Sexta 29 de Março de 2024

Juventude

Nossa luta nos Congressos de Estudantes da Unesp/Fatec e Unicamp

20 Sep 2007   |   comentários

Os congressos estudantis da Unesp/Fatec e da Unicamp acontecerão em setembro, após a principal greve dos últimos anos. Infelizmente, nesse momento prima uma onda de passividade e volta ao rotineirismo, que abre espaço para a burocracia acadêmica e os governos despejarem uma nova onda de ataques na universidade, ao mesmo tempo em que reprimem os trabalhadores, se não somos capazes de reorganizar os setores combativos para dar continuidade à nossa mobilização, o que a chamada “jornada de lutas em defesa da educação pública” foi incapaz de fazer. É para isso que devem servir esses congressos!

Nós da LER-QI, que impulsionamos o Movimento A Plenos Pulmões, estamos preparando nossas intervenções nessa perspectiva, em conjunto com vários independentes destas universidades, lutando para que não repitam a mesma lógica burocrática dos últimos anos: chega de parlamento da esquerda, com suas discussões intermináveis e suas centenas de resoluções que a nada servem!

Estes congressos devem servir para coordenar o movimento estudantil a partir de um balanço da greve e das ocupações, superar suas limitações e avançar para responder na ofensiva os ataques. Se hoje vemos um ensino público aos frangalhos, com falta de professores, falta de assistência estudantil, enfrentando constantemente enchentes e riscos de desabamentos, se deve a política dos governos estadual e federal cumprida à risca pelos reitores e a burocracia acadêmica, que respondem a qualquer movimento que surge com repressão, como vimos na São Francisco na USP mais recentemente. Nossa luta contra esses inimigos, que teve sua primeira fase na nossa greve e ocupações, não pode retroceder.

Para isso, teremos que combater também a burocracia estudantil, levantando a democracia direta, a auto-organização e entidades combativas e militantes, que fizeram tanta falta na nossa luta. É por isso que na UNESP, onde há tempos o DCE é burocrático, atuando por cima dos estudantes e, inclusive, contra eles, defendemos que o DCE se conforme como uma coordenação real dos lutadores dos campus, controlados pela base. Na Unicamp, o DCE deve se transformar num instrumento de frente única dos lutadores, instaurando a proporcionalidade!

Chamamos todos os estudantes que querem dedicar suas forças para fazer concreto um novo movimento estudantil, a lutar a partir destes Congressos por um pólo antiburocrático, antigovernista e pró-trabalhadores. Conheça e participe das chapas que estamos construindo, nas quais estamos buscando construir um programa que parta dos problemas mais sentidos pelos estudantes, mas que coloque a necessidade da aliança com os trabalhadores para transformar radicalmente a universidade.

Ricardo Festi é estudante de Ciências Sociais da UNICAMP e Vinícius Spinelli é estudante de História da UNESP de Franca

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