Palavra Operária

• 
• 

Dia 14 de março, em um trágico acidente automobilístico em Mendoza, perdeu a vida nosso companheiro Leopoldo “Polo” Denaday, integrante do CEPRODH (Centro de Profissionais de Direitos Humanos) e destacado militante do Partido de Trabalhadores Socialistas, de Neuquén. No mesmo acidente ficou ferida nossa companheira Ivana Dal Bianco e perdeu a vida Mirta Fernández, sua tia.

Na quarta-feira, 16/03, pela manhã, foi realizado no sindicato ceramista (SOECN) o ato em homenagem ao nosso camarada. Além da transmissão ao vivo pela TVPTS, o ato foi destacado pelos principais meios de comunicação da região, rádios, canal local e os jornais. Mais de 500 companheiros se fizeram presentes para reivindicar a figura de “Polo” e expressar sua solidariedade com os familiares e com a companheira Ivana.
Polo foi advogado do Sindicato Ceramista, referência do CEPRODH na região e um dedicado militante do PTS. Ingressou no nosso partido em 1999, quando decidiu colocar suas energias e o que viria a ser sua profissão a serviço da classe trabalhadora. Defendeu os trabalhadores de Molarsa, da fruta, da têxtil Pastora, de águas minerais, os terceirizados do sistema público de saúde, entre outros, conseguindo sentenças que assentaram precedentes a favor dos trabalhadores.

Estiveram, como sempre, as Mães da Praça de Maio, filial Alto Valle. Associações de Direitos Humanos como APDH. Representantes de ATEN, companheiros da comissão interna do Hospital Castro Rendón, , da ATE e SEJUN. A direção do sindicato ceramista, que preparou ativamente a homenagem (...), com Omar Villablanca e Andrés Blanco, junto com Alejandro López e Raul Godoy, Mariano Pedrero entre outros ceramistas que foram a maioria do ato.
Organizações políticas da esquerda como o PCR, IS, PO, MST, CS e POR, que brindaram uma homenagem sentida e sincera ao companheiro Denaday.

Se fez presente uma importante delegação do CEPRODH com Myriam Bregman e companheiros de todo o país, ao lado de Charly Platkowsky (delegado sindical da empresa aérea LAN). Também contamos com a presença do companheiro Christian Castillo representando a direção nacional do PTS.

Porém, o mais destacado, como bem disseram as Mães, foi sem dúvida a presença de centenas de trabalhadores das fábricas ceramistas, da papeleira Molarsa, operárias e operários da Têxtil Pastora, da indústria da fruta e da alimentação, companheiros terceirizados do sistema público de saúde, delegados de base de outros sindicatos pertencentes à CGT, entre outros. A rua se encheu, assim como na noite anterior, de uniformes operários que acompanharam permanentemente a militância de Polo.
Os trabalhadores de Zanon, Ceramica del Sur e Ceramica Stefani pararam suas fábricas para participar do velório, na noite anterior, e do ato. O mesmo fizeram os trabalhadores da Papelera Molarsa e sua comissão interna, apesar das pressões da patronal para que permanecessem em seus postos de trabalho. Os trabalhadores não abandonaram Polo porque ele sempre esteve com eles.

Quatro fábricas paradas em honra à militância de Polo. Neste grande gesto de solidariedade de classe se vê a profundidade do trabalho realizado pelo companheiro como parte de uma militância coletiva ao lado de seus camaradas. Foi uma homenagem de classe, na qual os trabalhadores com seus próprios sentimentos e suas próprias palavras reivindicaram a militância revolucionária de Polo.

Sobre a fachada do Sindicato Ceramista as bandeiras do SOECN, da Comissão Interna de Molarsa e do PTS sintetizaram de algum modo grande parte das experiências de militância de Polo, assim como todos os anos de luta comum entre nossa organização e os companheiros classistas independentes.
A companheira Ivana, fazendo um grande esforço e mostrando muita integridade, esteve presente para despedir-se do seu companheiro de vida e para compartilhar a homenagem que junto com todos os trabalhadores presentes seus companheiros de militância realizaram.
Depois da homenagem partimos lentamente até o cemitério central da cidade de Neuquén. Massivamente e com muito respeito o acompanhamos, junto com seus familiares e amigos. Seu corpo, o mesmo que colocou infinidade de vezes para viver a mesma sorte que os operários e operárias, foi envolto por três bandeiras: do SOECN, do CEPRODH e do PTS.
E voltamos a gritar: Leopoldo Denaday, presente!

Artigos relacionados: Internacional