Sábado 20 de Abril de 2024

Questão negra

QUESTÃO NEGRA

Lançamento do livro "Questão Negra, Marxismo e Classe Operaria no Brasil" no ABC Paulista!

06 Dec 2013   |   comentários

Exitoso lançamento do livro "Questão Negra, Marxismo e Classe Operária no Brasil" em Santo André.

No ultimo sábado, 30 de novembro, aconteceu em Santo Andre o grande lançamento do livro "Questão Negra, Marxismo e Classe Operaria no Brasil". Reunindo mais de 60 pessoas, a discussão girou em torno de resgatar a historia do povo negro e sua luta constante contra a escravidão e a precarização da vida que chega ate os nossos dias.

Thiagão Barros fez uma fala de abertura emocionada, expressando o que sentiu quando soube da verdadeira historia de Palmares e seu significado para todo o povo negro trazido em sequestro para trabalhar no Brasil. A resistência de Palmares, a organização da vida do povo que se refugiava nos quilombos e a luta por liberdade segue no cotidiano dos trabalhadores precarizados dos dias de hoje, que sofrem para viver nos bairros de periferia, com o gatilho fácil da policia que assassina todos os anos milhares de jovens e trabalhadores negros. Do povo pobre e negro que segue nos piores postos de trabalho e com o transporte caríssimo e precário que eh oferecido por um governo dominado pela burguesia branca que defende somente seus próprios interesses.

Silvana Araujo, deu seu depoimento, como mulher trabalhadora, negra que esteve a frente de uma luta importante de terceirizadas da limpeza da Universidade de São Paulo, que se rebelaram contra as péssimas condições de trabalho e a humilhação vivida cotidianamente na universidade feita para a elite branca. Onde as trabalhadoras e trabalhadores são invisíveis para as milhares de pessoas que circulam todos os dias na Cidade Universitária. A luta contra a precarização do trabalho teve o apoio essencial do SINTUSP para poder triunfar, mas foi a garra daqueles que pela primeira vez levantavam a cabeça contra seus opressores que garantiu a vitoria e o pagamento dos salários atrasados impostos pela terceirização.

Um momento importante da atividade foi o depoimento de Maria Rosa Barros, que luta historicamente nos processos de ocupação de terrenos em Mauá protagonizados por setores negros, sem moradia e impactados diretamente pela carestia de vida na sociedade capitalista. Maria Rosa se dizia muito orgulhosa por essa contribuição contida no livro, expressando que esse resgate da historia do povo negro trás muita forca e esperança para todos aqueles que ainda ainda não puderem cumprir ate o final a luta pela liberdade do povo negro, dizendo que somente a partir de resgatar e tornar publica essas historias os negros podem se encher de orgulho para lutar ate o fim contra a repressão policial e para acabar de vez com a exploração e opressão dessa sociedade dividida.

Pablito Santos, interveio expressando que a divisão entre brancos e negros imposta pela sociedade capitalista, serve para dividir os trabalhadores, fragmentando a luta que deve ser dada de maneira unificada, pois só assim poderemos com um só punho derrotar a burguesia que escraviza, divide e humilha as centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras em nosso pais. Porem deixou claro que essa unidade se da somente entre os explorados, que da mesma maneira que se alia com um trabalhador branco em luta contra seu opressor não reivindica os negros que estão ao lado da burguesia, como Joaquim Barbosa ou Obama. Aqueles negros que atuam do lado da burguesia branca são nossos inimigos e serão combatidos como todos os brancos que oprimem.

O lançamento também contou com a contribuição de Katiara, do grupo Kilombagem, que saudou a iniciativa do livro e aportou com a discussão feita por diversos pensadores que estudaram a questão do negro no Brasil, dizendo que temos que nos debruçar para estudar a fundo essa historia e resgatar não somente Palmares, mas as diversas lutas encabeçadas pelo povo negro em nosso pais.

No fechamento da discussão foi feito o chamado para que os negros se organizem em uma própria agrupação que tenho o sentido não somente de resgatar a historia de luta e resistência de seu povo, mas que se coloque numa postura ativa de combate a super exploração a que estamos submetidos no capitalismo, se ligando ao espirito colocado nas ruas em junho para lutar pela estatização dos transportes imediatamente e para se unificar com os trabalhadores brancos que vejam a luta pela libertação dos negros como essencial para a vitoria da luta por uma sociedade sem classes.
Depois da discussão uma grande festa foi realizada e contou com a presença de trabalhadores fabris de Santo Andre, estudantes secundaristas, professores e trabalhadores precarizados de Mauá. Assim, fica o convite para os que ainda não conhecem a leitura do livro "Questão Negra, Marxismo e Classe Operaria no Brasil".

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