Sexta 19 de Abril de 2024

Internacional

Pela anulação da dívida grega, envie sua “selfie” de solidariedade!

02 Mar 2015 | Depois do dia 25 de janeiro e a vitória do Syriza na Grécia, a Troika (Comissão Europeia, FMI e BCE) com a Alemanha à frente, vem protagonizando uma verdadeira cruzada internacional contra o povo grego. Contra a campanha reacionária de periódicos como o Bild alemão, que chama os alemães a dizerem "Não mais milhões aos gregos cobiçosos!", e toda a prepotência imperialista, desde o Palavra Operária lançamos uma campanha oposta: em solidariedade ao povo grego e pela anulação da dívida, envie-nos sua selfie de solidariedade! #SolidariedadeGrecia   |   comentários

Depois do dia 25 de janeiro e a vitória do Syriza na Grécia, a Troika (Comissão Europeia, FMI e BCE) com a Alemanha à frente, vem protagonizando uma verdadeira cruzada internacional contra o povo grego. Contra a campanha reacionária de periódicos como o Bild alemão, que chama os alemães a dizerem "Não mais milhões aos gregos cobiçosos!", e toda a prepotência imperialista, desde o Palavra Operária lançamos uma campanha oposta: em solidariedade ao povo (...)

Depois do dia 25 de janeiro e a vitória do Syriza na Grécia, a Troika (Comissão Europeia, FMI e BCE) com a Alemanha à frente, vem protagonizando uma verdadeira cruzada internacional contra o povo grego. Sob o temor de que o aprofundamento da crise e o desemprego em massa no sul da Europa fortalecessem os partidos reformistas anti-austeridade e dessem origem a fenômenos mais profundos de massas – como se mostraram em 3 manifestações de dezenas de milhares na Grécia – questionando a austeridade e a forma como os ajustes vieram sendo aplicados, Bruxelas e o governo de Angela Merkel impuseram duras chantagens e ameaças para dobrar o governo de Alexis Tsipras que, apesar de ter sido eleito com a promessa de por fim aos ajustes, cedeu nas negociações e pactuou com o Eurogrupo a extensão do atual programa de resgate por quatro meses.

A política da União Européia, sob a liderança da Alemanha e seus escudeiros mais fiéis, como o presidente espanhol Mariano Rajoy, foi desde o começo não outorgar "nenhuma concessão". Esta posição tem um alto componente político, mostrar que não se podem desafiar os planos de Bruxelas e de Berlim. No caso espanhol, sua posição se explica por um ano marcado pelo crescente desprestígio do partido do governo e o ascenso do Podemos.

O diário sensacionalista alemão Bild abriu uma campanha na Alemanha contra “os gregos cobiçosos” e contra a prorrogação do atual resgate à Grécia, que foi aprovado na Câmara baixa (Bundestag) do Parlamento alemão. O que em realidade faz é popularizar o discurso próprio do governo alemão, e também de vários países da Europa como o Estado espanhol e Portugal, de que a Grécia “honre seus compromissos”.

Entretanto, o que os governos europeus não podem dizer é que o dinheiro que as “instituições” emprestaram à Grécia não foi para os trabalhadores e povo gregos, mas para o pagamento dos bancos alemães, franceses, ingleses, espanhóis (e aos próprios capitalistas gregos) que têm títulos da dívida, enquanto a dívida seguia crescendo de forma exorbitante até tornar-se impagável. Dos 315 bilhões de euros que deve a Grécia, 240 bilhões são referentes aos “auto-empréstimos” que fazem os bancos europeus, através do BCE, para pagarem a si mesmos. Em troca desta “ajuda”, a Troika exigiu aos sucessivos governos entreguistas da Grécia (como o PASOK-Nova Democracia) que pauperizassem os trabalhadores e o povo, demitindo, privatizando, atrasando aposentadorias, flexibilizando os direitos trabalhistas.

Os trabalhadores do Estado espanhol, da Grécia, de Portugal, da Itália e de toda a Europa não receberam nem “apoio” nem “solidariedade” de parte da UE. Só tiveram ajustes, demissões, desemprego massivo e cortes na saúde e educação.

Lamentavelmente, o governo de Alexis Tsipras, que prometeu em sua campanha eleitoral “terminar com a austeridade”, acabou cedendo às imposições da Troika. Durante toda a negociação semeou ilusões na “boa Europa” com a qual se podia chegar a um acordo “que beneficiasse a todos”, numa estratégia de conciliação de classes que se negou a chamar a mobilização dos trabalhadores e do povo (que estiveram nas ruas apoiando o governo contra os governos europeus) para dar um basta à intervenção colonialista da Alemanha sobre as políticas gregas. Assim, a relação de forças esteve sempre a favor do Eurogrupo, da Troika e dos saqueadores capitalistas que manejam os destinos da Europa, para impor à Grécia suas condições.

Este fato foi duramente questionado por setores internos e simpáticos ao Syriza, assim como por outras forças da esquerda grega.

Mas o povo grego está disposto a resistir. Na quinta-feira os trabalhadores e a juventude novamente saíram às ruas, desta vez em repúdio ao acordo do Syriza com o Eurogrupo, o que pode polarizar a situação nacional e europeia.

Não foram os trabalhadores e os povos os que se endividaram, mas os governos europeus

“Não devemos, não pagamos”, é uma consigna que poderia soldar a unidade entre os povos do sul da Europa. Por isso, exigir hoje a anulação da dívida grega na Alemanha, no Estado espanhol e na França, além de outros países europeus, seria um ponto de apoio elementar dessa unidade. Uma campanha que poderia ser muito potente se fosse impulsionada pelos sindicatos, organizações sociais e políticas em cada país.

A nível internacional houve mobilizações importantes de solidariedade com os gregos na Alemanha, na França, na Inglaterrae outros países, que podem ser o começo de uma campanha internacional mais forte.

No Brasil, é também necessária a solidariedade ativa com os trabalhadores e o povo grego para que a balança penda contra os capitalistas e a Europa do capital. Para isso, propusemos à esquerda e às organizações dos trabalhadores (como a CSP-Conlutas, a ASS e a Intersindical) uma campanha em frente-única em solidariedade pela anulação imediata da dívida grega e a derrota dos planos da Troika. Achamos que devemos aproveitar a proximidade do Congresso da Conlutas e as inúmeras lutas em curso dos trabalhadores brasileiros para mobilizar ativamente esta campanha nas ruas.

Propomos também esta campanha a nossos leitores, como um pequeno passo neste caminho. Mande sua selfie solidária, suba no Twitter com o hashtag #SolidariedadeGrecia, mencionando @esquerdadiario, ou pelo email [email protected]. Conformemos esta grande frente única de solidariedade internacional ao povo grego!

Desde a Grécia e a Alemanha, já começam a sair também as respostas à prepotência do governo e da mídia alemã!

Todo o nosso apoio!

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