Quinta 25 de Abril de 2024

Internacional

Os atentados, o movimento antiguerra e a posição dos socialistas revolucionários

20 Mar 2004   |   comentários

Os revolucionários internacionalistas repudiamos o brutal atentado de 11 de março e nos solidarizamos com os familiares das vítimas que nada tinham a ver com a política reacionária de Aznar, que em sua maioria eram trabalhadores, imigrantes e estudantes. Estamos longe da hipocrisia dos dirigentes dos países imperialistas como Bush, Blair, Chirac, Prodi e Berlusconi, que com lágrimas de crocodilo saíram publicamente a lamentar os atentados e hoje discutem intensificar sua política anti-terrorista. Eles levam adiante guerras (ainda que uns de forma “unilateral” e outros busquem o guarda-chuva da ONU) com armamento altamente sofisticado para evitar baixas nas forças imperialistas mas cada vez mais mortífero para a população dos países semicoloniais atacados, como pode-se ver na guerra de Kosovo [1], no Afeganistão e no Iraque. As potências imperialistas, desde a Segunda Guerra Mundial, pelo menos, atacam indiscriminadamente militares e civis. Todos seus chamados à “paz” são totalmente cínicos. Eles são os principais terroristas.

Zapatero e os “socialistas” do PSOE, que ganharam as eleições, são “social-imperialistas” , apóiam todas as guerras “humanitárias” da ONU e são inimigos da autonomia das nacionalidades, furiosamente monárquicos e defensores ferrenhos dos interesses dos monopólios espanhóis. Seu principal dirigente “nas sombras” , Felipe González, foi presidente de 1982 a 1996. Durante seu governo foram criados os GAL (Grupos Antiterroristas de Liberação) grupos paramilitares estreitamente relacionados com as forças de segurança do Estado, que empreendeu uma guerra suja contra o ETA.

Confiamos firmemente que somente a unidade internacional dos trabalhadores e dos povos oprimidos, com sua organização e luta podem acabar com os atropelos, a exploração e as guerras de opressão às quais nos arrasta o capitalismo e os governos imperialistas. O interesse elementar dos milhões de trabalhadores e jovens do movimento antiguerra e dos povos oprimidos do mundo que ontem se opuseram à guerra, é hoje o de lutar pela retirada imediata das tropas imperialistas do Iraque e de todo o Oriente Médio.

A partir desta perspectiva, nos opomos a qualquer tipo de terrorismo individual por fora da mobilização das massas, já que confunde e desorganiza os trabalhadores e atenta contra a unidade, como neste caso, da luta dos trabalhadores e dos povos ibéricos, com as massas árabes do Iraque e da Palestina e seu desejo de libertação nacional contra a opressão e a ocupação imperialistas. Como dizia Trotsky, dirigente da Revolução Russa e do Exército Vermelho, “para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque diminui o papel das massas em sua própria consciência, fazendo-as aceitar sua impotência e voltar seus olhos e esperança ao grande vingador e libertador que algum dia virá a cumprir sua missão” . E é qualitativamente mais nocivo o terrorismo de organizações reacionárias como Al Qaeda, dirigida por ex-membros da monarquia saudita, inimiga da organização e da luta das massas muçulmanas.

Os socialistas revolucionários chamamos os jovens e trabalhadores que se opuseram à guerra em todo o mundo a formar um grande movimento pela retirada das tropas de ocupação do Iraque e de todo o Oriente Médio, os convocamos a apoiar a justa luta do povo palestino pela derrota do Estado guerrerista de Israel e a nos opormos a qualquer política xenófoba contra os imigrantes muçulmanos ou que tente cercear as liberdades democráticas nos países centrais.

O Partido de los Trabajadores Socialistas (PTS) é a organização irmã da LER-QI na Argentina, e também faz parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional

[1Este ataque se deu em momentos em que o principal cargo político da OTAN era ocupado pelo “socialista” espanhol Javier Solanas, ex-chanceler de Felipe González.

Artigos relacionados: Internacional









  • Não há comentários para este artigo