Sexta 29 de Março de 2024

Nacional

Impulsionar um PARTIDO OPERÁRIO INDEPENDENTE controlado pelos Sindicatos

10 Oct 2004   |   comentários

Nas lutas que se desenvolvem em todo o país mostra-se a influência nefasta de contenção da luta de classes que exerce a burocracia cutista e do PT, ainda que questionada por setores de vanguarda. Ao contrário do que tenta afirmar o PSTU, a CUT vem mostrando que está longe de estar morta. Por outro lado, o fato de que essas direções estejam sendo o carro-chefe da implementação dos principais ataques do governo e da patronal, proporcionam uma oportunidade inédita para que a classe trabalhadora perceba o papel traidor que elas cumprem. Daí decorre a necessidade de lutar ofensivamente para que a CUT e seus sindicatos rompam com o governo Lula e o PT, adotem um programa que lute em defesa dos interesses da classe trabalhadora, ajudando-a a fazer sua experiência com a burocracia cutista e com o PT.

Uma enorme distância, quanto ao peso eleitoral, separou, por um lado, o PSDB e o PT ’ com os demais partidos orbitando em torno destes ’ e por outro lado o PSTU e o PCO. O PSTU e o PCO juntos receberam 0,24% dos votos váli-dos. Isso mostra que esses partidos são praticamente insignificantes frente às dezenas de milhares de trabalhadores de vanguarda que já começaram a romper com o governo Lula e com o PT, e mais ainda frente às dezenas de milhões que tendem a fazê-lo no marco dos próximos ataques que virão.

O espaço que vai da centro-esquerda à extrema-esquerda tenta ser ocupado por projetos de conciliação de classes como o do PSOL, mas suas forças estão longe de conseguir isso. Ainda mais depois do fortalecimento do governo e do PT, que tende a conter setores de sua ala esquerda. Mesmo que o PSTU, o PSOL, o PCO e todos aqueles que se reivindicam revolucionários se juntassem num partido comum, essa união não conseguiria reunir mais do que alguns milhares e estaria longe de ocupar esse espaço.

Esse brutal espaço vazio só poderá ser preenchido no próximo período se, expulsando a burocracia cutista, lutarmos para que a CUT e seus sindicatos rompam com o governo Lula e o PT e chamem a construção de um partido operário independente controlado pelos sindicatos, que canalize todo o processo de desilusão com o governo Lula e o PT e ganhe influência em amplos setores do movimento de massas.

Ao não lutarem por essa política, o PSTU, o P-SOL e o PCO continuam se negando a lutar pelas tarefas que demandam as condições objetivas do país. Mostram seu caráter sectário ae oportunista ao mesmo tempo, que se limita apenas a engordar seus próprios aparatos, deixando de lutar para que os trabalhadores avancem na sua experiência com o governo Lula e o PT pela inexistência de um partido operário independente com influência de massas.

Só com uma ferramenta política como essa, que é completamente diferente do PT, que nunca foi independente e nem controlado pelos sindicatos, os trabalhadores poderão organizar uma luta efetiva contra as reformas neoliberais do governo Lula e por um programa operário de saída para a crise que tenha como um dos seus principais eixos a luta por um governo da classe operária aliada ao conjunto do povo explorado e oprimido, cujo poder emane das assembléias de milhões de trabalhadores concentrados nos inúmeros centros industriais e de serviços do país. Um governo oposto pelo vértice não só aos governos burgueses como o de Lula e do PT, mas também aos regimes stalinistas baseados em um único partido burocrático.

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