Sexta 29 de Março de 2024

Nacional

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Dia 11: mobilizar pela demandas dos trabalhadores e da juventude, contra a reforma política do governo e do congresso

05 Jul 2013   |   comentários

A onda de boatos causados pelo chamado a greve geral dia 1 de julho feito via facebok, por um desconhecido, que obrigou muitos sindicatos a divulgarem notas de desmentido foi um bom termômetro para avaliar a disposição de luta dos trabalhadores. Em muitos locais de trabalho esse chamado gerou expectativa de que os trabalhadores também iriam aderir a onda de protestos que tomou conta do país. No entanto, era apenas um falso chamado.

Se até agora a classe trabalhadora não participou enquanto tal das manifestações, organizada pelas suas reivindicações e parando a produção em defesa das demandas populares, é por que as principais centrais sindicais – CUT, Força Sindical e CTB – nada fizeram para tal. Sequer nos dias em que as principais capitais brasileiras pararam, em que o transporte público ficou inviabilizado, em que sentíamos nas ruas o apoio dos trabalhadores dos transportes e outros setores, sequer nesses dias as centrais chamaram paralisações de apoio, que fosse ao menos do setor de transporte. Nos dias dos atos, as universidades praticamente paravam e a UNE não moveu um dedo para organizar paralisações ou greves estudantis.

Agora, para o dia 11 de julho, as centrais sindicais (entre elas CUT, CTB e Força Sindical, além da CSP-Conlutas), a UNE, o MST e outros movimentos estão convocando um dia nacional de paralisações e atos. Seu objetivo em tese seria colocar em discussão a pauta da classe trabalhadora. Ou seja, uma seria a pauta que surge das ruas, que pede saúde e educação padrão Fifa, que pede mudanças significativas nos transportes públicos, entre outras melhorias. Outra seria a pauta da classe trabalhadora. No entanto, os trabalhadores estão sintonizados com a pauta das ruas: suas demandas e sua insatisfação são as mesmas que a dos jovens que saíram as ruas aos milhões, muitos deles trabalhadores.

Por trás do discurso da CUT e da CTB de dar visibilidade à “pauta da classe trabalhadora”, querem canalizar a insatisfação popular mostrada nas ruas para o desvio de uma reforma política combinada com pequenas concessões parciais que nada mudaram de fundamental. Junto com uma série de pontos gerais unitários, como mais verba para saúde e educação, redução da jornada para 40 horas, fim do fator previdenciário, CUT e CTB também vão chamar os trabalhadores para apoiar o plebiscito e a reforma política de Dilma.

A Força Sindical, que cada vez mais se posiciona na oposição ao governo, busca encabeçar as paralisações do dia 11, principalmente através da luta dos portuários contra os elementos mais anti-operários da MP dos portos de Dilma. Apesar de não apoiarem abertamente a reforma política de Dilma e do Congresso, e de levantarem demandas progressistas no dia 11 como a dos portuários , também chamamos os trabalhadores a não confiar nesta central. A Força Sindical é formada por verdadeiras máfias patronais, que em cada categoria negociam com os patrões pelas costas dos trabalhadores e que no plano nacional, através de Paulinho da Força (deputado federal pelo PDT), se coloca contra Dilma e o PT, mas buscando estabelecer alianças com PSDB e outros partidos burgueses opositores para as eleições de 2014.

Pela constituição de uma frente classista para combater as manobras da burocracia sindical e exigir a ruptura dos sindicatos com os governos petistas e os políticos patronais

A CSP-Conlutas precisa lutar para que no dia 11 se expresse uma política independente através de paralisações e atos que partam da denúncia da política de desvio do governo Dilma e da burocracia sindical, agitando um programa que aporta para o desenvolvimento da mobilização independente do movimento de massas, lutando para unificar a classe trabalhadora com a juventude nas ruas. Essa aliança é que os políticos e empresários mais temem. A manobra de fazer os trabalhadores marcharem pelas bandeiras do plebiscito e da reforma política, ou seja, em defesa da posição do governo Dilma, e a ausência de consignas que deem uma resposta de fundo para as demandas levantadas pelas ruas na plataforma aprovada em comum pelas centrais, serve para impedir essa unidade tão ameaçadora para os interesses da elite dominante e para o próprio controle da burocracia nos sindicatos.

A CSP-Conlutas e a Intersindical, enquanto ala anti-governista do movimento operário, tem a possibilidade e a obrigação de encabeçar uma ala classista que lute contra a manobra do movimento sindical governista e se apoiar no sentimento da massa dos trabalhadores para que o dia 11 de julho seja um passo adiante na luta iniciada pela juventude. As oposições sindicais precisam exigir a convocação de assembléias democráticas em todos os sindicatos, qualquer que seja a central sindical a que são afiliados, para se posicionar contra o plebiscito e a reforma política do governo e defender um programa e um plano de ação e façam valer o sentimento de apoio dos trabalhadores as manifestações das últimas semanas.

Uma frente como essa poderia fazer ressoar pelo país a denuncia das manobras do governo e levantar nos locais de trabalho a luta por um programa alternativo ao da burocracia sindical, que de fato dê resposta às necessidades dos trabalhadores e da juventude, organizando um grande encontro de delegados de base, que vote democraticamente um programa de ação e medidas de luta e mobilização unificadas.

