. Esses
estudantes foram presos justamente precisamente
quando travavam uma luta contra a repressão policial
nas universidades, favelas e periferias.

Na UFMG o cenário não é diferente. No ano passado a
reitoria baixou uma portaria proibindo a livre
organização em confraternizações dentro do campus.
Além disso está perseguindo a vários estudantes. A
diretoria da FAFICH fez o mesmo e foi mais além.
Anunciou o fechamento de espaços estudantis e uma
reforma do prédio que restringiria os espaços e a
independência do movimento estudantil e seus espaços
de organização, luta e confraternização. Logo após
fechou a porta do CAFCA (Centro Acadêmico de
Filosofia). A porta foi reaberta, mas o importante
movimento que se gerou foi desmontado porque a
direção do DA na época (os mesmos que estão agora
em nosso DCE e no governo do país; o PT) falou que
deveriamos confiar em reuniões com a diretoria ao
invés da mobilização e luta independente dos
estudantes. Resultado? Essas medidas seguem
vigentes; tiremos as conclusões de que só sendo
instrumentos de luta independentes das reitorias,
diretorias e governos os centros estudantis (CA’s e
DA’s) poderão derrotar a repressão!

Isso porque a repressão, enquanto um mecanismo de
dominação de classe, é parte intrínseca do atual projeto
de Universidade. O projeto não apenas nacional, mas
mundial de Universidade, está pautada na privatização
e precarização do ensino, da pesquisa, da educação, ou
seja, da própria Universidade. Enquanto se avança na
produção tecnológica e intelectual, avança também a
criação de cursos pagos nas universidades públicas, na
parceria com empresas privadas, na implementação de
cada vez mais trabalho precário e terceirizado. Para se
levar adiante esse projeto, várias medidas são tomadas
pela reitoria e seus aliados – governos e sua polícia.
Desde o cerceamento dos espaços de socialização e
vivência, como as festas e atividades sociais dentro do
campus, que não só são espaços de lazer onde os
estudantes podem se conhecer e se divertir, como
também podem discutir e se politizar; até a repressão
direta a cada estudante e trabalhador que se levanta
para questionar esse projeto privatizante, a
precarização, as péssimas condições de trabalho e
estudo.

Frente a esses ataques nós, da Juventude às
Ruas, reivindicamos que os CA’s, DA’s
(começando pelo da FAFICH, onde podemos
ajudar!) e o DCE devem construir uma
campanha em que toda juventude, estudantes e
trabalhadores se coloquem na linha de frente
da luta contra a repressão. Para barrar tal
projeto de Universidade e avançar para a
construção de outra Universidade, que seja
realmente pública, gratuita, de qualidade e
para todos, com toda sua produção tecnológica
e intelectual voltada aos interesses da ampla
maioria da população – a classe trabalhadora
–, é necessário que se coloque ofensivamente
contra a repressão, que vem justamente para
impedir que se questione e lute. É necessário
que a juventude e o Movimento Estudantil
estejam ao lado dos trabalhadores de Jirau
reprimidos pelo exército de Dilma; dos
trabalhadores do movimento sem terra
assassinados no campo; jovens e trabalhadores
diariamente mortos pelas mãos da polícia nos
morros e favelas; dos estudantes que lutam
contra o aumento da passagem e são
reprimidos pela polícia em vários lugares do
país e dos 72 estudantes e trabalhadores da
USP ameaçados pelo MP!; dos estudantes que
lutam contra o aumento da passagem e são
reprimidos pela polícia em vários lugares do
país; e de todos os jovens e trabalhadores que
vem sendo reprimidos em suas mobilizações ao
redor do mundo!

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