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O movimento estudantil da USP de volta à cena?

25 Apr 2009   |   comentários

JPO: Pode nos contar porque essa ocupação se deu?
FV: Cada vez mais os estudantes da USP vêm percebendo a necessidade de responder ativamente aos ataques da reitoria. A repressão ao movimento, que tem como sua maior expressão a demissão do Brandão, também afeta os estudantes. Uma das medidas é justamente a questão dos espaços estudantis, que vem sendo atacados por todos os lados. Imaginem que essa sede do DCE tinha sido tirada de nós desde 2006! As assembléias vieram enchendo cada vez mais e se politizando. Nesta última, vimos aparecer de novo todo mundo da ocupação e um monte de estudantes de 1º ano que já estão vendo a necessidade de lutar. Aí todo mundo concordou que era necessário tomar uma postura ofensiva.

JPO: E qual é a política que a LER-QI defende para o próximo período no movimento estudantil da USP?
FV: Em primeiro lugar, precisamos manter esse espaço, que é nosso. Para nós, esse passo deve ser apenas o primeiro de uma mobilização mais profunda, que seja capaz de sacudir a universidade e recolocar o movimento estudantil da USP de pé. Está colocada a potencialidade de transformar essa ocupação num fato político capaz de expandir a mobilização dos estudantes para a construção de uma greve unificada na USP. Temos que nos concentrar na aplicação das importantes resoluções que tiramos na última assembléia, partindo de tornar efetivo nosso apoio à greve dos trabalhadores da USP que está agendada para o dia 5 e a paralisação estudantil que foi votada para esse mesmo dia. Para responder à ofensiva da reitoria, teremos que organizar uma grande greve unificada de estudantes, funcionários e professores da USP. Para isso, não basta a ocupação do DCE. Nosso movimento tem que se enraizar nos cursos e se organizar desde as bases para fazermos uma forte greve. As lições da ocupação de 2007 nos mostram como sem a auto-organização dos estudantes, com delegados eleitos a partir dos cursos, nossa mobilização não conquista a força necessária para barrar os ataques e passar à ofensiva.

JPO: E o que vocês propuseram nas assembléias para concretizar esta política?
FV: Uma das questões mais importantes é a organização do comitê de mobilização por delegados eleitos nos cursos.Outra é que temos que garantir a sede do DCE como parte da organização dos estudantes e ir aos cursos, às salas de aulas conversar com os estudantes que ainda não estão mobilizados a importância de construírem a mobilização. Fizemos a proposta de uma carta aos professores na assembléia, e que foi aprovada, para irmos às salas de aulas para discutirmos com os estudantes e com os professores que podem se juntar a nós a necessidade de lutar contra as medidas repressivas na USP, contra a precarização do ensino por via da UNIVESP e pela unificação com a luta dos trabalhadores da USP.

JPO: E para este Encontro Estadual de Estudantes que está sendo convocado para maio?
FV: Estamos frente a ataques das reitorias das estaduais paulistas por todos os lados. As universidades privadas estão descarregando a crise capitalista sobre as costas das comunidades universitárias. A crise capitalista está sendo descarregada sobre as costas dos trabalhadores, sendo que em São Paulo é onde há mais demissões. E os mais atacados também são jovens como nós. Ou seja, não faltam motivos para que todos os estudantes construam esse encontro que está sendo chamado pelo DCE da USP, da Unesp, da Ufscar e outros centros acadêmicos e grêmios. É também o melhor espaço para irmos organizando desde já uma greve das estudais paulistas, que a intransigência das reitorias está demonstrando que é a única ação que eles entendem.

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