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Movimento Operário

Greve de caminhoneiros intensifica as paralisações de estradas

25 Feb 2015   |   comentários

A greve de caminhoneiros, um dos fenômenos dinâmicos da semana, já alcançou paralisar 69 trechos de rodovias em treze estados do país, segundo a Polícia Rodoviária Federal

A greve de caminhoneiros, um dos fenômenos dinâmicos da semana, já alcançou paralisar 69 trechos de rodovias em treze estados do país, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Em Goiás também tem ocorrido paralisações. As reivindicações são contra o aumento do preço do óleo diesel, por melhorias nas estradas, incluindo segurança, contra pedágios abusivos e valorização do frete.

O movimento veio se fortalecendo e se tornou nacional nos últimos dias, mas no Paraná, um dos estados onde a greve está mais forte, manifestações vem sendo feitas desde o dia 13 e inclusive em algumas cidades tem se ligado à greve de professores do estado. Ontem a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com ações na Justiça Federal para proibir os bloqueios, podendo acarretar em multa de R$ 100 mil para cada hora de paralisação das rodovias.

As ações dos caminhoneiros afetam diretamente o abastecimento de diversos setores produtivos, principalmente a indústria alimentícia, em oito estados. Grandes frigoríficos e abatedouros do sul do país precisaram paralisar sua produção desde segunda-feira. Os sindicatos patronais desse setor tem pressionado por um acordo de fim de greve com medo de que aumentem seu prejuízos.

A Federação dos Transportadores Autônomos do Estado de São Paulo também está favorável às negociações e recomenda aos seus sócios que não participem das ações de bloqueios nas rodovias, pois não está claro quem está por trás das mesmas, recomendando, portanto, que seus sócios paralisem seus caminhões em casa.

O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), chefiado pelo empresário Nélio Botelho, que esteve à frente de uma forte greve do setor no segundo semestre de 2013, depois de ter chamado voto ao candidato tucano Aécio Neves nas últimas eleições, ainda não se pronunciou sobre a atual onda de paralisações da categoria esse ano. No Paraná o governador, também tucano, Beto Richa, também tem sido alvo dos caminhoneiros.

O aumento do preço do óleo diesel é parte da política anunciada há cerca de um mês pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reinstituindo a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), zerada há quase três anos. Com isso, adicionou R$ 0,22 ao preço da gasolina e R$ 0,15 ao diesel, o que significará arrecadação de R$ 3,6 bilhões no ano. A Petrobrás anunciou que repassaria esse aumento de impostos aos consumidores.

Frente a essa situação, apoiamos os caminhoneiros que, como trabalhadores do setor de transporte, também tem sofrido com a onda de ataques que iniciou o governo Dilma, defendemos as reivindicações que vão no sentido de melhoraria das condições de trabalho e os métodos de luta contra qualquer repressão da Polícia Rodoviária Federal ou da Justiça Federal.

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