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Debates

CAMPINAS

Lançamento da Casa de Cultura e Política Hermínio Sacchetta

17 Sep 2010   |   comentários

Na noite de 17 de setembro de 2010, sexta-feira, cerca de 150 pessoas presenciaram o lançamento da Casa de Cultura e Política Hermínio Sacchetta. Amontoados no pequeno espaço alugado na Avenida Anchieta número 51, Centro de Campinas, jovens estudantes secundaristas, universitários, professores da rede pública, funcionários da Unicamp e trabalhadores do setor privado, militantes e ativistas de organizações políticas de esquerda, debateram a Crise Capitalista e a Revolução Social, tema da mesa de abertura da Casa.

A mesa era composta por Ricardo, mestre em Sociologia e professor do Centro Paula Souza; Edison Salles, editor da Revista Iskra; Mário, funcionário da Unicamp e Tati, estudante de ciência sociais e coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) da Unicamp, todos militantes da LER-QI.

Ricardo abriu o debate colocando o marco político em que se inaugurava a Casa Hermínio Sacchetta: “Em meio as eleições nacionais para presidente, governadores e deputados; em meio a este cenário marcado pela hipocrisia de discussões eleitorais em que a situação dos trabalhadores simplesmente não é mostrada nas campanha políticas dos partidos burgueses; nós lançamos esta Casa de cultura e política; uma Casa, antes de tudo, militante”. Com este espírito explicou que o objetivo da Casa é aportar na organização e reflexão da juventude e da classe trabalhadora, através da das discussões políticas, das reflexões teóricas e da arte de vanguarda.

O debate seguiu com a discussão da crise capitalista e a situação da classe trabalhadora apresentada por Edison Salles. Em seguida, Mario relatou sua vida militante, desde quando deixou de cortar cana e veio para São Paulo, e tomou contato com as organizações políticas, aderindo ao trotskismo, passando por sua experiência enquanto líder da greve metalúrgica de 1979 em Campinas, pela construção do PT e da corrente lambertista e seu rompimento com essa tradição nos anos 1980. Terminou explicando os motivos que o fizeram ingressar nas fileiras da Ler-qi: “vejo na Ler-qi o espírito daquele movimento dos anos 1970 que criou o PT. É o classismo e a independência de classe que estamos resgatando”.

Tati, então, encerrou as falas das mesas sobre o papel dos estudantes na luta pela revolução e na aliança com os trabalhadores. Fez referencia aos protestes estudantis de 1968 em que o lema na França era: “sejamos realistas; exijamos o impossível”. Explicou porque nós lutamos dentro da universidade por revolucioná-la e colocá-la a serviço dos interesses dos trabalhadores, pobres e oprimidos. Ressaltou o quanto devemos lutar contra este sistema de ensino superior elitista e racista, em que os filhos dos trabalhadores, quando conseguem ingressar no ensino superior, são obrigados a pagar altas mensalidades nas faculdades particulares. “Abaixo o vestibular! Pela estatização das universidades privadas”.

Várias pessoas fizeram intervenções desde o plenário, saudando o lançamento da Casa Hermínio Sacchetta e apresentando seus pontos de vistas sobre o debate. Falaram Rafael “Cabeça”, militante do PSOL de Campinas, ressaltando a importância cultural e política da Casa para a região; Flávia, ativista do Pão e Rosas, que explicou porque as mulheres devem se expressar e organizar atividades na Casa; Maíra da D.A. da Fundação Santo André e militante da Ler-qi, que saudou a iniciativa deste espaço e contou a experiência de uma Casa semelhante no ABC; Thyago, que interviu sobre a importância da arte revolucionária; ativistas que panfletavam em defesa do MIS(Museu de Imagem e Som) de Campinas, hoje ameaçado de ser retirado de seu local pelo poder executivo da cidade.

Logo após o debate, exibimos vídeos da luta dos estudantes secundaristas e universitários na Argentina e uma saudação de Juan, membro do Centro Acadêmico de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires ao Congresso de Estudantes da Unesp, que acontecia no mesmo momento do lançamento da Casa.

Por fim, a noite terminou ao excelente som da banda As Papoulas, cover de Morphine.

Todas as atividades ocorridas no lançamento deram o tom do que queremos desta Casa de Cultura e Política: um espaço em que o debate político e teórico sobre a revolução flua livremente; em que a luta de idéias contra as teorias burguesas sejam uma arma para a nossa ação; em que a arte de vanguarda, como as pinturas feitas por Guto e Dora nas paredes da Casa, possam se expressar com toda sua vivacidade, negando a arte envelhecida e industrializada produzida pelo capital. Lançamos uma Casa Militante, no espírito dos revolucionários como foi Hermínio Sacchetta.

Acompanhe nossas próximas atividades no BLOG DA CASA

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