Sexta 29 de Março de 2024

Movimento Operário

PROFESSORES

Lutemos por uma chapa classista para a Apeoesp

21 May 2011   |   comentários

Marcio Barbio, prof. da subsede Zona Norte de São Paulo, militante da corrente de professores Pela Base e da Ler-qi

Rita Frau, profa. da subsede Campinas, militante da Pela Base e do grupo de mulheres Pão e Rosas

A Corrente PELA BASE (LER-QI e independentes), embora seja a mais nova em nossa categoria já se encontra presente em 6 subsedes e acumulamos experiências significativas, dando uma importante batalha em defesa de um programa e de uma prática nova na categoria de professores.
Desde a greve de 2010, temos defendido um programa que tem como eixo a reunificação da categoria, o que passa por uma forte campanha pela unificação de nossas fileiras. Isso só pode se dar pela efetivação de todos os OFAS’s independente do tempo de serviço e da letra que se encontre enquadrado sem necessidade de realização de concurso público.

Junto a isso, lutamos pela mais ampla democracia na escola e dissemos que escola não é lugar de polícia. FORA RONDA ESCOLAR! A direita reacionária apoiada no sentimento de insegurança que ronda as escolas e na comoção causada pela morte de 12 estudantes em Realengo (RJ) tem tido um apelo à militarização das escolas. Mais uma vez a direção majoritária da APEOESP-CHAPA 1 (Articulação/CUT e PcdoB/CTB)- segue na contra mão das reais necessidades dos professores. Em um comunicado defende segurança e polícia comunitária na escola fazendo coro com a direita. Mas a polícia serve para matar e reprimir a juventude negra, assim como, as greves dos trabalhadores, como ocorreu ano passado em nossa greve. A escola é lugar de educação e conhecimento, e deve estar aberta para a comunidade escolar e dos bairros organizar atividades culturais e políticas. O Estado deve garantir mais funcionários, atendimento psicológico e de assistentes sociais nas escolas e não polícia!

Temos dado exemplo de luta contra a opressão que sofrem as professoras (80% da categoria) por sua condição de gênero. Estão submetidas à dupla, tripla e, às vezes, quádrupla jornada de trabalho. É comum ter dois cargos, fazer pós-graduação e ainda cuidar das tarefas da casa. Companheiras da PELA BASE, que também impulsionam o grupo de mulheres Pão e Rosas, participaram da I Conferência de Mulheres da APEOESP com uma jovem e combativa delegação, sendo alvo da ira da Articulação, usou a conferência para legitimar o governo Dilma, levando mulheres como a ministra Iriny Lopes.

Discutimos que uma mulher no poder não significa o avanço das mulheres, pois foi Dilma quem se colocou contra os direitos democráticos das mulheres e homossexuais em nome da aliança com os setores reacionários. Denunciamos também que este governo é sustentado na precarização do trabalho (com trabalhos temporários, rotativos e a terceirização), e o serviço que presta ao imperialismo chefiando as tropas da ONU no Haiti e se abstendo na votação da ONU sobre a intervenção imperialista na Líbia. Nossa atuação causou incômodo nas governistas a ponto de Rosane Silva, da CUT, desrespeitar uma das militantes de Pela Base, sendo necessário Bebel (presidenta/Apeoesp) nos pedir desculpas. Defendemos um programa que possibilite enfrentar as questões mais latentes das mulheres e discutimos a necessidade da organização independente do governo, do Estado e da Igreja, e como a secretaria de mulheres da Apeoesp deve servir como instrumento na luta contra a opressão e pelos direitos das mulheres. Assim defendemos a efetivação de toda(o)s a(o)s professora(e)s temporária(o)s e funcionária(o)s temporária(o)s e terceirizada(o)s sem concurso público, creches em todas as escolas e locais de trabalho, Licença Maternidade de 1 ano, Restaurantes e lavanderias comunitárias e Direito ao Aborto legal, livre, seguro e gratuito.

ELEIÇÃO DA APEOESP – UM CAPITULO A PARTE

A algum tempo temos levantado a necessidade de se organizar uma chapa unitária da Oposição anti-governista e anti-burocrática. Com essa política insistimos na realização de uma convenção de toda a oposição, que partisse de um balanço do período anterior, principalmente da greve derrotada do ano passado, discutisse a campanha eleitoral e educacional, programa da chapa e, por fim, votasse a chapa mediante ao peso real que cada setor possuísse, ou seja, de forma proporcional. Infelizmente pregamos no deserto! Na plenária da Oposição Alternativa (OA) que discutiu o processo eleitoral, somente nossa corrente e o Espaço Socialista (ES) defenderam a realização da convenção, sendo substituída por um método de acordos entre todos, sem critérios claros, onde o que prevaleceu foi a luta por cargos e todo tipo de golpe e contra golpe, métodos esses alheios a democracia operária. A OA sai dividida com a ruptura da corrente do PSOL Trabalhadores na Luta Socialista (TLS), e os setores do PSOL estão claramente com peso maior que realmente teriam direito pelo seu peso na base.

Assim realizou-se uma Convenção da Oposição (16/04) para ratificar o “acordo” e o “programa”, que foi mais um fracasso da política de aparato do PSTU, reunindo-se não mais que 300 pessoas. Coube a nós, que tivemos uma importante presença, com professores de 6 subsedes, dar uma batalha por um programa que estivesse a altura dos desafios que nos espera.

