Quinta 28 de Março de 2024

Movimento Operário

TODO APOIO AOS TRABALHADORES EM LUTA

Greve dos bancários se inicia em todo o país...

26 Sep 2009   |   comentários

Assim como nas demais categorias que saíram em campanha salarial, os bancários estão mostrando grande disposição de luta. Não só encheram a assembléia de deflagração de greve, como é tradicional, mas mostraram na base uma disposição para construir uma mobilização forte que pode e deve se chocar com a intransigência patronal que se configura pela frente.

Seguindo a tendência geral da patronal a impor o arrocho, a Federação dos Bancos (FEBRABAN) propós 4,5% (supostamente cobrindo a inflação), e uma PLR que não serve para o Sindicato, controlado pela ala direita da CUT, como o “cala-boca” que garantisse encerrar a campanha sem uma revolta na base. Ao mesmo tempo, a própria burocracia se preocupa com o recente processo de concentração do capital dos bancos, com as fusões Itaú/Unibanco, Santander/Real, e Banco do Brasil/Nossa Caixa, e o que deve significar em matéria de demissões e rebaixamento salarial.

Por seu lado, a patronal do setor bancário já mostrou que está disposta a empregar meios truculentos para impor um fim à greve que mantenha os altos lucros e faça pesar sobre os trabalhadores os custos, atuais e “preventivos” , da crise. Para isso, organizou uma sinistra reunião entre a FEBRABAN e o Comando da Polícia Militar de SP, para discutir a repressão à greve; dando continuidade ao que ocorreu na greve da USP, quando o governo Serra e a reitora Suely Vilela ordenaram uma invasão policial da universidade para reprimir trabalhadores e estudantes, e tantas outras repressões ao povo pobre. Na greve atual os grandes bancos, a começar por Bradesco, Banco do Brasil e Santander, estão utilizando a força policial de maneira truculenta para tentar coibir a greve e o fechamento das agências, mostrando bem o papel reacionário da polícia e a ligação entre o Estado e os grandes grupos capitalistas. O próprio Sindicato é obrigado a denunciar, apesar de não tomar essa situação como uma questão que deve ser enfrentada seriamente pela categoria.

A esquerda, a começar pelo PSTU/Conlutas, tem um grande espaço na categoria e deveria fazer uma grande campanha para que a luta saia do “teatro” montado entre o Sindicato, o governo e os banqueiros, lutando por uma plenária de delegados e ativistas de bases, que unificasse a base dos diversos bancos e das diversas categorias que tem saído em luta por melhores condições de vida e de trabalho, permitindo uma discussão democrática que realmente armasse uma vanguarda real de trabalhadores com um programa para responder a crise e os ataques patronais à altura.

Artigos relacionados: Movimento Operário









  • Não há comentários para este artigo