Quinta 18 de Abril de 2024

Juventude

Eleições estudantis nacionais

O novo movimento estudantil exige entidades militantes e um novo programa

09 Nov 2007   |   comentários

Após um ressurgir do movimento estudantil nacionalmente, muitos cursos e universidades entram em processo eleitoral. As eleições têm que ser um espaço para potencializar o movimento estudantil combativo que se expressa nacionalmente e não a mera reprodução das discussões vazias de sempre, descoladas das lutas dos estudantes e trabalhadores.

As mobilizações que explodem nas universidades são expressão de uma crise do sistema universitário nacional provocada pela ofensiva neoliberal dos 90. Os governos e as burocracias acadêmicas tentam dar uma resposta pela direita a essa crise e o movimento estudantil busca responder. Porém, ainda temos limites que precisamos superar para sermos vitoriosos nesse momento que estamos sofrendo ataques coordenados.

Se faz imprescindível a radicalização política do movimento e a unidade mais ampla possível para combater os ataques que querem nos impor as reitorias e os governos para aprovar o REUNI, decretos, redesenhos institucionais, sindicâncias, demissões, mandatos de prisão, assim como os ataques aos trabalhadores e ao povo pobre, com o recente ataque ao direito de greve dos servidores públicos.

As ocupações das universidades nos mostram que o movimento estudantil ainda tem que superar o modo petista de militar e se alçar com um programa radicalizado capaz de ligar nossas lutas aos trabalhadores e ao povo. Achamos fundamental os estudantes combativos aparecerem como alternativa de luta e de direção aos estudantes nacionalmente, com um programa e prática que seja capaz de varrer o governismo do movimento estudantil, e também aqueles que se adaptam a eles como o PSOL (que chega a votar leis contra os trabalhadores como o Super Simples e permite que sua principal figura, Heloísa Helena, faça uma defesa veemente contra o direito das mulheres ao aborto) e todas as práticas que deixam os estudantes reféns da burocracia acadêmica, das reitorias e dos governos.
Nosso chamado à unidade em nenhum momento pretende esconder as divergências que temos com distintos setores do movimento estudantil combativo, mas parte da preocupação de como nos unificar contra o governo, repressão e reitorias. Não podemos permitir que os estudantes caiam em armadilhas que colocam setores como PSOL que se diz anti-neoliberal, mas é anti-operário e nas universidades deixam os estudantes reféns de um programa petista utópico para universidade ao mesmo tempo que querem restringir as lutas nos marcos sindicais. Desta forma se unificam nacionalmente com os governistas na Jornada de Luta pela Educação... e setores combativos como o PSTU capitulam a esta tática pelega, como fez ao participar da Jornada de Lutas e hoje tem que se enfrentar, como no REUNI, com seus antigos aliados.
Nós da Liga Estratégia Revolucionária, junto aos companheiros do Movimento A Plenos Pulmões, nos colocamos a tarefa de unificar todos os setores combativos do movimento estudantil com um programa e prática que sejam capazes de alcançar as massas dos estudantes e da população em aliança com os trabalhadores para derrubar a universidade elitista e racista, derrotar os projetos burgueses para a universidade, lutar pela democracia do movimento e pela auto-organização dos que lutam e por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo.

O novo movimento estudantil precisa de um novo programa, novos métodos e uma nova prática, sendo isso o que deve se expressar nessas eleições estudantis e nas futuras chapas. Essas eleições têm que ser parte da luta para que o movimento estudantil combativo comece a dar uma resposta à demagogia dos governos que falam em nome da defesa da qualidade do ensino, da transparência universitária e/ou do maior acesso ao ensino superior, que combata sistematicamente os governistas e a UNE no movimento, assim como setores anti-operários como o PSOL e forje a aliança operário estudantil em cada curso e universidade, que lute pelos direitos dos trabalhadores, como o direito de greve e que construa um movimento democrático, com entidades militantes e pela auto-organização dos que lutam!

Errata: em nosso jornal impresso foi publicada a seguinte frase "Não podemos permitir que os estudantes caiam em armadilhas que colocam setores como PSOL que se diz neoliberal(...)" sendo a formulação correta "Não podemos permitir que os estudantes caiam em armadilhas que colocam setores como PSOL que se diz anti-neoliberal(...)" como corrigido em nosso site.

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