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Greve na Unicamp: oposição à burocracia do PCdoB fortalece o movimento

09 Jul 2010   |   comentários

Após anos em que os trabalhadores da Unicamp atuavam enfraquecidos em relação ao conjunto das universidades estaduais paulistas; este ano a greve dos funcionários da Unicamp adquiriu um caráter especial e novo em relação às greves passadas. Esta greve foi qualitativamente diferente por conta do surgimento de um movimento de oposição à direção do PCdoB no Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU).

Muito do tradicional debilitamento do movimento dos trabalhadores desta universidade se deve a mais de duas décadas de atuação do PT e do PCdoB na direção do sindicato, sendo complacentes com o avanço da terceirização e privilegiando o método da negociação de gabinete com os reitores em detrimento da luta política pautada na força da categoria. No entanto, a greve deste ano mostrou que ainda há vida entre os funcionários da Unicamp, abrindo espaço para a existência de uma forte oposição sindical aos governistas e burocratas do PCdoB.

Foi pela atuação dessa vanguarda que, à revelia da direção do STU, a greve se manteve por mais de 40 dias; lutando diariamente contra o PCdoB que queria desde o começo rifar a greve e queimar o Sintusp, como se mostrou na nota caluniosa que o PCdoB escreveu contra o Sintusp quando da ocupação da reitoria da Unicamp e que foi rechaçada massivamente pelos funcionários da Unicamp.

O Sintusp foi o grande referencial político de um setor importante dos trabalhadores da Unicamp, mostrando como um sindicato combativo deve agir contra os ataques da reitoria. Essa relação estabelecida com o Sintusp foi fundamental no fortalecimento da greve, através de atividades que realizamos com companheiros da USP, que mostravam para os trabalhadores da Unicamp que, apesar de sua direção pelega, eles não estavam sozinhos.

A burocracia do STU reagiu como toda boa burocracia reagiria, atacando quem era a voz dos trabalhadores da USP na Unicamp, quem confrontava diariamente a atuação de luta do Sintusp com a intervenção de freio do movimento que protagonizava o STU: Mário Bigode, funcionário do Arquivo Edgard Leuenroth da Unicamp e militante da LER-QI. Contra esse golpe que o PCdoB tentou orquestrar para tirar o foco de que estavam traindo a greve, organizamos uma forte campanha em defesa de Mário. Nossa resposta foi contundente, pois não podemos deixar passar qualquer ataque aos lutadores que se rebelam contra essa burocracia podre.

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