No ponto internacional levantamos a necessidade da derrubada revolucionária de Kadafi e o apoio as jornadas de luta na Bolívia. Como o PSTU era contra o que se referia a Kadafi e como a dinâmica era ponto contra ponto, a questão da Bolívia onde havia amplo acordo também ficou fora. No ponto de educação levantamos o FORA POLICIA DA ESCOLA!

Mas foi no ponto sobre opressão onde houve a maior polarização. O programa “acordado” entre as principais correntes não tocava na questão do aborto colocando como central o auxilio creche. Depois de um intenso e acalorado debate onde, por nossa iniciativa, apresentamos uma formulação onde se colocava a luta histórica pelo direito das mulheres decidirem sobre seu corpo, ou seja, pela legalização e descriminalização do ABORTO, que dividiu a convenção. Aqui vale uma ressalva, o papel capitulador do PSTU ao defender contra, com o argumento de que o aborto não dialoga com a categoria!!!! Depois de muita discussão e crise em sua bancada, o PSTU teve que fazer um recuo tático, dizendo que era consenso colocar o direito ao aborto no programa, mas não como eixo, ou seja, uma manobra para nos calar e obviamente não travar nenhuma luta real por este direito. Exigimos que se as correntes da Oposição que concordavam que o aborto deveria entrar no programa retirassem a fala contra feita pelo PSTU e defendessem com centralidade. Mas à partir de um acordo entre as correntes da Oposição, a TLS declarou contra a entrada do direito ao aborto como eixo no programa, dizendo que “infelizmente” a categoria não estava preparada para este debate, mostrando claramente que na realidade não estão dispostos a lutar por este direito.

A batalha política que demos, para além de decidir se o aborto entraria como eixo ou não, diz respeito a sermos conseqüentes na defesa do aborto, sendo fundamental que a Oposição organizasse um plano de luta para arrancar este direito elementar. Esse episódio exemplifica de maneira lamentável a mesma lógica que teve o PSTU no 8 de março ao colocar com centralidade a denúncia do aumento do salário dos deputados em contraposição ao vergonhoso aumento do salário mínimo, deixando de lado um programa para as mulheres claramente anti-governista, como o direito ao aborto.

Por ultimo, se votou o “acordo”. Aqui vale dizer que no dia anterior, o PSTU em uma reunião da Coordenação da OA “informou” que todos os coletivos teriam uma vaga na futura diretoria da APEOESP, com exceção da LER-QI que estava sendo questionada, sendo dois argumentos utilizados. O primeiro seria pelo pouco tempo na categoria, argumento que nem gastaremos tinta para retrucar. O segundo que teríamos pouca inserção na categoria. Esse merece ser desmontado. Em primeiro lugar, como já dissemos acima fomos junto com o ES, as únicas correntes que defendemos uma convenção que aferisse o peso de cada uma das correntes e deixamos claro desde o primeiro momento que reivindicávamos tão somente o peso que tivéssemos direito. O PSTU e demais correntes se recusaram a medir o peso não dando chance a que as correntes menores tivessem seu peso aferido e agora usam esse argumento burocrático para tentar vetar a LER-QI e PELA BASE na futura diretoria. Essa postura não é nova, já vivemos isso na eleição dos metroviários de SP, onde se fez uma chapa com o PPS, partido burguês, e se vetou a LER-QI, uma organização revolucionária.

Como pegou mal em sua base, agora o PSTU mudou o discurso para manter a mesma política. Na reunião da AO (20/04), apresentaram a proposta de se decidir tudo após a eleição, sem dizer qual critério será utilizado. Essa posição foi questionada pelas correntes presentes na coordenação- Conspiração Socialista, Espaço Socialista, LSR além de PELA BASE. Os companheiros do PSTU insistem em manter sua posição e dizem que vão colocar em uma plenária pós eleição, insistimos que se trata de uma tentativa de veto a LER-QI e PELA BASE.

Apesar dessa política aparatista e burocrática por parte do PSTU, seguiremos dando uma batalha com todas as nossas forças para derrotar a chapa 1. E mesmo onde não estamos organizados na categoria, mas estamos presentes nas universidades, colocaremos nossas forças para essa importante e fundamental tarefa de derrotar o governismo da APEOESP e lutar contra os ataques do governo Alckmin à educação paulista.


ZONA NORTE DE SÃO PAULO e CAMPINAS INSCRITOS CANDIDATOS DE PELA BASE

Junto com a eleição estadual da APEOESP (09/06), acontecerão as eleições para as 97 subsedes. Estaremos presentes na Zona Norte de São Paulo com 7 candidatos, num total de 10 da Oposição Unificada sendo a maior e mais representativa chapa da oposição em varias eleições. Por sua vez a Chapa 1- que dirige a subsede desde que foi criada- segue em crise, diminuindo o número de inscritos. Em Campinas também compomos a chapa da Oposição que conta com 41 candidatos. Nossa participação na chapa e nas reuniões de RE representa uma fortaleza contra o burocratismo da direção e o freio a organização da luta dos professores, colocando com centralidade a unificação de nossa categoria para arrancarmos nossos direitos.
ACESSE O BLOG DA CORRENTE PELA BASE:

professorespelabase.blogspot.com

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