Sábado 20 de Abril de 2024

Nacional

Para combater a inflação: reajuste automático dos salários de acordo com o aumento do custo de vida

16 Feb 2008   |   comentários

A inflação voltou a pesar mais sobre as famílias mais pobres. Lembremos que os índices oficiais de inflação mascaram o verdadeiro custo de vida dos trabalhadores e do povo pobre. Não bastassem os índices médios de transporte, habitação e despesas pessoais registrarem aumento no ano passado, o preço dos alimentos representou um aumento no custo de vida sem precedentes nos últimos anos. No estado de São Paulo os gastos com alimentação corresponderam a (pasmem!) 100% da inflação! O preço da cesta básica subiu em 11 capitais entre janeiro e novembro de 2007; 16 capitais acumularam alta no custo dos produtos de primeira necessidade e a alta do custo da cesta básica em 2007 superou em todas as capitais do país o reajuste do salário mínimo concedido em abril do ano passado, de 8,57%. Enquanto o aumento do salário mínimo (R$ 380,00) não chegou a 10% o custo da cesta básica oscilou entre 11,46%, em Curitiba ’ menor valor ’ e 24,38%, em Aracaju (SE). Alguns produtos básicos da alimentação do brasileiro chegaram a um valor espantoso. O preço do feijão subiu 149,50% no ano de 2007 e liderou a relação dos itens com as maiores variações no IPC (Ã ndice de Preço ao Consumidor), em São Paulo. Os outros principais aumentos do ano que seguem a lista foram: batata (97,61%), cebola (75,10%) e leite em pó (62,90%) [1]. Como se vê, os capitalistas descarregam sobre os trabalhadores e o povo pobre o custo da anarquia da produção capitalista ’ escassez periódica de produtos, superprodução para exportação, oscilação de preços internacionais etc. ’, diminuindo o abastecimento dos produtos básicos e elevando os seus preços para auferirem mais lucros.

Ao mesmo tempo Lula faz demagogia e tenta convencer que o poder real de compra do salário do brasileiro “nunca foi tão alto” . Porém, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nos últimos dias que o rendimento do trabalhador, ainda que esteja crescendo de 2003 para cá, não alcançou os valores de 2002, quando o PT ainda nem governava o país. Uma comparação simples mostra que o poder médio de compra do salário diminuiu ao menos cerca de 5%, de 2002 para cá, com pequenas e insignificantes oscilações para cima a partir de 2003. No final das contas o arrocho sobre o poder de compra dos salários é muito maior se contarmos o aumento da inflação e da carestia de vida.

Para combater a inflação, a Conlutas e a Intersindical precisam organizar os trabalhadores para impor pelas força de suas lutas o reajuste automático dos salários de acordo com o aumento do custo de vida.

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