Terça 23 de Abril de 2024

Internacional

Grécia cede, Alemanha não

20 Feb 2015   |   comentários

O governo grego de Tsipras solicitou à zona do euro a prorrogação da ajuda financeira, mas, a Alemanha pressiona por mais concessões.

O governo grego de Tsipras solicitou à zona do euro a prorrogação da ajuda financeira, aceitando que esteja condicionada ao controle do BCE, a EU e o FMI. Enquanto o tempo corre para se fechar o acordo, Alemanha pressiona por mais concessões gregas.

Com o programa de resgate da União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a ponto de expirar em 28 de fevereiro, o governo da Grécia busca se assegurar de um financiamento para os próximos meses.

Os ministros das finanças da zona do euro se reuniram nesta quinta pela tarde em Bruxelas para estudar a solicitação, disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em um tuit.

Isso gerou expectativa em que se chegasse a um acordo para evitar a possível saída da Grécia do bloco do Euro, e as bolsas europeias reagiram em alta durante as primeiras horas.

Um funcionário do governo disse que que Atenas havia pedido uma prorrogação ao seu “Acordo Marco de Ajuda Financeira” com a zona do euro. Porém insistiu que o executivo estava propondo diferentes condições às obrigações do atual resgate.
A Grécia havia se comprometido a manter o equilíbrio fiscal durante o período provisional, realizar reformas imediatas para lutar contra a evasão fiscal e a corrupção, tomar medidas para lidar com o que Atenas denomina sua “crise humanitária” e começar com o crescimento econômico, disse.

No documento, Grécia prometeu com suas obrigações financeiras com todos os credores, reconhecer a supervisão da UE e o FMI assim como abster-se de tomar ações unilaterais que minariam os objetivos fiscais.

Também aceitou que a extensão fora vigiada pela comissão europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI, o que significa um passo atrás de Tsipras, que ehavia prometido terminar com a cooperação com os inspetores da chamada “troika”, responsáveis da crise econômica e social que estão pagando os trabalhadores e o povo grego. O governo de Atenas quer utilizar os seis meses de respiro para negociar um acordo de longo prazo que inclua mais alívio na dívida.

O ministério das finanças da Alemanha rechaçou a nova proposta apresentada por Atenas solicitando uma extensão de seu programa de crédito, afirmando que não cumpre as condições estabelecidas no início da semana pelos sócios da Grécia na zona do euro.
“A carta de Atenas não é uma proposta que leve a uma solução substancial”, disse o porta voz do ministério, Martin Jaeger, em um comunicado.
“Na realidade vai em direção a uma ponte financeira sem satisfazer as demandas do programa. A carta não cumpre o critério acordado pelo Eurogrupo na segunda feira”, agregou.
Haviam várias diferenças entre a proposta do Eurogrupo rechaçada por Varoufakis na segunda e esta nova missiva. Entre elas, o texto especifica que os objetivos fiscais para 2015 deveriam “ter em conta a atual situação econômica”.

A carta assegura que Grécia pretende introduzir “reformas substanciais de longo alcance” destinadas a recuperar os níveis de vida de seus cidadãos.

Uma fonte da zona do euro disse que a negativa alemã deve ser vista como uma medida tática para aumentar a pressão sobre o país grego mais do que um rechaço a suas propostas.

Outra fonte disse: “Parece que Berlim viu um rascunho e esteve de acordo, porém a carta difere no que se refere a questões fiscais, ainda que não sei exatamente em quais pontos”.

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