Quarta 24 de Abril de 2024

Direitos Humanos

MORTES, DESMORONAMENTOS, ENCHENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Mais um desastre anunciado! Os governo Dilma, Cabral e os prefeitos são os responsáveis!

04 Jan 2013   |   comentários

Mais uma madrugada os moradores do Rio de Janeiro acordam tendo suas casas soterradas por morros que desabam e rios que transbordam. Já existe a confirmação de um morto no distrito de Xerém em Duque de Caxias e mais de 3 mil desabrigadas e desalojados neste munícipio e nos igualmente afetados municípios de Nova Iguaçu, Angra dos Reis, Mangaratiba, Petrópolis e Teresópolis.

O Estado do Rio de Janeiro tem exibido uma trágica lista de catástrofes quando chove mais forte. Estas catástrofes não são naturais e não são culpa dos moradores como quer a imprensa. As cidades são organizadas para o lucro capitalista, sobra aos trabalhadores e pobres morarem em áreas de risco enquanto não faltam recursos para áreas nobres, para especulação imobiliária e para as obras dos grandes eventos para os turistas usufruirem. Estas catástrofes são construções sociais, são decorrência desta organização das cidades e são fruto do descaso dos governos federal, estadual e dos municípios. A sucessão de catástrofes e sua repetição em mesmas cidades atesta como todos estes governos tem suas mãos sujas da lama a arrancar vidas e todas as economias das vidas da população, sobretudo os trabalhadores e pobres que moram próximo a encostas, rios.

Sob o mesmo governo federal e estadual o Rio exibiu a seguinte lista recente de tragédia anunciadas: Angra dos Reis (janeiro 2010), Morro do Bumba (Niterói) e diversos outros locais (abril de 2010), Região Serrana (janeiro 2011). Milhares de vidas perdidas e depois dos fatos os governos anunciando bilhões de reais em obras. O orçamento de 2010 chegou a colocar a imensa cifra de R$ 11 bilhões em obras de contenções de encostas. Porém, volta e meia os jornais mostram como estas obras não acontecem. Em Teresópolis ainda não foram entregues nenhuma das casas prometidas na região da granja Comary; em Angra as obras de contenção de encostas não foram concluídas. O Globo de 3/01 denunciou como as obras de contenção das encostas em Santa Teresa decorrentes da tragédia de abril de 2010 ainda não ocorreram. O mesmo jornal em 4/01 denunciou como somente 4 dos 27 km de rios da região serrana passaram por obras, como grandes estudos sobre Angra ficaram engavetados e diversas outras denúncias de descaso. Estas tragédias são produzidas pelo governo Dilma, por seu aliado Sérgio Cabral e pelos prefeitos, sejam eles da base aliada ou da oposição (como era o caso de Caxias). São estes governos que fazem com que as pessoas morram e percam seus pertences, e depois choram lágrimas de crocodilo e prometem mundos e fundos que nunca realizam.

O governo do Rio, e os municípios de Angra dos Reis e Duque de Caxias figuram entre os maiores recebedores de royalties em todo o país. Esta repetição de tragédias escancara como não passa de demagogia as mobilizações que Cabral, estes prefeitos e o prefeito Eduardo Paes do Rio impulsionam. Estes recursos nas mãos destes senhores significa a continuidade de seus privilégios e negócios especiais para seus empresários amigos, como os Cavendish, Eike Batista, e nada a não ser tragédias para a população do Rio de Janeiro. No caso de Caxias – agravando esta catástrofe ocorre uma crise ambiental na rica Duque de Caxias que não está tendo seu lixo coletado a semanas.

Estes governos que têm suas mãos sujas com estas tragédias são governos que a burocracia sindical da CUT, da Força, CTB, e outras centrais, bem como a UNE, o PT e o PCdoB, chamam de “seus” governos ou de “governos democráticos e populares”. A participação destes setores nas campanhas eleitorais, em secretarias, em cargos comissionados, é o maior fator para explicar como nenhum dos grandes sindicatos dirigidos pela CUT ou pela Força, ou como a UNE não desenvolve uma mínima ação independente de solidariedade, menos ainda faz qualquer denúncia dos “seus” governos, blindando-os, nem tampouco desenvolvem uma mobilização para que sejam garantidas as necessidades primordiais da população atingida. Os governos poderiam confiscar imóveis vazios, distribuir alimentos e outros produtos de primeira necessidade, mas não o fazem. Muito pelo contrário, a primeira coisa que fazem em uma tragédia é encher de policiais as portas dos depósitos e supermercados para impedir saques e garantir que a população seja extorquida com preços abusivos “causados pela tragédia”. A inação complacente da burocracia sindical impede o desenvolvimento de uma mobilização da classe trabalhadora por um plano de emergência, controlado pelos sindicatos e moradores. Este plano emergencial deve utilizar os recursos existentes nas mãos da burguesia e dos governos, expropriando imóveis vazios, abrindo hotéis para a população, utilizando os estoques de supermercados e redes farmacêuticas (entre outros) e não os bolsos dos trabalhadores solidários.

A população do Rio de Janeiro, tal como de diversos estados e municípios do país, deve se preparar para uma repetição destas tragédias se sua prevenção depender dos governantes, da burguesia, do silêncio complacente da burocracia sindical e da UNE com “seus” governos. Nestes primeiros dias de posse vários prefeitos, mesmo alguns reeleitos como Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, anunciaram cortes nos gastos que afetarão os escassos recursos empregados no combate e prevenção de desastres. Cabe aos trabalhadores e à juventude organizar a mais ampla solidariedade à população afetada, exigindo das centrais sindicais, sindicatos, organizações estudantis e populares a mobilização para denunciar os governos e os responsáveis por estas repetidas tragédias e a partir disto organizar uma mobilização por um plano de obras públicas controlado por sindicatos e moradores, com assessoria de especialistas, que garanta condições seguras e moradia digna para todos. Chamamos os sindicatos, a CSP-Conlutas e a Intersindical a organizar a mais ampla solidariedade, independente dos governos, e a organizar uma urgente campanha de denúncia destas tragédias anunciadas para que elas não mais se repitam. A CSP-Conlutas e a Intersindical seus sindicatos, devem exigir dos sindicatos da CUT e CTB que façam o mesmo para que um forte movimento de repúdio a estas repetidas tragédias seja colocado de pé e assim possamos também começar a colocar de pé um movimento por um plano de obras públicas controlado pelos sindicatos e moradores que acabe com estas tragédias e garanta moradia digna para todos.

Os parlamentares e vereadores do PSOL, em especial Marcelo Freixo, poderiam usar seu grande espaço na mídia, os recursos financeiros de seus mandatos, justamente para contribuir em colocar os trabalhadores e a juventude nas ruas denunciando os governos, por um plano emergencial de atendimento das necessidades urgentes da população atingida, e por um plano de obras públicas. Chamamos os militantes honestos do PSOL, os militantes dos “comitês” de Freixo, a exigir de seus parlamentares que coloquem de pé uma urgente campanha como desenvolvida acima.

Dilma, Cabral e os prefeitos são os responsáveis pelas mortes anunciadas:

Chega de recursos para as empreiteiras e a especulação: por um plano emergencial, controlado pelos sindicatos e moradores, de atendimento das necessidades da população atingida!

Por uma ampla campanha de solidariedade independente dos governos, organizada pelos sindicatos e moradores, desenvolvendo e potencializando a campanha que o Sepe-Caxias e organizações populares estão organizando!

Por um plano de obras públicas controlado pelos sindicatos e moradores para que as tragédias não se repitam e por moradia digna para todos!

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