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RIO DE JANEIRO

Nova epidemia de dengue se avizinha

29 Nov 2008   |   comentários

“Garantir que não teremos epidemia de dengue é impossível. Ao contrário há uma suspeita” , afirmou o prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, dia 30/10 [1] .A dúvida que resta é: será tão aguda quanto à do ano passado? No ciclo de dengue do verão passado foram registrados oficialmente 250.645 casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro e ainda mais 181 mortes. Estes são os números oficiais, com grande subnotificação. Nesta primavera ainda há poucos casos oficialmente, mas uma pesquisa de infestação (LIRAa) realizada pelo ministério da saúde anuncia novos sofrimentos para o povo.

A pesquisa LIRAa realiza uma amostragem de casas, terrenos e neles procura larvas de Aedes aegpti. Segundo a Organização Mundial de Saúde um índice superior a 1% indica estado de alerta e superior a 4% “risco” (para comparação: ano passado na capital fluminense o índice foi de 3,7%). Em todo país há 71 cidades em “alerta” e mais cinco em “risco” . O Estado do Rio de Janeiro entra com oito municípios em alerta, todos eles com grande concentração populacional. Na capital o índice deste ano é inferior ao do ano passado, 2,9%, mas há a regiões como a Tijuca, Méier e Campo Grande onde os índices ultrapassam os 5%, o mesmo vale para Nova Iguaçu, que não aparece listada mas tem bairros com 10% de infestação. Resumindo, com disparidade entre bairros, todo Grande Rio está marcada para ter uma nova epidemia.

Quem sofre com a dengue?

Ano passado enquanto os governos Lula, Cabral e César Maia debatiam sobre qual deles era mais responsável pela epidemia, esta dizimava a população. O mosquito não escolhe classe social para picar, mas a política dos distintos governos sim. Os bairros com maior índice de infecção foram Curicica e Cidade de Deus na Zona Oeste, seguidos de Gamboa, Santo Cristo e outros bairros da região portuária. Este ano o alto índice de infestação no Méier, na Tijuca e Campo Grande parecem anunciar que suas favelas e setores mais populares serão novos “bolsões” de infecção. Se este corte de classe é verdade na infecção é ainda mais no tratamento: quanto melhor e mais caro o plano de saúde maior a chance de conseguir um leito e um exame laboratorial para determinar a infecção. Aos trabalhadores e seus filhos restam as improvisadas tendas do exército improvisadas e as filas no Miguel Couto, Souza Aguiar e outros hospitais estaduais e municipais.

Como os governos se preparam para enfrentar a epidemia?

Eduardo Paes terá menor facilidade em fazer o jogo de empurra que César Maia e Cabral fizeram ano passado, já que tanto ele como o governador são do PMDB. Mesmo assim ele já declarou que ocorre epidemia porque o trabalho de prevenção “vem sendo mal-feito” , por quem se não seu próprio governo estadual e seu aliado federal? Lula por sua vez, tentando safar-se anunciou um “pacote” de R$ 1 bilhão para o combate à dengue, o que é basicamente o mesmo do ano passado, ou seja, somente R$ 47,6 milhões ao Rio de Janeiro [2].
Novamente os governos se esforçam em iludir os trabalhadores de suas responsabilidades como governo, culpando um ao outro, e com a ajuda da mídia instaurando um clima de perseguição contra os agentes de saúde, enfermeiros, médicos e outros profissionais da saúde para convencer a população que a culpa da dengue são destes e dos vizinhos de cada um (sendo que o próprio LIRAa define os pontos de coleta de água e tratamento de lixo como maiores culpados pelas infecções).

Os trabalhadores precisam dar uma resposta à crise

Novamente os trabalhadores e o povo serão duramente atacados, novamente se formarão imensas filas, haverá dor e mortes nos hospitais públicos e centenas de leitos de clínicas e laboratórios privados estarão desocupados. Cabe a CONLUTAS e seu partido dirigente o PSTU, aos sindicatos dirigidos, ao menos parcialmente, por correntes do PSOL como o SEPE e o SINDISPREV-RJ em levantar um programa de salvamento dos trabalhadores e do povo frente à epidemia, este programa deve ser exigido dos sindicatos dirigidos pelo PCdoB e PT que vacilarão em atacar seus governos mesmo com centenas de familiares e companheiros de trabalho doentes! Nenhum centavo aos banqueiros e aos donos de hospitais, salvar o povo, pela estatização sem indenização de todas clínicas, hospitais e laboratórios privados! Pela incorporação dos terceirizados e outros precarizados, salário mínimo do DIEESE a todos trabalhadores! Não pagamento das dívidas externas e interna para financiar um amplo sistema de saúde estatal, sobre controle dos trabalhadores e usuários!

O “PACOTE” DE LULA CONTRA A DENGUE É UMA PROVOCAÇÃO!

- R$ 47,6 milhões para o Rio de Janeiro combater a dengue em 2008

- R$ 410 bilhões em juros e amortização das dívidas interna e externa em 2008

Ou seja....

1 ano de combate à dengue = 61 minutos de pagamento da dívida!

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