Sexta 19 de Abril de 2024

Internacional

Milhares marcham em Oaxaca contra a repressão

10 Aug 2006   |   comentários

O conflito que começou em maio por demandas económicas dos professores da Seção 22 do SNTE (Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação), rapidamente ganhou apoio do povo de Oaxaca produto da crise social e política, dando lugar à Assembléia Popular de Oaxaca (APPO) que aglutina o descontentamento contra o governo repressor de Ulises Ruiz do PRI.

Após o assassinato de um manifestante em 10/08 e das detenções de ativistas e dirigentes da APPO a crise em Oaxaca se agudiza. As 14.000 escolas do distrito permanecem fechadas, enquanto a Secretaria de Educação Pública ameaçou descontar os dias de salários dos professores que não votarem a dar aulas a partir de 21/8. No sábado 12/8 o secretário de imprensa da seção 22 do sindicato anunciou a suspensão das aulas era por tempo indefinido, os cartazes nas escolas anunciam que não haverá aulas enquanto não se vá Ulises Ruiz.

Em 14/8 marcharam mais de dez mil pessoas contra a repressão, com consignas como “Fora de Oaxaca, Ulises” e “Presos políticos, LIBERDADE” .

O governo tenta resgatar o diálogo com os dirigentes da APPO e o magistério, que exigem em primeiro lugar a renúncia de Ulises Ruiz, e a liberdade dos presos políticos.

No fechamento desta edição se anunciou uma paralisação em solidariedade de trabalhadores de mais de 20 sindicatos, entre eles os da saúde e estatais para o dia 17/8. A APPO, que mantém ocupado o rádio e o canal de televisão da cidade, bloqueados os principais edifícios governamentais e os bancos, assim como tomados vários deles, convocaram junto a outras organizações para discutir uma nova Constituição para o estado de Oaxaca.

A partir da LTS-CC cremos que uma verdadeira Assembléia Constituinte Livre e Soberana não virá da mão das instituições do regime estatal anti-democrático e repressor. Deverá ser chamada por um governo provisório estatal da APPO e das organizações operárias, camponesas e combativas. Para avançar neste caminho é necessário impó-la com a mais ampla mobilização das massas.

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