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Pão e Rosas no I Encontro LGBTT da CSP-Conlutas contra os ataques do governo Dilma

04 Jul 2013   |   comentários

Por: Marie C.

Neste fim de semana (dias 28, 29 e 30 de Junho) realizou-se em São Paulo o I Encontro Nacional LGBT da CSP-Conlutas. Foi a primeira vez que uma Central Sindical se propôs a pautar essa demanda.

Neste fim de semana (dias 28, 29 e 30 de Junho) realizou-se em São Paulo o I Encontro Nacional LGBT da CSP-Conlutas. Foi a primeira vez que uma Central Sindical se propôs a pautar essa demanda. Sem diminuir as tarefas e os debates que precisam ser feitos internamente para avançarmos nessa questão, se faz claro a necessidade de se forjar uma aliança orgânica dos LGTTBIs juntos aos trabalhadores nesse 11 de Julho para avançar nas conquistas por nossos direitos, sem deixar nenhum retrocesso passar.

No primeiro dia do encontro, dia que marca o início do movimento LGBT, a Revolta de Stonewall, que há 44 anos respondia à violência diária que lésbicas, gays, travestis e transsexuais viviam pelas mãos da polícia, foi organizada uma curta mesa de saudações. A mesa contava com ativistas históricas do movimento LGBT e foi seguida de uma manifestação que tinha como um dos eixos centrais o "Fora Feliciano" e a pauta do estado laico.

O segundo dia do encontro contou com uma mesa redonda intitulada "Conjuntura LGBT", composta por Flavio Bandeira do Setorial LGBT da CSP-Conlutas, por Tarcisio Ramos do movimento Somos Todos Coloridos, Jean Santana, dirigente do Andes-SN e pelo estudante Lucas Brito da Anel, que debateram o momento único de mobilizações de massa que vivemos hoje no Brasil, suas especificidades, seus motores e a necessidade de que se pautem os ataques brutais que vem sendo dados aos setores oprimidos, como o projeto da "cura gay" e o Estatuto do Nascituro.

Virginia, militante do Pão e Rosas e da LER-QI, interveio colocando como o momento que vivemos no Brasil é único, com massas que não tem experiência indo às ruas por direitos democráticos e bastante progressistas, inclusive se distinguindo do Fora Collor, onde a burguesia cumpriu papel de direção. Assim, a necessidade de dialogarmos com essa população que se vê como sujeito da política, para que todos os setores que tem seus direitos atacados, possam se unificar. Colocou também como no governo Dilma, governo que mais criou empregos, as/os transsexuais e as travestis nunca tiveram acesso a ele, somente em condições extremamente precárias ou se mantiveram na marginalização.

Marie, militante da Juventude ÀS RUAS! e da LER-QI colocou como em meio a uma crise, os primeiros direitos a serem arrancados são dos setores oprimidos e a especificidade que vivemos no Brasil por não podermos caracterizar como estado como laico e nosso governo se elege em meio à bancadas fundamentalistas religiosas e os empresários do pinkmoney.

Pautamos então a necessidade das deliberações deste Encontro se tornarem carne no próximo 11 de Julho, data que marcará a entrada em cena da classe operária

A tarde, fez-se mais uma mesa, intitulada "Opressão e Exploração" que tratava da opressão da sexualidade e gênero enquanto mecanismos para dividir a classe trabalhadora. A mesa foi composta por Camila Lisboa do MML (Movimento Mulheres em Luta), Iaci Lacerda da Oposição Alternativa da APEOESP (subsede Sto André), por Carlos Daniel, coordenador do Sindsef-SP, por Altino, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, por Daniel e por Renato Gomes, do Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu.

Logo após, foram realizados GDs, de curta duração. Seu intuito era promover a discussão dos participantes do Encontro a partir do que tinha sido apresentado nas mesas e nas intervenções, para logo propostas serem tiradas e um manifesto do Encontro também.

O terceiro dia do Encontro foi destinado tanto a uma roda de conversa sobre homofobia, com Wilson Honório, quanto à plenária final.

Lutar desde a Conlutas para que o dia 11 de julho incorpore nossas demandas!

Este encontro se deu em meio a um cenário convulsivo, hoje vivemos a maior mobilização de massas no Brasil dos últimos 20 anos, e ainda assim os ataques aos direitos democráticos não cessam. Ao mesmo tempo que vemos o governo retroceder em seu aumento da passagem, vemos sua base aliada e cujo poder é responsabilidade do PT, atacando as mulheres e os LGTTBIs. O Estatuto do Nascituro dá os direitos de uma pessoa, a um óvulo fecundado, a "Cura Gay" patologiza quem conquistou sua naturalização há mais de 20 anos.

Nós do Núcleo Pão e Rosas intervimos durante todo o encontro colocando nossa visão de que a luta LGTTBI não pode ser encarada de forma setorial, mas que deve ser incorporada com hierarquia nas paralisações e demais atividades que ocorreram nesse 11 de Julho. Ainda mais quando o governo com suas manobras demagógicas tentam desviar a voz das ruas e criar um espectro de golpe que só poderia encobrir a direita que tem sido uma importante aliada do partido “dos trabalhadores”, como Feliciano.

É necessário que as reivindicações e pautas centrais do I Encontro Nacional LGBT da CSP-Conlutassejam levadas de maneira que fortaleçam uma aliança dos setores oprimidos com a classe trabalhadora. Unificando suas fileiras para avançar na luta anticapitalista. É preciso que se faça ouvir nesse dia: Fora Feliciano como parte da luta por um Estado verdadeiramente laico! Pela revogação de os projetos que atacam os direitos das mulheres, negros/as e LGTTBIs.

Que as deliberações do Encontro se transformem em campanhas e discussões na base dos trabalhadores, dando tanto aos trabalhadores LGTTBIs uma opção antigovernista, quanto ao conjunto da classe trabalhadora passos para sua unificação.

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