PONTOS PROGRAMÁTICOS QUE DEFENDEMOS CONTRA A MANOBRA DE REFORMA POLÍTICA DE DILMA E PARA DESENVOLVER A MOBILIZAÇÃO UNIFICADA DOSTRABALHADORES E DA JUVENTUDE

1-Abaixo a máfia dos transportes. Pelo fim da caixa preta que é a contabilidade das empresas do transporte, pela abertura dos livros de contabilidade das empresas de transportes! Pela nacionalização, sem indenização e sob controle de trabalhadores e usuários, para conseguir um transporte digno e gratuito. Nossa luta arrancou a diminuição da passagem, mas sabemos que só os usuários e os trabalhadores do transporte entendem dos reais problemas que vivemos no dia-a-dia dentro das latas de sardinha. Somos os únicos que podemos acabar com a máfia do transporte, seus acordões com prefeitos e governadores, e planejar um transporte que atenda as necessidades da população. Chega de dar dinheiro aos empresários que nunca investem: resgatemos o que nós pagamos nas últimas décadas a essas ladrões. Só assim será possível garantir a gratuidade de transportes de qualidade para todos.

2 – Contra o aumento do custo de vida e os salários de fome. O custo de vida só aumenta, enquanto os patrões lucram cada vez mais. A maioria dos empregos criados durante o lulismo pagam menos de dois salários mínimos. Os trabalhadores recorrem cada vez mais ao credito bancário para fechar as contas do mês. Por isso exigimos o reajuste automáticos dos salário de acordo com a inflação real do custo de vida. Exigimos um salário mínimo que atenda as necessidades de uma família (R$ 2.870,00 segundo o próprio Dieese). Exigimos os mesmo direitos e a efetivação para todos os trabalhadores terceirizados e temporários.

3- Acabar com a farra dos banqueiros e empresários para garantir educação, moradia e saúde de qualidade. Metade do orçamento de nosso país vai para pagar juros de uma dívida pública a 20 mil famílias de banqueiros e empresários imperialistas e dos ricos brasileiros que lucram com o nosso suor, enquanto os 200 milhões do pais vivem sem saúde e educação pública decente. Enquanto um trabalhador em São Paulo que tomava ônibus a 3,00 todos os dias perdia 3 salários mínimos com o transporte em um ano, e uma parte boa de seu salário com impostos para tudo, os empresários e os banqueiros recebem isenção para tudo. Enquanto os moradores do Pinheirinho e os indígenas precisam lutar e morrer por um pedaço de chão, as imobiliárias mandam nas cidades e o agronegócio manda no campo. Os hospitais privados, as escolas particulares e os imóveis ociosos dos centros da cidade, todos são pagos e movidos com nosso trabalho, descontando de nossos salários e aumentando nossos impostos, e por isso devem ser expropiados para garantir uma moradia digna e serviços de qualidade para todos. Chega de desigualdade: é preciso botar fim ao pagamento da dívida pública e impor impostos progressivos aos capitalistas, garantindo verba para um plano de obras populares para educação, moradia e saúde pública e de qualidade. Pela reestatização, dessa vez sob controle de trabalhadores e usuários de todos os serviços públicos, saúde, educação, transportes, telefonia, que foram privatizados durante o governo FHC. Pela nacionalização da terra e de todos os recursos naturais, petroleo, minério etc, que são entregues para o bancos e as empresas multinacionais.

4- Pelo fim dos privilégios de juízes, políticos e militares. Mesmo durante as maiores manifestações de massa das últimas décadas, o presidente da Camara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, teve o cara de pau de se utilizar de um jato militar da FAB para ir ao Rio de Janeiro com a namorada e a família para assistir os jogos da Copa das Confederações. Esse pequeno fato apenas mostra o quanto a casta que governa o país está afastado, por um mar de privilégios, da enorme maioria da população. Os deputados, senadores e vereadores, assim como presidentes, governadores, ministros, prefeitos e juízes tem a sua disposição centenas de milhares de reais entre salários, verbas de gabinete “ajudas de custo” entre outras regalias. Isso só o “caixa 1”, sem falar do “caixa 2”. Políticos tem o foro privilegiado, enquanto os militares são julgados num tribunal militar separado dos civis. Contra este estado de coisas defendemos que todo políticos e juiz ganhe o mesmo que um professor. Que toda pessoa ou organização social possa se candidatar a qualquer cargo sem necessidade de filiação nos partidos que ai estão. Que os políticos possam ser revogáveis a qualquer momento por aqueles que os elegeram. Cadeia confisco dos bens para os corruptos. Por uma Assembleía Constituinte livre e soberana, imposta pela mobilização de massas, que reorganize o pais de acordo com os interesses da maioria da população.

5- Fora Feliciano! Abaixo o Estatuto do nascituro! Abaixo a “cura gay”!

6- Abaixo a repressão e a criminalização dos movimentos sociais! Liberdade dos presos políticos! Eliminação dos processos contra os lutadores! Abaixo o AI-5 da copa e a lei de terrorismo! Basta de genocídio contra a juventude negra!

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